África do Sul: Ramaphosa toma posse como Presidente
25 de maio de 2019Perante mais de 30 mil pessoas, incluindo vários líderes africanos, reunidas num estádio na capital da África do Sul, Pretória, o Presidente Cyril Ramaphosa prometeu ao país uma "nova era", este sábado (25.05) na cerimónia de tomada de posse.
"Os desafios que o nosso país enfrenta são enormes e reais. Mas não são insuperáveis. Podem ser resolvidos", disse o chefe de Estado sul-africano, lembrando que "muitos sul-africanos ainda vão para a cama com fome" e "muitos jovens não trabalham".
A África do Sul continua a ser um dos países mais desiguais do mundo, afetado pelo desemprego em massa (mais de 27%), pelas elevadas taxas de pobreza e pela corrupção desenfreada.
Na lista de tarefas neste mandato de cinco anos estão a recuperação de uma economia em crise, a criação de empregos e o combate à corrupção, bem como a restauração da reputação do partido no poder.
O Congresso Nacional Africano (ANC), venceu as eleições legislativas de 8 de maio, obtendo 230 dos 400 lugares do Parlamento, mas o resultado – 57,5% - foi o mais baixo desde a queda do apartheid, há 25 anos. Ramaphosa chegou ao poder no ano passado, após a saída de Jacob Zuma, pressionado a demitir-se na sequência de escândalos de corrupção.
Promessas postas à prova
Jacob Zuma não esteve presente na cerimónia deste sábado. O antigo Presidente insiste na sua inocência e afirma que as alegações contra si têm motivações políticas. Os seus aliados no seio do ANC representam mais um desafio para Cyril Ramaphosa.
Nas vésperas das eleições, o chefe de Estado pediu desculpas aos sul-africanos pelas desavenças políticas e reforçou o seu compromisso com o combate à corrupção que continua a afetar a economia do país.
O empenho na governação "limpa" será posto à prova na nomeação do seu novo Executivo, nos próximos dias. Ramaphosa está sob pressão dos partidos da oposição e da sociedade civil para reduzir o número de ministros – atualmente há 34 – e nomear personalidades livres de escândalos.
"Vão ver mudanças", garantiu Cyril Ramaphosa esta semana.