Comité Executivo da CAF decidiu repetir, num campo neutro, a final da Liga dos Campeões do continente africano entre Espérance de Tunis, da Tunísia, e o Wydad Casablanca, do Marrocos.
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Jardel Andrade, comentarista desportivo angolano considera positiva a decisão da Confederação Africana de Futebol (CAF) de repetir num campo neutro, a final da Liga dos Campeões do continente, entre Espérance de Tunis, da Tunísia, e o Wydad Casablanca, do Marrocos, cujo jogo de segunda volta da decisão foi disputado na última sexta-feira.
A equipa tunisina levava a melhor por 1-0, quando os visitantes igualaram a partida aos últimos 14 minutos do jogo, mas a equipa de arbitragem anulou o golo.
Segundo a agência EFE, havia possibilidade de revisão do golo no Vídeo Árbitro (VAR), mas os aparelhos para que fossem visionadas as imagens, não estavam funcionar, o que gerou revolta entre jogadores, membros da comissão técnica e dirigentes do Wydad Casablanca e a posterior saída do campo, o que fez a arbitragem terminar a partida.
Nesta quarta-feira (05.06), o Comité Executivo da CAF, reunido em Paris, França, onde acontece o Congresso da FIFA, considerou que não havia condições necessárias de organização e segurança para a partida.
O Espérance terá que devolver a taça e entrar em campo novamente, de acordo com a decisão da CAF.A data para a nova partida ainda não foi definida, embora tenha se determinado que vai acontecer após a disputa do Campeonato Africano de Nações (CAN), que começa a ser disputado no dia 21 deste mês no Egito.O resultado da primeira partida, disputada no Marrocos, que terminou empatada em 1 a 1, de acordo com a Confederação Africana de Futebol.
Um historial de anti- jogos
Em entrevista à DW África, o comentador desportivo angolano Jardel Andrade afirma que equipa tunisina tem um historial de anti- jogos em partidas decisivas realizadas no seu terreno.
Decisão da CAF criticada por adeptos tunisinos
Jardel lembra que na época passada registaram-se casos semelhantes ao do jogo da semana passada, quando o Esperance de Tunis eliminou a equipa angolana, 1° de Agosto, no desafio da segunda mão das meias-finais da Liga dos Clubes Campeões Africanos.
"O Espérance de Tunis que é o principal causador desta quezília é já uma equipa reincidente neste tipo de situações, estamos bem recordados que na meia-final da temporada passada, o que aconteceu se não é coincidência, é algo muito semelhante contra o 1. de Agosto. Geralmente quando os jogos da segunda mão das ligas africanas é em Tunis, o Esperance faz sempre das suas, utilizando os adeptos para atitudes menos boas.
Adeptos protestam a decisão
Entretanto, vários adeptos dos dois clubes protestaram em frente do hotel onde decorreu a reunião da CAF em Paris.
Khaled Abichou que apoia Espérance de Tunis critica a decisão do órgão que gere o futebol africano e afirma que o seu clube não deve repetir a partida.
"Não estamos felizes porque nas regras da FIFA, o árbitro decidiu e disse que o Esperance é o campeão, e é isso. É assim. Não vamos jogar a partida novamente ou assistir a outros vídeos.''
Nabil Aoujil, um dos torcedores da equipa marroquina, disse que quer que o jogo se repita em qualquer estádio e que haja um digno vencedor.
" Não somos ladrões. Não queremos vencer a a Liga dos Campeões dessa forma. Se tivermos que jogar novamente na Argélia, vamos fazê-lo. Com árbitros europeus, seja na Argélia, em Dubai ou em França. Com regras reais, com árbitros reais sem pessoas corrompidas, é tudo o que queremos.”
Segundo o especialista em questões de futebol, a CAF também tem culpa nos incidentes que ocorreram em Tunis.
"A CAF tem a sua quota de erro neste sentido, deveria realizar as finais em uma só mão, imitando a UEFA, que tem realizado finais numa única mão e tem tido sucesso. As competições da UEFA ao nível de clubes, são as melhores do mundo, e são exemplos a seguir. Mas infelizmente não tem acontecido isso em África, se continuar assim, vamos ter sempre situações do género".
As estrelas do futebol europeu "made in África"
A 37 dias do início do CAN, destacamos os protagonistas da época 2018/19, que deverão ser chamados a participar na competição africana de seleções. Apenas um destes craques não irá pisar solo egípcio.
