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Diálogo em Moçambique não pode ser só sobre eleições

af | DW (Deutsche Welle)
26 de novembro de 2024

A plataforma Manifesto do Cidadão defende que o Presidente deve dialogar com a sociedade para devolver estabilidade e paz a Moçambique. Académicos juntam-se aos apelos para uma saída urgente para a crise pós-eleitoral.

Protesto pós-eleitoral em Maputo
Tomás Timbane: "Não conheço nenhum moçambicano que não esteja preocupado com o momento que o país atravessa"Foto: Amós Fernando/DW

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, convidou os quatro candidatos presidenciais que concorreram às eleições gerais de 9 de outubro, nomeadamente Lutero Simango, Daniel Chapo, Venâncio Mondlane e Ossufo Momade, para um encontro no seu gabinete de trabalho, às 16 horas de Maputo, para discutir a crise pós-eleitoral que o país vive. 

Nas vésperas do encontro, Filipe Nyusi recebeu na segunda-feira (25.11), em Maputo, um grupo de académicos moçambicanos, com quem discutiu a situação do país.

"Enquanto moçambicanos estamos preocupados com o momento que o país atravessa. Um dos pontos do nosso manifesto é justamente discutir sobre a justiça eleitoral, é discutir sobre a separação de poderes, é discutir sobre uma diversidade de temas que preocupa a nossa sociedade", disse Tomás Timbane, o porta-voz da plataforma Manifesto do Cidadão.

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"A nossa preocupação é justamente discutir esses vários problemas, incluindo, naturalmente, questões relativas à justiça eleitoral", sublinhou Timbane.

O antigo Bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique defende que neste momento as discussões devem ir para além de questões eleitoralistas.

"Eu não conheço nenhum moçambicano que não esteja preocupado com o momento que o país atravessa e todos nós queremos que rapidamente tudo volte à normalidade, que as instituições funcionem, porque tudo é possível que seja discutido, que seja ponderado, que seja analisado até se encontrar as melhores soluções para o desenvolvimento do nosso país", destacou.

Sobre a crise que o país vive, os académicos juntam-se aos apelos para uma saída urgente. "Moçambique não é só isso, há muitos outros problemas que ao longo do tempo têm sido discutidos, têm sido colocados nas mais diversas instituições, separação de poderes, poderes presidenciais, enfim", concluiu Timbane.

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