Polícia camaronesa prendeu 38 homens fortemente armados que se dirigiam para a Guiné Equatorial, informou fonte militar esta sexta-feira (29.12). Diplomata fala em tentativa de desestabilizar a Guiné Equatorial.
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Os 38 suspeitos, que foram detidos em um ônibus na fronteira dos Camarões, na passada quarta-feira (27.12), tinham lançadores de foguetes, rifles e muita munição, segundo informações divulgadas pela agência AFP.
As polícias militar e local lançaram uma investigação sobre as intenções dos homens, que são nacionais do Chade, da República Centro-Africana, dos Camarões e da própria Guiné Equatorial.
A prisão dos homens armados aconteceu um dia antes do principal partido da oposição da Guiné Equatorial, Cidadãos para a Inovação (CI), denunciar a detenção de "dezenas" de ativistas nas sedes do CI, na capital Malabo, e na cidade portuária de Bata.
O partido disse que pelo menos 50 ativistas já haviam detidos desde as eleições gerais de 12 de novembro, nas quais o partido no poder do Presidente Teodoro Obiang Nguema obteve uma vitória esmagadora com 92% dos votos.
As eleições foram amplamente criticadas por grupos da oposição como fraudulentas.
Troca de acusações
No entanto, em conferência de imprensa, o embaixador da Guiné Equatorial na França, Miguel Oyono Ndong Mifumu, referiu-se ao incidente como uma "vontade de desestabilizar a qualquer preço" o seu país, enfatizando a "coincidência" da "invasão mercenária" com a "campanha" do partido Cidadãos para a Inovação (CI), que denuncia a prisão de dezenas de seus ativistas.
Ndong Mifumu disse ainda que seu país não persegue "adversários políticos", mas que o Ministério Público convocou militantes do CI - por supostamente estarem envolvidos em ações violentas nos últimos meses.
"Aqueles que infringiram a lei têm que responder perante os tribunais", disse Oyono Ndong.
O embaixador da Guiné Equatorial em França recusou-se a dar números de pessoas presas ou convocadas pelos tribunais e indicou que a investigação está em andamento.
Ele disse ainda uma invstigação está em curso para verificar se há implicações "internas", mas enfatizou que "a calma prevalece na Guiné Equatorial".
A Guiné Equatorial, que também faz fronteira com o Gabão, é um dos maiores produtores de petróleo da África Sub-Saariana, mas uma grande proporção de seus 1,2 milhões de habitantes ainda vive na pobreza.
Os chefes de Estado há mais tempo no poder
São presidentes, príncipes, reis ou sultões, de África, da Ásia ou da Europa. Estes são os dez chefes de Estado há mais tempo no poder.
Foto: Jack Taylor/Getty Images
Do golpe de Estado até hoje - Teodoro Obiang Nguema
Teodoro Obiang Nguema Mbasogo assumiu a Presidência da Guiné Equatorial em 1979, ainda antes de José Eduardo dos Santos. Teodoro Obiang Nguema derrubou o seu tio do poder: Francisco Macías Nguema foi executado em setembro de 1979. A Guiné Equatorial é um dos países mais ricos de África devido às receitas do petróleo e do gás, mas a maioria dos cidadãos não beneficia dessa riqueza.
Foto: DW/R. Graça
O Presidente que adora luxo - Paul Biya
Paul Biya é chefe de Estado dos Camarões desde novembro de 1982. Muitos dos camaroneses que falam inglês sentem-se excluídos pelo francófono Biya. E o Presidente também tem sido alvo de críticas pelas despesas que faz. Durante as férias, terá pago alegadamente 25 mil euros por dia pelo aluguer de uma vivenda. Na foto, está acompanhado da mulher Chantal Biya.
