Dhlakama anuncia chegada de mediadores a Moçambique
7 de julho de 2016"Por aquilo que o chefe negocial da RENAMO [José Manteigas] me disse, está previsto até ao dia 11 que todos os mediadores estejam prontos em Moçambique, faltando apenas saber o exato dia do início ou arranque das negociações", afirmou o líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) ao canal privado moçambicano STV.
O principal partido da oposição moçambicana deve chegar a consenso com a sua contraparte do Governo para o fim dos confrontos militares no centro, disse ainda Afonso Dhlakama.
Os ataques a veículos militares e civis têm aumentado no centro do país. O presidente da RENAMO não se refere diretamente às emboscadas a alvos civis, mas diz que o movimento tem estado a defender-se de alegadas investidas das Forças de Defesa e Segurança.
"Quem anda 1.500 quilómetros para vir bombardear aqui no centro são os da FRELIMO [Frente de Libertação de Moçambique]", acusou Dhlakama, referindo-se ao partido que governa o país desde a independência em 1975.
Mediação internacional
A União Europeia (UE) e a Igreja Católica foram formalmente convidadas pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, para mediarem o fim da crise política entre Governo e a RENAMO.
Segundo fonte comunitária citada pela agência de notícias Lusa, a delegação da UE em Maputo recebeu uma carta do chefe de Estado, endereçada ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, com o convite formal para integrar a equipa de mediadores nas negociações de paz.
O porta-voz da Conferência Episcopal de Moçambique e bispo auxiliar de Maputo, João Nunes, também confirmou à Lusa um convite de Nyusi entregue na Nunciatura Apostólica na capital moçambicana, na qualidade de representante do Vaticano, para que a Igreja Católica também seja mediadora na crise.
O Governo da África Sul foi a terceira entidade convidada para o processo de mediação. Até ao momento, desconhece-se uma resposta oficial ao convite que lhe foi endereçado.
Em junho, Filipe Nyusi e Afonso Dhlakama anunciaram terem chegado, por telefone, a um consenso sobre a participação de mediadores internacionais nas negociações para o fim dos confrontos.
A RENAMO recusa-se a aceitar os resultados das eleições gerais de 2014 e continua a dizer que pretende governar em seis províncias onde reivindica vitória no escrutínio.
Novo ataque no centro
Homens armados da RENAMO terão atacado quarta-feira (07.07) a sede da localidade de Banga, no distrito de Tsangano, província de Tete, informaram autoridades locais, citadas pela Rádio Moçambique.
Segundo o comandante provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Tete, Fabião Pedro Nhancololo, o grupo invadiu a residência do chefe da localidade de Banga e as instalações do registo civil, além de roubar medicamentos do posto de saúde.
As autoridades anunciaram ainda que a segurança foi reforçada no local, decorrendo neste momento operações para a captura dos autores do ataque.