Estádio do Mundial de 2010 na África do Sul dão prejuízo
Jana Genth | ck | Gustav Hofer
19 de junho de 2018
O Campeonato Mundial de Futebol na África do Sul em 2010 foi uma grande festa no país. Depois veio a ressaca. Nove dos dez estádios construídos para o certame estão a dar prejuízo.
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Foi há 8 anos, mas na África do Sul, a memória do Mundial ainda é viva. Para um cidadão, o evento proporcionou momentos de união.
"Estavam todos unidos. Aqui, os brancos não veem muito futebol. Mas viram durante o Mundial. Os bares estavam cheios de homens e mulheres de todas as cores. Todos se divertiam juntos", relembra.
Além das memórias, ficaram também os estádios que acolheram os jogos. Oito anos mais tarde, aparentam estar em boas condições. Mas o que há para além da fachada?
Humphrey Tlhobelo, organiza os grandes eventos nos estádios e conta que "o estádio da Cidade do Cabo apresenta um défice todos os anos, o de Nelspruit a mesma coisa e também o de Durban".
O estádio Moses Mabhida, em Durban, custa centenas de milhares em manutenção todos os anos. Há uma plataforma que permite a vista sobre a cidade e quem quer pode saltar de bungee.
Desde 2010, 35 000 saltaram pelo preço individual equivalente a 45 euros. Mas não chega para cobrir as despesas. Gladwin Khangale, responsável pelos estádios do país, diz que o que sempre faltou foi um plano para o futuro dos recintos. Durban é uma cidade turística mas nem aqui o estádio dá lucro.
"Sobretudo os responsáveis pelos estádios que foram construídos de raiz ficaram todos contentes. Mas depois passou 2010 e começou tudo a falhar. Os estádios não geram receita, estão praticamente abandonados", diz Khangale.
Estádio do Mundial de 2010 na África do Sul dão prejuízo
Uma única exceção
A grande exceção é Soccer City, em Joanesburgo, onde se jogou a final em 2010. É certo que o recinto nunca mais encheu tanto como na altura, mas o clube local de futebol, Kaizer Chiefs, joga aqui 14 partidas por temporada. Além disso, organizam-se grandes concertos internacionais e muitas igrejas alugam o estádio.
Humphrey Tlhobelo orgulha-se dos eventos que dinamizam esse recinto.
"Nós elaborámos um conceito. Vendemos publicidade no estádio. Também alugamos o espaço para a rodagem de spots publicitários para a televisão. Organizamos corridas de carro ou motorizada em redor. Fazemos muita coisa", conta.
Agora, os sul-africanos também olham para a Rússia. Já não sentem o orgulho de 2010, mas o futebol continua a ser importante, como comenta esta cidadã:
"É a mesma sensação em todo o lado, penso. O Mundial é sempre uma festa".
Mundial de futebol na Rússia 2018: os estádios
De 14 de junho a 15 de julho de 2018 tem lugar na Rússia o Mundial de Futebol. Fique agora a conhecer os 12 estádios em 11 cidades, incluindo Moscovo, São Petersburgo, Sochi e Kazan, que acolhem a "nata" do futebol.
Foto: Picture alliance/dpa/A. Lebevev/AP
Estádio Lujniki, Moscovo
As cerimónias de abertura e encerramento do Mundial 2018 terão lugar neste estádio, assim como uma das semi-finais. A casa da seleção nacional russa tem capacidade para 81 mil pessoas. O Estádio Lujniki, que foi remodelado para o Mundial de Futebol, já recebeu a final de uma Liga dos Campeões e foi palco dos Jogos Olímpicos de Verão.
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Estádio de São Petersburgo
O recinto do Zenit de São Peterburgo acolhe 68 mil pessoas. Provavelmente estará com lotação esgotada quando receber uma das semi-finais e o jogo para o terceiro lugar. O estádio será também foco de atenções em partidas nas anteriores fases. A Taça das Confederações 2017 teve lugar também no Estádio de São Petersburgo.