Foto: Reuters
Mudou a Constituição para viabilizar a reeleição - Yoweri Museveni
Yoweri Museveni já foi confirmado seis vezes como Presidente do Uganda. Para poder concorrer às eleições de 2021, Museveni mudou a Constituição e retirou o limite de idade de 75 anos. Venceu o pleito com 58,6% dos votos, reafirmando-se como um dos líderes autoritários mais antigos do mundo. O candidato da oposição, Bobi Wine, alegou fraude generalizada na votação e rejeitou os resultados oficiais.
Foto: Getty Images/AFP/I. Kasamani
"O Leão de Eswatini" - Mswati III
Mswati III é o último governante absolutista de África. Desde 1986, dirige o reino de Eswatini, a antiga Suazilândia. Acredita-se que tem 210 irmãos; o seu pai Sobhuza II teve 70 mulheres. A tradição da poligamia continua no seu reinado: até 2020, Mswati III teve 15 esposas. O seu estilo de vida luxuoso causou protestos no país, mas a polícia costuma reprimir as manifestações no reino.
Foto: Getty Images/AFP/J. Jackson
O sultão acima de tudo - Haji Hassanal Bolkiah
Há quase cinco décadas que o sultão Haji Hassanal Bolkiah é chefe de Estado e Governo e ministro dos Negócios Estrangeiros, do Comércio, das Finanças e da Defesa do Brunei. Há mais de 600 anos que a política do país é dirigida por sultões. Hassanal Bolkiah, de 74 anos, é um dos últimos manarcas absolutos no mundo.
Foto: Imago/Xinhua/J. Wong
Monarca bilionário - Hans-Adam II
Desde 1989, Hans-Adam II (esq.) é chefe de Estado do Liechtenstein, um pequeno principado situado entre a Áustria e a Suiça. Em 2004, nomeou o filho Aloísio (dir.) como seu representante, embora continue a chefiar o país. Hans-Adam II é dono do grupo bancário LGT. Com uma fortuna pessoal estimada em mais de 3 mil milhões de euros é considerado o soberano europeu mais rico.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Nieboer
De pastor a parceiro do Ocidente - Idriss Déby
Idriss Déby (à esq.) foi Presidente do Chade de 1990 a 2021. Filho de pastores, Déby formou-se em França como piloto de combate. Apesar do seu autoritarismo, Déby foi um parceiro do Ocidente na luta contra o extremismo islâmico (na foto com o Presidente francês Macron). Em abril de 2021, um apenas dia após após a confirmação da sua sexta vitória eleitoral, Déby foi morto num combate com rebeldes.
Foto: Eliot Blondet/abaca/picture alliance
Procurado por genocídio - Omar al-Bashir
Omar al-Bashir foi Presidente do Sudão entre 1993 e 2019. Chegou ao poder em 1989 depois de um golpe de Estado sangrento. O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu em 2009 um mandado de captura contra al-Bashir por alegada implicação em crimes de genocídio e de guerra no Darfur. Em 2019, foi deposto e preso após uma onda de protestos no país.
Foto: Getty Images/AFP/A. Shazly
O adeus - José Eduardo dos Santos
José Eduardo dos Santos foi, durante 38 anos (de 1979 a 2017), chefe de Estado de Angola. Mas não se recandidatou nas eleições de 2017. Apesar do boom económico durante o seu mandato, grande parte da população continua a viver na pobreza. José Eduardo dos Santos tem sido frequentemente acusado de corrupção e de desvio das receitas da venda do petróleo. A sua família é uma das mais ricas de África.
Foto: picture-alliance/dpa/P.Novais
Fã de si próprio - Robert Mugabe
Robert Mugabe chegou a ser o mais velho chefe de Estado do mundo (com uma idade de 93 anos). O Presidente do Zimbabué esteve quase 30 anos na Presidência. Antes foi o primeiro-ministro. Naquela época, aconteceram vários massacres que vitimaram milhares de pessoas. Também foi criticado por alegada corrupção. Após um levantamento militar, renunciou à Presidência em 2017. Morreu dois anos mais tarde.