Cinco décadas depois do assassinato do líder da resistência negra norte-americana Martin Luther King, que lutava pelos direitos civis, os afrodescendentes ainda enfrentam muitas desvantagens sociais nos Estados Unidos.
Martin Luther King durante o famoso discurso "Eu tenho um sonho", em 1963Foto: picture-alliance/AP Photo
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No dia 4 de abril de 1968, Martin Luther King Jr. foi assassinado nos Estados Unidos, aos 39 anos de idade. Líder de um movimento de resistência pacífica. Luther King nunca veria o resultado da sua luta pela igualdade na América. Apesar do aumento da mobilização social entre os afro-americanos desde a sua morte, muitos negros continuam a viver desigualdades em todos os níveis da sociedade norte-americana.
Desigualdade económica, detenções em massa e violência policial são algumas das questões que mais afetam a comunidade negra norte-americana. E depois das últimas eleições, com um Presidente acusado de racismo, muitos temem que esta tendência política esteja a minar as lutas dos antecessores.
A diretora do Centro de Políticas Públicas e Liderança Ronald Walters, na Universidade de Howard, uma histórica instituição de afrodescendentes em Washington, está preocupada com a atual situação nos Estados Unidos. Elsie Scott critica o desequilíbrio racial no sistema prisional norte-americano dizendo que "o encarceramento é uma nova forma de escravatura".
"Quando verificamos que os negros estão na prisão de forma desproporcional e que este país detém mais pessoas do que qualquer outro país desenvolvido, então não resta muita esperança", afirma.
População prisional norte-americana tem mais negros do que brancos, critica investigadora Foto: M. Tama/Getty Images
Disparidades raciais
Embora o nível de educação superior e o acesso às classes média e alta para os negros norte-americanos tenham aumentado desde a década de 60, a situação no geral ainda está longe da igualdade. Os níveis atuais de pobreza são aproximadamente três vezes mais altos para os negros do que para os brancos, de acordo com o censo dos Estados Unidos de 2017.
E mesmo que as taxas de desemprego tenham caído desde 1983, quando chegaram a quase 20% entre os afro-americanos e 10% entre os brancos, continua a existir uma lacuna significativa entre os dois grupos.
Martin Luther King foi assassinado há 50 anos
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De acordo com Ibram Kendi, diretor do Centro Anti-racista e de Políticas da American University, em Washington, 50 anos depois do assassinato de Martin Luther King, ainda se vive situações muitos semelhantes às que o líder viveu nos últimos anos da sua vida.
"Quando Martin Luther King estava vivo, os negros tinham duas vezes mais possibilidades de estar desempregados do que os americanos brancos. E eles continuam com as mesmas chances, de modo que a disparidade racial persistiu ao longo do tempo", constata.
"O sonho transformou-se em pesadelo"
Em 1967, alguns anos depois de seu icónico discurso "Eu tenho um sonho" (I have a Dream, em inglês), Martin Luther King disse numa entrevista que o seu sonho para os Estados Unidos da América "em muitos aspetos transformou-se num pesadelo".
O diretor do Centro Anti-racista e de Políticas da American University vê paralelos entre a dicotomia pesadelo-sonho de Luther King e os Estados Unidos em 2018. E diz que muitos afro-americanos veem as presidências de Barack Obama e Donald Trump como exemplos desta dicotomia.
"Há um historial de progresso para a luta racial e para o racismo - o racismo que Luther King enfrentava nos últimos meses da sua vida. E estamos a viver isto hoje em dia", considera Ibram Kendi.
Para a diretora do Centro de Políticas Públicas e Liderança Ronald Walters, Elsie Scott, os negros norte-americanos devem continuar a luta pelos direitos civis conquistados por Martin Luther King. "Luther King dizia: ‘Se os meus netos tiverem de lutar a mesma luta que eu, porque eu fiz tudo o que eu fiz? A minha vida terá sido em vão?' Isto significa muito para mim".
Donald Trump: Populista, empreendedor, Presidente
Donald Trump é empreendedor imobiliário e estrela de televisão. Muitos não o levavam a sério. Mas ele venceu as eleições e, a partir de 20 de janeiro de 2017, será o 45º Presidente dos Estados Unidos da América (EUA).
Foto: picture-alliance/dpa/K. Lemm
A família, o seu império
Trump com a sua família: a esposa, Melania (de branco), as filhas Ivanka e Tiffany, os filhos Eric e Donald Junior, e os netos Kai e Donald Junior 3º. Os filhos são "vice-presidentes seniores" do conglomerado Trump.
Foto: picture-alliance/dpa
Frederick Junior, o pai
Donald Trump herdou o dinheiro para os seus investimentos do pai, Frederick, que lhe deu um capital inicial de um milhão de dólares. Após a sua morte, em 1999, Donald e os seus três irmãos herdaram uma fortuna de 400 milhões de dólares.
