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PolíticaSudão

Sudão: ONU e União Africana convocam "diálogo nacional"

Lusa
28 de abril de 2022

A ONU, a União Africana e a Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento na África Oriental apelaram a um "diálogo nacional" de três dias no Sudão, em maio. Espera-se encontrar uma solução para a crise política.

Protesto contra o Governo militar em CartumFoto: Mahmoud Hjaj/AA/picture alliance

"Acordámos as datas para o diálogo nacional no Sudão de 10 a 12 de maio", referiu o enviado da UA [União Africana] ao Sudão, Mohamed al-Hassan Ould Labat, durante uma conferência de imprensa conjunta, esta quarta-feira (27.04), com os parceiros das Nações Unidas, Volker Perthes e da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento na África Oriental (IGAD) , Ismail Weiss.

Este diálogo, convocado devido à crise política provocada pelo golpe de Estado de outubro, será articulado à volta de um programa elaborado durante as consultas preliminares promovidas pela Missão Integrada de Assistência à Transição da ONU no Sudão (UNITAMS), em fevereiro, e em coordenação com a UA a partir de março.

"As ideias dos sudaneses durante as consultas iniciais realizadas pela missão da ONU foram levadas em consideração e ajudaram a desenvolver um programa para soluções aceitáveis", salientou Volker Perthes.

Este plano é composto por quatro eixos principais, que foram apresentados em 12 de abril e que incluem reformas constitucionais e a definição de critérios para a escolha do primeiro-ministro e dos ministros.

Os outros dois eixos são a formulação de um programa de Governo que atenda às necessidades urgentes dos cidadãos e a elaboração de um plano para organizar eleições justas.

Sudão: protestos contra os militares continuam

02:42

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Libertação de ministro

Os representantes internacionais expressaram a sua gratidão aos militares, que estão no poder desde o golpe de Estado, pela libertação entre terça e quarta-feira de um ex-ministro do anterior Governo, Khaled Omar Yusef, e um ex-membro do Conselho Soberano, o mais alto órgão executivo do país, Mohamed Suleiman al Faki, ambos civis.

Ismail Weiss instou os militares a libertaram ainda outros "presos políticos e membros dos comités de resistência, que estiveram a liderar os contínuos protestos nas ruas contra o golpe de Estado.

Nestes, segundo fontes da oposição, mais de 90 pessoas morreram devido à repressão.

O Sudão, que em 2019 emergiu de 30 anos de ditadura sob o regime de Omar al-Bashir, foi palco de um golpe de Estado em 25 de outubro de 2021, que interrompeu o processo de estabelecimento de um Governo civil para o período de transição até à realização de eleições.

Militares e civis tinham acordado um calendário para um processo de transição na sequência do derrube do regime de Al-Bashir em 2019, segundo o qual os generais deviam ter cedido a condução desse processo a meio do período de transição inicialmente estimado, mas o golpe militar liderado pelo general Abdel-Fattah al-Burhan consumou uma "correção do curso da revolução", segundo o próprio.

 

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