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EUA "em discussões" com a África do Sul sobre Manuel Chang

Lusa
23 de maio de 2019

Embaixada dos EUA em Pretória pondera um pedido de revisão da decisão de extraditar Manuel Chang para Moçambique. O ex-ministro moçambicano é acusado de crimes financeiros.

Foto: DW/M. Maluleque

Os Estados Unidos da América equacionam pedir a revisão da decisão do ministro da Justiça sul-africano de extraditar o ex-ministro das Finanças de Moçambique Manuel Chang para Maputo, disse na quarta-feira (22.05) à agência de notícias Lusa o porta-voz da embaixada norte-americana em Pretória.

"Estamos em discussões com o Governo sul-africano e a explorar opções para solicitar uma revisão desta decisão", disse, em declarações à Lusa, Robert Mearkle, porta-voz da Embaixada dos Estados Unidos em Pretória.

Decisão foi "desilusão"

Robert Mearkle disse ainda que a declaração emitida terça-feira pelo ministro da Justiça e Serviços Correcionais da África do Sul, Michael Masutha, autorizando a extradição de Manuel Chang para Moçambique, foi uma "desilusão", apesar de o pedido de extradição norte-americano ter sido o primeiro a dar entrada na justiça sul-africana.

Decisão sobre extradição de Chang "não surpreendeu"

01:06

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"O ministro [Michael Masutha] decidiu extraditar o ex-ministro moçambicano da Finanças Manuel Chang para Moçambique apesar de ter recebido o nosso pedido formal de extradição primeiro do que o da República de Moçambique", salientou.

"Instamos o Governo da África do Sul a enviar o Sr. Chang para os EUA para ser julgado por estes alegados crimes, que vitimou cidadãos norte-americanos e roubou o Governo de Moçambique em mais de 700 milhões de dólares", afirmou à Lusa Robert Mearkle.

Acusação

Manuel Chang, 63 anos, antigo governante moçambicano e atual deputado da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder em Moçambique desde 1975, encontra-se detido desde dezembro na África do Sul, a pedido dos EUA, por fraude e lavagem de dinheiro.

Em causa estão os empréstimos no valor de 2,2 mil milhões de dólares (1,97 mil milhões de euros) para criar as empresas públicas moçambicanas EMATUM, Proindicus e MAM pelas subsidiárias londrinas dos bancos Credit Suisse e do russo VTB.

Os indícios de suborno, lavagem de dinheiro e fraude levaram a Justiça norte-americana a processar vários intervenientes, nomeadamente o mediador da Privinvest Jean Boustani, os antigos banqueiros do Credit Suisse Detelina Subeva, Andrew Pearse e e o antigo ministro das Finanças Manuel Chang.

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