Termina esta quinta-feira o ano parlamentar angolano. Cidadãos ouvidos pela DW fazem balanço negativo e criticam a não aproximação dos deputados à população e a não transmissão em direto das sessões parlamentares.
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Os deputados angolanos entram de férias esta quinta-feira (15.08) e só regressam a 15 de outubro, data do início de mais um ano legislativo. Durante este ano, muita coisa foi feita, desde a aprovação de leis autárquicas ao novo Código Penal. Mas não houve transmissão dos debates mensais.
Na hora do balanço, a DW África andou pelas ruas da capital angolana e conversou com cidadãos como Félix Domingos, residente em Luanda, que dá nota negativa à atividade dos parlamentares angolanos. "Não fazem nada. Muita gente está aí e não faz quase nada", critica.
Deputados angolanos encerram ano parlamentar sob críticas
Edson Nisabel, outro morador, considera que os deputados têm de estar mais próximos da população. "Até porque há pessoas que não sabem qual é a importância dos deputados, não sabem o que os deputados têm que fazer", sublinha.
Talvez o desconhecimento sobre a atividade parlamentar se deva ao facto de as sessões não serem transmitidas pelas estações televisivas locais, diz a cidadã Ana Ferreira. "Aqui fora também precisamos de estar a par do que se está a passar ali dentro", diz.
Para Manakena Adão Simão, a não transmissão dos debates no Parlamento angolano é precisamente o ponto negativo deste ano legislativo. "Porque se fizerem um debate será para nós, o povo. Ao transmitirem esse debate, vamos ver as opiniões, as ideias e os contributos. E ver se há erros que eles estão a cometer e ser criticados também", sugere.
Porque não são transmitidos os debates?
Em declarações à DW África, o analista e jornalista angolano Alexandre Neto Solombe diz que a não transmissão dos debates parlamentares tem uma motivação política. "A direção da Assembleia Nacional que reflete a vontade política do partido no poder prefere ser criticada pela não transmissão do que correr o risco da exposição pelo julgamento público que suscitaria a falta de argumentação na defesa das suas posições. Esta é a principal razão", argumenta.
Mas há outras razões: como o silêncio dos partidos com assento parlamentar, acrescenta Solombe: "Há depois um silêncio compartilhado dos partidos de um modo geral, que estão representados na Assembleia Nacional, que gera o tal status quo que interessa muito particularmente ao partido no poder."
Mas esta questão, segundo o analista, pode ser solucionada com a criação de conselhos de redação nos órgãos de informação angolanos. "A não instituição dos conselhos de redação deixa em aberto ao nível dos órgãos de imprensa, públicos em particular, que uma ordem superior, que é demanda de qualquer ponto da hierarquia do executivo ou do partido no poder, tenha de obrigatoriamente ser cumprida ao nível das redações dos órgãos de comunicação", conclui.
Luanda é a cidade que cresce mais rapidamente em África
Não são necessariamente as cidades mais populosas de África, mas são as que crescem de forma mais rápida, segundo as Nações Unidas. Luanda lidera a lista das cidades com maior crescimento populacional no continente.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler
1. Luanda, Angola
Nenhuma cidade africana está a crescer tão rapidamente como Luanda, a capital de Angola. Segundo dados da ONU, vivem aqui mais de 7,7 milhões de pessoas. A idade média dos luandenses é de 20,6 anos. A capital é uma das cidades mais caras do mundo. Mas apenas as elites de Angola beneficiam das grandes reservas de petróleo do país. A população fala em desigualdade social no país.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler
2. Yaounde, Camarões
Com 3,6 milhões de habitantes, a capital dos Camarões é muito menor que a de Angola. Os serviços públicos e as representações diplomáticas estão principalmente concentrados na capital. É por isso que Yaoundé desfruta de um padrão de vida e segurança mais elevados do que o resto dos Camarões. É também um ponto central de transferência de mercadorias como café, cacau, tabaco e borracha.
Foto: Dirke Köpp
3. Dar es Salaam, Tanzânia
A população da capital comercial da Tanzânia aumentou mais de seis vezes desde 1978. Dar es Salaam, com mais de seis milhões de habitantes, é a maior cidade da África Oriental e um importante centro económico e comercial para a região. De 2000 a 2018, a população cresceu 166%.
Foto: DW/E. Boniphace
4. Kumasi, Gana
A população da cidade ganesa de Kumasi aumentou onze vezes para três milhões entre 1970 e 2017. Ultrapassou o número de pessoas que vivem na capital, Accra, em 2014 para se tornar a maior cidade do país. A população do Gana está a crescer de forma rápida, especialmente em cidades como Kumasi. A metrópole económica atrai muitas pessoas do norte do país.
Foto: Imago Images/photothek/T. Imo
5. Kampala, Uganda
Kampala, a principal capital de Uganda, fica nas margens do Lago Vitória. A população total da região mais do que duplicou desde o início do século XXI. Muitas pessoas do interior estão a mudar-se para as cidades. Kampala tem uma das maiores taxas de crescimento em todo o mundo. Espera-se que mais de 40 milhões de pessoas vivam na cidade até 2100.
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Kabuubi
6. Lusaka, Zâmbia
Lusaka, o centro económico e político da Zâmbia, registou um boom demográfico nos últimos anos. O centro da cidade, nos arredores da Independence Avenue e da Cairo Road, é caracterizado por edifícios comerciais, companhias de seguros, bancos, bolsas de valores, hotéis e cadeias de "fast food" americanas. O setor industrial, os transportes e o artesanato também desempenham um papel importante..
Foto: DW/C. Chimbelu
7. Douala, Camarões
A maior cidade dos Camarões também está entre as dez cidades que mais crescem em África. Douala é o lar do maior porto da África Central, que é vital para a economia do país e toda a Comunidade Económica e Monetária da África Central. É um importante centro financeiro, industrial, comercial, cultural e de tráfego dos Camarões.
Foto: picture-alliance / maxppp
8. Mbuji-Mayi, República Democrática do Congo
Provavelmente não há outro lugar no mundo com tantos diamantes como em Mbuji-Mayi. Os comerciantes de diamantes da cidade congolesa pintam edifícios com imagens brilhantes e bonitas para atrair os mineiros. A cidade tinha apenas 30.000 habitantes em 1960. Até 2018, Mbuji-Mayi deverá ter 2,3 milhões de habitantes. A imigração em massa das áreas vizinhas aumentou drasticamente a população.
Foto: Imago Images/H. Hoogte
9. Antananarivo, Madagáscar
Antananarivo é a maior cidade e capital do Estado insular de Madagáscar. A maioria dos turistas entra e sai do país pelo aeroporto da capital. Apesar de um período de doenças e guerras no século XVIII, a população da cidade cresceu de forma constante. Esse crescimento populacional deve-se sobretudo à saída das pessoas do interior para a capital do país.
Foto: Imago Images/Xinhua
10. Pretória, África do Sul
Por último, mas não menos importante, no top 10 está a cidade de Pretória, uma das três capitais da África do Sul. É a capital administrativa, com reconhecimento também no campo do ensino superior e da investigação. Localizada a norte de Joanesburgo, Pretória é um importante centro comercial e industrial, onde são construídas ferrovias, carros, máquinas e aço.