Anúncio foi feito, esta sexta-feira, por André Magibire, que disse ainda acreditar que "atrasos nas pensões dos guerrilheiros já desmobilizados" poderão resolver-se em breve.
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Um total de 36 oficiais da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) vão ser incorporados na unidade de proteção de altas individualidades da polícia moçambicana, no âmbito do processo de pacificação, anunciou, esta sexta-feira (15.07), o partido.
"É uma grande alegria ver 36 oficiais da polícia juntarem-se a outros 10" que já integram a unidade de proteção no âmbito do acordo de paz, disse André Magibire, secretário-geral do maior partido de oposição em Moçambique.
O responsável falava hoje, em Maputo, durante uma conferência de imprensa de apresentação dos antigos guerrilheiros da RENAMO.
O chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o presidente da RENAMO, Ossufo Momade, assinaram em agosto de 2019 o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, prevendo, entre outros aspetos, o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço armado do principal partido de oposição.
No âmbito do DDR, já foram desativadas 12 das 16 bases da RENAMO e 68% dos cerca de cinco mil guerrilheiros do partido já foram desmobilizados.
André Magibire avançou que decorrem conversações com o Governo moçambicano visando resolver "todas as outras questões pendentes" no processo, entre as quais os atrasos das pensões dos guerrilheiros já desmobilizados, uma questão que tem sido recorrentemente levantada pelo partido.
"Os nossos combatentes não têm pensões até hoje, mas estamos a trabalhar arduamente e acreditamos que a breve trecho este problema estará ultrapassado", frisou.
Acordo de Paz histórico em Moçambique
Em Moçambique, o Presidente Filipe Nyusi e o líder da RENAMO, Ossufo Momade, formalizaram na quinta-feira (01.08) o fim das hostilidades militares no país. O acordo, já considerado histórico, é o terceiro em 25 anos.
Foto: DW/A. Sebastião
Acordo histórico
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da RENAMO, Ossufo Momade, erguem o acordo de paz e fim das hostilidades, que foi assinado na Serra da Gorongosa, província de Sofala, centro do país. O local é conhecido como bastião da RENAMO. O acordo tem como objetivo acabar com os confrontos entre as forças governamentais e o braço armado do principal partido da oposição.
Foto: DW/A. Sebastião
Anos de hostilidade
"Estamos aqui em Gorongosa para dizer a todos moçambicanos e ao mundo inteiro que acabámos de dar mais um passo, que mostra que a marcha rumo à paz efetiva é mesmo irreversível", declarou Filipe Nyusi, referindo-se ao acordo assinado com a RENAMO. É o terceiro documento após anos de hostilidades. O primeiro foi assinado em 1992, em Itália - o chamado Acordo Geral de Paz de Roma.
Foto: DW/A. Sebastião
Virar a página
"Com esta assinatura do acordo de cessação das hostilidades militares, queremos garantir ao nosso povo e ao mundo que enterramos a lógica da violência como forma de resolução das nossas diferenças", afirmou o líder da RENAMO, Ossufo Momade, ressaltando que "a convivência multipartidária será o apanágio de todos partidos políticos".
Foto: DW/A. Sebastião
Silenciar das armas
O pacto cala oficialmente as armas e prolonga de forma definitiva uma trégua que durava desde dezembro de 2016, depois de vários anos de confrontos armados entre as forças governamentais e o braço armado da RENAMO.
Foto: DW/A. Sebastião
Abraço da paz
Na cerimónia de assinatura do acordo, o Presidente de Moçambique Filipe Nyusi mostrou-se otimista em relação aos próximos anos, dizendo que "a incerteza deu ligar à esperança e o futuro de Moçambique é promissor".
Foto: DW/A. Sebastião
"Paz vai ser testada nas eleições"
Este novo acordo é um passo muito importante para Moçambique e também para todos os partidos. Daviz Simango, líder do MDM, esteve na cerimónia e alertou: "Temos que trabalhar muito neste processo eleitoral que se avizinha. Portanto, se o STAE nos proporcionar o teatro, que tem vindo a fazer de ciclo em ciclo eleitoral, pode proporcionar o retorno a essas situações de conflitos militares".
Foto: DW/A. Sebastião
Unidos pelo acordo
Horas depois da assinatura do acordo, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse na Beira que o Governo e a RENAMO vão unir-se para debelar qualquer tentativa de prejudicar o acordo de cessação definitiva de hostilidades militares.