Consensos foram alcançados com o Presidente moçambicano
17 de junho de 2016 Afonso Dhlakama, revelou esta sexta-feira (17.06) que espera que uma nova fase do diálogo tenha início na próxima semana na sequência do anúncio feito na quinta-feira (16.06.) pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, indicando que aceitava a mediação.
O líder da RENAMO mostrou-se satisfeito com a decisão do Presidente Nyusi de aceitar a mediação do diálogo para pôr fim a tensão político militar no país.
Dhlakama disse que na sequência desta decisão, a Comissão Mista encarregue de preparar o encontro entre as lideranças do Governo e da RENAMO, reúne-se ainda esta sexta-feira ( 17.06.) para preparar os termos de referência sobre a inclusão da mediação no diálogo.
Zuma, UE e Igreja Católica como mediadores
A RENAMO propõe como mediadores o Presidente sul-africano, Jacob Zuma, a União Europeia e a Igreja Católica.Falando a jornalistas numa teleconferência a partir da Gorongosa, província de Sofala, centro do país, onde se encontra refugiado desde finais do ano passado, Dhlakama revelou que manteve uma conversa telefónica com o Presidente Nyusi nos últimos dois dias, em que abordaram a situação político militar no país.
"Nós os dois chegamos a um entendimento. Temos que arranjar uma solução como moçambicanos, porque as armas não resolvem quase nada. Para terminarmos com tudo teremos que sentar sempre e fazermos um acordo de entendimento”.
Entendimento entre as partes
Afonso Dhlakama, disse que durante as conversas com Nyusi chegaram a entendimento para a mediação do diálogo e o alargamento da Comissão Mista de seis para doze membros, devendo este órgão encarregar-se da discussão dos pontos agendados entre as duas partes.
Segundo Dhlakama, Nyusi pretendia que a discussão ocorresse de imediato ao nível das lideranças do Governo e da Resistência Nacional Moçambicana, mas “fiz-lhe entender que não era possível depois de tudo aquilo que aconteceu em setembro do ano passado [em que teria sido vítima de emboscadas]. Mesmo agora há uma ofensiva de mercenários, todos a quererem matar ou capturar o Dhlakama. Também não é metodologia serem os próprios líderes a negociar. Eu preciso que sejam os grupos de negociação e depois de tudo “cozinhado” já podemos apadrinhar, abraçarmo-nos”, destacou o líder da RENAMO.
A Comissão Mista acordou quatro pontos para o debate nomeadamente a governação nas seis províncias onde a RENAMO afirma ter ganho as últimas eleições gerais, o enquadramento de quadros daquele partido em lugares-chave nas Forças Armadas e na Polícia e a despartidarização do Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE).Questionado para quando estaria previsto o fim das hostilidades militares, Dhlakama afirmou que “tudo é possível se existir boa vontade em ambos os lados. Eu gostaria que isso contecesse. Vamos negociar até este ponto de cessação das hostilidades desde que haja garantias que ninguém irá esconder-se para capturar ou para enganar o outro.