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Arena Ecaterimburgo
Tem hoje um ar moderno, mas a Arena de Ecaterimburgo tem um longo passado. Construído em 1953, o estádio foi remodelado em 2018 a pensar no Campeonato do Mundo. Com capacidade para 35 mil pessoas, o estádio é a casa do FC Ural, da primeira divisão russa. Ecaterimburgo é a cidade mais a leste entre as anfitriãs do Mundial.
Foto: picture-alliance/Sputnik/V. Sergeev
Arena Rostov
Com capacidade para 45 mil espectadores, este foi um dos novos estádios construídos especificamente para o Campeonato do Mundo. Aqui vão jogar-se quatro partidas da fase de grupos e uma dos 16 avos de final. Depois do Mundial, a Arena Rostov continuará a ter vida: será a nova casa do FC Rostov.
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Arena Volgogrado
Este estádio foi construído no mesmo lugar do antigo Estádio Central de Volgogrado, próximo do rio Volga. Durante os jogos que irá acolher na fase de grupos, poderá receber 45 mil pessoas. Depois do Mundial da Rússia 2018, passará a ser o estádio do Rotor Volgogrado, atualmente na segunda divisão. A cidade de Volgogrado era conhecida como Estalinegrado.
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Estádio Níjni Novgorod
Também este estádio foi feito de raiz para o Mundial de Futebol. Vai receber jogos da fase de grupos, uma partida dos 16 avos de final e outra dos quartos de final. O Olimpiyets Níjni Novgorod, da segunda divisão russa, terá depois aqui o seu relvado principal. Mas as autoridades locais já anunciaram que o recinto, com 45 mil lugares sentados, poderá vir a ser utilizado para outros eventos.
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Estádio de Kaliningrado
Este é o único recinto do Campeonato do Mundo localizado num exclave do território russo. Kaliningrado fica localizado num território entre a Polónia e a Lituânia. Foi concebido propositadamente para o Mundial para receber no máximo 35 mil pessoas, e depois deverá será reduzido para se tornar no lar do Baltika Kaliningrado, da segunda divisão.
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Arena Mordóvia
O arquiteto alemão Tim Hupe projetou este novo estádio com 44 mil lugares que vai ser palco de encontros na fase de grupos. Depois do Mundial, o anel superior será desmantelado e o estádio vai ser entregue ao clube Mordóvia Saransk, da terceira divisão.
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Arena Samara
Este estádio, com capacidade para 44 mil lugares, foi construído para o Mundial de Futebol numa ilha a sul de Samara, onde não existia antes qualquer infraestrutura. É aqui que a seleção russa vai jogar o último desafio da fase de grupos. Uma partida dos 16 avos de final e outra dos quartos de final terão também lugar neste estádio, que será depois do Krylya Sovetov, equipa da segunda divisão.
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Estádio Spartak
Apesar de ter sido palco da Taça das Confederações, o Estádio Spartak, com 45 mil lugares, é apenas utilizado em quatro jogos da fase de grupos e numa partida das eliminatórias. Reaberta em 2014, a arena é casa do Spartak Moscovo. Apesar de ser um dos clubes mais conhecidos da Rússia, o Spartak teve de esperar muitos anos para ter o seu próprio estádio.
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Arena Kazan
Um dos palcos da Taça das Confederações vai albergar partidas dos quartos de final, de 16 avos e quatro jogos da fase de grupos do Mundial 2018. O Presidente russo, Vladimir Putin, colocou a primeira pedra do estádio, inaugurado em 2013, que tem atualmente 41.585 lugares. É o recinto do Rubin Kazan.
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Estádio Olímpico de Fisht
Com capacidade para 41.220 pessoas, este estádio foi construído para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014. Uma parte do telhado foi removida a pensar no Mundial de Futebol, em 2018. A bola vai rolar neste relvado em quatro jogos da fase de grupos, um dos 16 avos e outro dos quartos de final.