Descargas elétricas fazem mortos e feridos em Angola
Lusa | ms
22 de março de 2019
Pelo menos 5 pessoas morreram e 13 ficaram feridas devido a descargas elétricas provocadas pelas fortes chuvas e trovoadas que se têm feito sentir em várias províncias angolanas. Benguela debate-se com falhas de energia.
Publicidade
O caso mais recente ocorreu na noite de quarta-feira no município da Ganda, província de Benguela. Uma jovem de 18 anos e uma criança de cinco anos morreram e outras seis pessoas da mesma família ficaram feridas, de acordo com a imprensa local.
Também na noite de quarta-feira, na província do Cuando Cubango, um raio matou uma criança de 11 anos que se encontrava em casa a festejar o seu aniversário, tendo ainda quatro dos seus irmãos ficado feridos na ocasião.
Os dois primeiros casos, divulgados pela agência noticiosa Angop, aconteceram na segunda e na terça-feira, no município do Dande, província do Bengo, e em Mbanza Congo, província do Zaire, respetivamente.
No Zaire, morreu atingido por uma descarga elétrica um homem de 25 anos, e ficaram feridas outras duas pessoas da mesma família quando regressavam da lavra. Já no Bengo, um homem de 20 anos morreu atingido por um raio, enquanto a sua mãe ficou ferida.
O fenómeno das descargas elétricas em Angola, que se regista sobretudo no centro do país, provocou desde outubro de 2018 mais de três dezenas de mortes.
Falhas de energia em Benguela
Na província de Benguela, as falhas de energia elétrica têm sido frequentes. Segundo a Angop, a Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade já fez saber que a prioridade no fornecimento está a ser dada às estações de tratamento de água, hospitais, administrações locais e aeroporto.
No sábado, as chuvas e ventos fortes que assolaram o litoral da província provocaram pelo menos 16 mortos, entre os quais quatro crianças, e dezenas de feridos.
A intensa chuva atingiu, sobretudo, vários bairros da vila de Catumbela, destruindo casas, que soterraram várias pessoas, enquanto outras foram arrastadas pelas fortes enxurradas.
Todos os anos, quando a época da chuva chega, imagens semelhantes se repetem. Devido à falta de sistema de escoamento da água, ruas ficam alagadas gerando transtornos para a população da capital angolana e seu entorno.
Foto: DW/C. Vieira
Todo ano, a mesma cena
Todos os anos, quando a época da chuva chega, imagens semelhantes se repetem na capital angolana. Devido as deficiências do sistema de escoamento da água, as ruas ficam alagadas gerando transtornos para a população. O período chuvoso significa atrasos gerados pela intensificação dos congestionamentos, além de riscos para pedestres e motoristas que se aventuram a transitar pela cidade.
Foto: DW/C. Vieira
Ruas totalmente alagadas
Depois de uma noite chuvosa, um pequeno caminhão tenta atravessar uma enorme poça d’água numa rua da periferia de Luanda. Sem saber a profundidade da "lagoa", o motorista corre o risco de ficar atolado ou mesmo danificar o veículo. Os pobres sistemas de drenagem da cidade não permitem que a água escoe rapidamente. Com barreiras improvisadas, moradores tentam evitar que suas casas sejam inundadas.
Foto: DW/C. Vieira
Trânsito ainda mais lento
O tráfego pelas ruas esburacadas de Luanda é, após as chuvas, ainda mais difícil e lento do que os congestionamentos habituais. Os motoristas dão preferência aos locais onde o alagamento ainda não foi completo e evitam atravessar as poças d’água, pois podem ser mais profundas do que se pensa. É preciso atenção e muita paciência.
Foto: DW/C. Vieira
Pobres pedestres
Sem muitas rotas alternativas, os motoristas seguem pelas ruas inundadas. O tráfico de Luanda fica ainda mais caótico, com congestionamentos ainda maiores e mais lentos. Para quem se movimenta a pé pela cidade é praticamente impossível não se molhar - em muitos locais sequer existem calçadas e, quando há, muitas vezes também foram tomadas pela água da chuva.
Foto: DW/C. Vieira
Chuva e calor
Na estação chuvosa, as temperaturas permanecem altas em Angola. Aqui, as crianças procuram se refrescar na água da chuva. Uma situação aparentemente inocente, mas que pode ter sérias consequências. Vírus e bactérias que podem causar várias doenças - como a cólera, a diarreia e a hepatite – podem se acumular na água.
Foto: DW/C. Vieira
Brincadeira perigosa
Aqui, um quintal foi inundado e formou-se um pequeno lago, onde as crianças brincam. Seria melhor se as crianças evitassem estes "lagos", principalmente alguns dias após as chuvas, pois acumulam-se bactérias neles. Também o mosquito da malária pode se reproduzir rapidamente na água parada e, assim, aumentar a incidência da doença.
Foto: DW/C. Vieira
Problemas também nas áreas centrais
A chuva gera transtornos não apenas nas regiões periféricas. Também nas áreas mais centrais da capital angolana registram-se alagamentos, longos congestionamentos, e dificuldades de locomoção. Na foto, um motorista segue lentamente por uma rua totalmente tomada pela água da chuva, no centro de Luanda.