Presidente da Guiné-Bissau José Mário Vaz, vai demitir o Governo dirigido desde junho pelo primeiro-ministro Baciro Djá. O anúncio deverá ser feito dentro de horas.
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O Presidente da Guiné-Bissau José Mário Vaz, anunciou que vai demitir o Governo dirigido desde junho pelo primeiro-ministro Baciro Djá, visando formar uma nova equipa por forma tirar o país da longa crise política na qual se encontra mergulhado.
" A aplicação do acordo de Conacri provoca a demissão do Governo”, afirmou José Mário Vaz, num discurso à Nação proferido há momentos, em Bissau . "Este acordo não prevê a escolha de um primeiro-ministro por unanimidade, mas por consenso e este consenso não foi conseguido”, acrescentou o Presidente guineense, para acresentar que sendo assim teria que "demitir o Governo e nomear um novo primeiro-ministro que terá por tarefa formar um Governo inclusivo para tirar o país da crise”.
Conselho de Estado sem consenso
Antes do discurso à Nação, terminou uma reunião do Conselho de Estado sem consenso sobre quem nomear como novo primeiro-ministro.
Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC, e Cipriano Cassamá, líder do Parlamento, disseram aos jornalistas que a reunião "não produziu nada de consensual" e que se assistiu a uma tentativa de "transformar o órgão num espaço deliberativo".
"O Conselho de Estado é um órgão consultivo do Presidente da República, mas acabámos por assistir a uma clara tentativa de o transformar num órgão deliberativo", defendeu o líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde.
Para Domingos Simões Pereira, o que se viu foi uma tentativa de instrumentalização do Conselho de Estado, disse, sem citar por parte de quem.
O líder do Parlamento guineense, Cipriano Cassamá, também teve a mesma opinião quanto à reunião que decorreu durante cerca de duas horas no Palácio da Presidência.
"Não saiu absolutamente nada da reunião", afirmou Cassamá, exortando agora o Presidente guineense, José Mário Vaz, a assumir as suas responsabilidades constitucionais, sem deixar de lado os compromissos assumidos perante a comunidade internacional, frisou.
Tanto Cassamá como Simões Pereira esperam que José Mário Vaz nomeie um novo primeiro-ministro respeitando o Acordo de Conacri, segundo o qual a figura a ser escolhida deverá ser de consenso entre os partidos representados no Parlamento e beneficiar da confiança do chefe do Estado.
Eleições Presidenciais na Guiné-Bissau
Nove candidatos disputaram, neste domingo (18.03) as eleições presidenciais na Guiné-Bissau. Cerca de 600 mil eleitores foram chamados às urnas. Em frente à Assembléia Nacional guineense, houve fila para votar. O sufrágio torno-se necessário após a morte por doença do presidente Malam Bacai Sanhá, no último dia 9 de janeiro.
Foto: dapd
Segunda volta no dia 22 de Abril
Segundo os resultados provisórios, Carlos Gomes Júnior – candidato do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) – ganhou a primeira volta das eleições presidenciais com 49 por cento dos votos, mas ficou abaixo de uma maioria absoluta de 50 por cento, e assim não conseguiu evitar a segunda volta.
Foto: DW/Ferro de Gouveia
Kumba Ialá será o adversário de Carlos Gomes Júnior
Kumba Ialá, que entrou na corrida pelo PRS (Partido para a Renovação Social), ficou em segundo lugar com 23 por cento. Na sua primeira candidatura em 1999 tinha conseguido 38 por cento na primeira volta e saiu vitorioso com 72 por cento na segunda volta (em 2000 foi deposto por um golpe militar). Concorreu de novo às presidenciais em 2009 e obteve na primeira volta 29 por cento dos votos.
Foto: Reuters
Votação no domingo
Nove candidatos disputaram, neste domingo (18.03) as eleições presidenciais na Guiné-Bissau. Cerca de 600 mil eleitores foram chamados às urnas. Em frente à Assembléia Nacional guineense, houve fila para votar. O sufrágio torno-se necessário após a morte por doença do presidente Malam Bacai Sanhá, no último dia 9 de janeiro.
Foto: AP
Dia tranquilo
Eleitor mostra o dedo sujo de tinta e o cartão do eleitor depois de depositar o voto para presidente na urna, em Bissau. A uma campanha tranquila seguiu-se um dia de sufrágio calmo. Mas, horas depois de terem fechado as urnas, foi assassinado a tiro, em Bissau, o ex-chefe das informações militares da Guiné-Bissau, Samba Djaló.
Foto: AP
Eleitores
Mulher deposita o voto dobrado numa urna de plástico transparente, em Bissau. Os eleitores levaram expectativas de estabilidade e desenvolvimento às urnas de todo o país.
Foto: DW/Ferro de Gouveia
Carlos Gomes Júnior
O primeiro-ministro guineense Carlos Gomes Júnior, o candidato oficial do PAIGC - Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde, de que é presidente, disse estar confiante numa vitória à primeira volta. Serifo Nhamadjo, presidente interino da Assembleia Nacional, e Baciro Djá, ministro da Defesa, ambos membros do PAIGC, concorrem como independentes nesta eleição.
Foto: AP
Kumba Ialá
O ex-presidente Kumba Ialá (foto) do PRS - Partido da Renovação Social conta habitualmente com apoio da etnia balanta e poderá também ser um dos nomes a disputar uma eventual segunda volta.
Foto: picture alliance / abaca
Henrique Rosa
Outro dos nomes fortes na corrida à presidência é o candidato independente e ex-presidente interino Henrique Rosa, que após ter votado disse ter informações de que haveria “fraudes por todo o país”. Acusações que o porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau, Orlando Viegas, desvalorizou.
Foto: AP
Contagem dos votos
Moradores locais e observadores de partidos políticos acompanham a contagem de votos, numa assembléia ao ar livre, em Bissau. Neste domingo, os eleitores guineenses escolheram entre nove candidatos para a presidência do país.
Foto: AP
Informação
Cartaz da Comissão Nacional de Eleições da Guiné-Bissau, em Bissau, sobre as eleições presidenciais de 2012.
Foto: DW/Ferro de Gouveia
Malam Bacai Sanhá
O assassinato do então presidente Malam Bacai Sanhá, em janeiro deste ano, forçou a Guiné-Bissau a antecipar as eleições. Na foto, Sanhá em junho de 2011 na cimeira da União Africana em Malabo, na Guiné-Equatorial. (Autora: Cris Vieira / Edição: Johannes Beck)