Secretário-geral da ONU: "Diálogo com talibãs é essencial"
11 de setembro de 2021"Por agora, o importante é ter contato. Esse contato é necessário", enfatizou António Guterres em entrevista coletiva em que afirmou que a prioridade deve ser o apoio humanitário à população do Afeganistão.
O chefe da entidade pediu que, independentemente do reconhecimento do novo Governo, é preciso buscar formas de injetar dinheiro na economia afegã para evitar o seu colapso.
Guterres citou o risco de colapso da economia afegã como resultado do congelamento dos recursos internacionais por muitos países e instituições desde que os talibãs chegaram ao poder.
"Não há interesse num colapso económico"
"Ninguém tem interesse num colapso da economia afegã", insistiu Guterres, reiterando a mensagem que a sua enviada para o Afeganistão, Deborah Lyons, transmitiu ao Conselho de Segurança na quinta-feira: "devem ser encontradas formas de manter o dinheiro fluindo para o país".
"Não se trata aqui do reconhecimento de ninguém. Trata-se de encontrar formas de ter uma injeção de dinheiro suficiente", declarou.
Como exemplo da atual complexidade da situação, o diplomata português afirmou que a ONU é atualmente incapaz de pagar os salários dos seus trabalhadores no país.
Olhando para o futuro, Guterres disse que o mais positivo seria a formação de um Governo inclusivo que respeite os compromissos internacionais do país e leve em conta as preocupações da comunidade internacional sobre o terrorismo e os direitos humanos, o que permitiria a "normalização" das relações com o Afeganistão.