Foto: imago/ZUMA Press
Capitão Trump
Quando tinha 13 anos, o seu pai enviou Trump para um internato militar em Cornwall-on-Hudson, onde deveria aprender a ser disciplinado. No último ano, ele obteve inclusive uma patente militar. Ele diz que, ali, recebeu mais treinamento militar do que nas Forças Armadas americanas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/
"Very good, very smart"
"Muito bom, muito inteligente", é o que Trump diz de si mesmo. E acrescenta que cursou a escola de elite Wharton (foto), da Universidade de Pensilvânia, na Filadélfia, onde se formou em 1968. É uma das oito universidades integrantes da Ivy League, as universidades mais prestigiadas dos EUA. Mesmo assim, sabe-se pouco sobre o percurso de Trump na faculdade.
Foto: picture-alliance/AP Photo/B.J. Harpaz
Dispensado da Guerra do Vietname
Devido a um problema no calcanhar, Trump foi dispensado e não lutou na Guerra do Vietname. Na guerra, morreram cerca de 58 mil soldados dos Estados Unidos e aproximadamente três a quatro milhões de vietnamitas dos dois lados, além de outros dois milhões de cambojanos e laocianos.
Foto: picture-alliance/AP Photo
Ivana, a primeira esposa
Em 1977, Trump casou-se com a modelo tcheca Ivana Zelníčková, com quem teve três filhos. O relacionamento foi acompanhado de rumores sobre relacionamentos extraconjugais. Foi Ivana quem apelidou Trump de "The Donald".
Foto: Getty Images/AFP/Swerzey
Anos 80: Abertura do Harrah's at Trump Plaza
Esta foto, tirada em 1984, marca a abertura do Harrah's at Trump Plaza, um complexo envolvendo hotel, restaurante e casino em Atlantic City (Nova Jérsia). Este foi um dos primeiros investimentos que tornaram Trump bilionário.
Foto: picture-alliance/AP Images/M. Lederhandler
Família número 2
Em 1990, Trump divorciou-se de Ivana e casou-se com Marla, 17 anos mais jovem que ele. A filha do casal se chama Tiffany.
Foto: picture alliance/AP Photo/J. Minchillo
As meninas de Trump
Em público, Trump não aparece só ao lado de sua esposa. Ele costuma acompanhar concursos de beleza ao lado de jovens modelos. De 1996 a 2015, ele foi o responsável pelo concurso de Miss Universo ("Miss Universe") nos EUA.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Lemm
Livro muito lido e vendido
Como fazer milhões de forma rápida? O best-seller de Trump "A arte da negociação" é um exemplo. O livro é em parte autobiográfico, em parte um livro de dicas para empresários ambiciosos. A publicação não foi somente uma das mais vendidas nos EUA, como também colocou Trump no centro das atenções no país.
Foto: Getty Images/AFP/M. Schwalm
O nome é a marca
Trump investe de forma agressiva, mas também sofre fracassos. Numa perspectiva de longo prazo, no entanto, obtém sucesso, como por exemplo com a Trump Tower em Nova York. Ele calcula a sua fortuna hoje em 10 bilhões de dólares. Especialistas, entretanto, consideram um terço desse valor mais realista. Portanto, cerca de 3 bilhões de dólares.
Foto: Getty Images/D. Angerer
"The Donald" no ringue
Como poucos, Trump consegue chamar a atenção dos mídia. Seu campo de ação inclui até um ringue de luta livre. No seu programa de TV "O Aprendiz" ("The Apprentice"), os candidatos eram contratados ou demitidos. A primeira edição foi ao ar durante o ano de 2004 na cadeia televisiva NBC. A frase favorita de Trump no programa era "Você está demitido!"
Foto: Getty Images/B. Pugliano
Ascenção rápida de Trump na política
Em 16 de junho de 2015, Trump anunciou a candidatura para a corrida presidencial pelo Partido Republicano. O seu slogan foi: "Faça a América grande outra vez" ("Make America great again"). A campanha foi feita ao lado da família e com slogans contra imigrantes, muçulmanos, mulheres e adversários políticos. Investiu muito nos mídia sociais como o Twitter onde tem 13,8 milhões de seguidores.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Lane
45º presidente dos Estados Unidos da América
A partir do dia 20 de janeiro de 2017, o populista e showman será o novo Presidente dos Estados Unidos. No início da campanha, poucos pensavam que poderia vencer as eleições do dia 8 de novembro de 2016 contra a candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton. Mas a história de Donald J. Trump também mostra que este homem tem a capacidade de se transformar como um camaleão.