Foto: picture-alliance/Gtresonline
Mohamed Salah
O "rei egípcio" vai ser anfitrião do CAN 2019, competição que o Egipto não vence desde 2010, e finalista vencido em 2017. Salah, o melhor jogador africano em 2018, perfila-se como um dos principais candidatos a vencer o prémio em 2019. Esta época, leva 26 golos e 13 assistências, em 51 jogos. O Liverpool ficou em 2º lugar, a 1 ponto do City, mas vai disputar a final da Liga dos Campeões.
Foto: picture alliance/ZUMAPRESS
Kalidou Koulibaly
O defesa central nasceu em França, mas representa a seleção do Senegal. O "centralão" de 27 anos é titular indiscutível na seleção dos "Leões da Teranga" e no Nápoli, vice-campeão italiano. Em 2018/19, Koulibaly realizou 47 jogos, somando dois golos e outras tantas assistências. É um dos jogadores africanos com maior quota de mercado, com o passe avaliado em 70 milhões de euros.
Foto: picture-alliance/AP Photo/L. Bruno
Hakim Ziyech
Ano de explosão e confirmação do talento marroquino. Ziyech, médio ofensivo de 26 anos, nasceu na Holanda, mas é transportador de nacionalidade marroquina, país por quem decidiu representar a nível futebolístico. Depois de ter despertado interesse no último Mundial de 2018, Ziyech fez uma grande época pelo Ajax. Em 49 jogos oficiais, marcou 21 golos e fez 24 assistências. Os tubarões andam à caça.
Foto: Reuters/A. Couldridge
André Onana
Uma das grandes revelações das balizas este ano. Andre Onana, guarda-redes camaronês de 23 anos, defende as redes do Ajax, que chegou às mais-finais da Liga dos Campeões. Em 55 jogos oficiais, Onana sofreu 45 golos e teve 26 "folhas limpas". Grande época para o jovem campeão holandês pelo Ajax, formado na "cantera" do Barcelona.
Foto: Reuters/A. Lingria
Sadio Mané
O tempo passa e Mané está cada vez melhor. 26 golos e cinco assistências, em 49 jogos oficiais pelo Liverpool esta época. O avançado senegalês de 27 anos será um dos grandes craques a pisar o CAN 2019. Antes disso, Mané vai disputar a final da Liga dos Campeões. E se Mané ganhar a "Champions" e o CAN? Candidato à Bola de Ouro?
Foto: Getty Images/C. Ivill
Pierre-Emerick Aubameyang
Um dos grandes ausentes do CAN. Aubameyang, protagonista da maior transferência de jogadores africanos - vendido pelo Borussia Dortmund ao Arsenal por 64 milhões de euros - fez uma grande época pelo Arsenal e ainda vai disputar a final da Liga Europa. Em 50 jogos oficiais, somou 31 golos e oito assistências. No apuramento para o CAN, o Gabão ficou no 3º lugar do grupo C, atrás de Mali e Burundi.
Foto: Reuters/S. Perez
Riyad Mahrez
O melhor jogador africano em 2016 continua em grande destaque na "Premier League". O argelino foi protagonista da maior transferência de um jogador africano - vendido pelo Leicester ao Manchester City, por 68 milhões de euros - e é agora detentor de dois campeonatos ingleses, por duas equipas diferentes. Esta época, pelo bicampeão Manchester City, fez 12 golos e 12 assistências em 43 jogos.
Foto: Getty Images/AFP/P. Utomi Ekpei
Moussa Marega
O avançado maliano do FC Porto destacou-se na Liga dos Campeões. Marega, de 28 anos, fez mais uma temporada com números redondos. Em 25 jogos oficiais, Marega marcou 21 golos e somou 11 assistências. Destaque para a campanha portista na "Champions", onde chegou aos quartos de final, eliminado pelo Liverpool. Marega somou seis golos e três asssitências em nove jogos. Há "ricos" atentos ao maliano.
Foto: Reuters/M. Vidal
Thomas Partey
O médio defensivo ganês é um dos principais "trincos" para o sistema defensivo do Atlético de Madrid. O estratega de 25 anos foi lançado por Diego Simeone, que não abida o ganês para o meio-campo do "Atléti". Prova disso são os 41 jogos oficiais esta época, onde somou três golos e seis assistências. Partey tem o passe avaliado em 50 milhões de euros.