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Dívidas ocultas: Supremo rejeita recursos de 19 arguidos

Lusa
9 de junho de 2020

O Tribunal Supremo de Recurso de Maputo também mandou libertar Maria Biosse, uma das arguidas no caso das dívidas ocultas de Moçambique.

Foto: picture alliance/imageBROKER

Maria Biosse "foi despronunciada por subsistirem dúvidas sobre a sua participação nos crimes que vinha sendo indiciada, tendo sido de imediato ordenado a sua soltura", lê-se no comunicado do Tribunal Supremo distribuído esta segunda-feira (08.06) à imprensa.

Maria Biosse, mulher do empresário Sérgio Namburete, também arguido, estava entre as 19 pessoas acusadas no âmbito da investigação e que decidiram interpor recursos contra a decisão do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo.

Aquela instância rejeitou os recursos de todos outros arguidos, "mantendo, em consequência, o despacho do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo e as medidas de coação aplicadas em relação a todos corréus".

Até o Tribunal Superior de Recurso de Maputo despronunciar Maria Biosse, o caso tinha um total de 20 arguidos, dos quais 19 estavam detidos e um respondia em liberdade (Elias Moiane) após pagar caução por ter sido considerado menor o seu papel no caso.

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Acusação

O Ministério Público moçambicano acusa os arguidos de associação criminosa, chantagem, corrupção passiva, peculato, abuso de cargo ou função, violação de regras de gestão e falsificação de documentos.

As detenções em Moçambique começaram a 14 de fevereiro de 2019, depois de a justiça norte-americana ter mandado prender Manuel Chang, antigo ministro das Finanças do antigo Presidente da República Armando Guebuza, detido a 29 de dezembro de 2018 quando viajava pela África do Sul, onde aguarda por extradição - também disputada por Moçambique. Antes de Chang ter sido intercetado, durante três anos e meio de investigação, nenhuma detenção tinha sido feita em solo moçambicano.

Entre os arguidos detidos incluem-se Ndambi Guebuza, filho do antigo Presidente, e a secretária particular deste, Inês Moiane, e antigos dirigentes dos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE).

O caso está relacionado com as garantias prestadas pelo anterior executivo moçambicano, entre 2013 e 2014, a favor de empréstimos de dois mil milhões de euros para as empresas Ematum, MAM e ProIndicus.

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