"Dia da Vitória": Desfile russo junta aliados de Putin
DW (Deutsche Welle) | com agências
9 de maio de 2025
Putin celebrou o Dia da Vitória com desfile militar em Moscovo, comparando a guerra na Ucrânia à luta contra o nazismo, e reunindo aliados de África, China e América Latina.
"Dia da Vitória" na Rússia - Vladimir Putin e Ibrahim Traore, Presidente do Burkina FasoFoto: picture alliance / Anadolu
As celebrações contam com a participação de cerca de trinta líderes estrangeiros, incluindo o Presidente chinês Xi Jinping, o Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e os líderes do Burkina Faso, Zimbabué, Congo, Etiópia e Guiné Equatorial.
Questionado sobre que significado poderia ter a presença de todos estes líderes em Moscovo, o historiador togolês Goeh Akue, explica que: "Obviamente, a Rússia é hoje um contrapeso importante. Por isso, penso que atualmente é importante ter alianças que sejam estratégicas. Por isso, aceitam de bom grado o convite da Rússia, que também está à procura de alianças estratégicas”.
Putin saúda tropas na Praça Vermelha durante o desfile do Dia da Vitória, acompanhado por líderes da China, Brasil e ÁfricaFoto: Yuri Kochetkov/Pool Photo/AP/picture alliance
Ainda assim, Goeh Akue nota que, "na maioria dos países africanos, esta data passa despercebida, porque as pessoas já não se preocupam com ela. As embaixadas comemoram-na, mas no Togo não comemoramos nada”.
O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, - desafiando as posições da União Europeia - e o chefe de Estado sérvio, Aleksandar Vucic, também estiveram presentes, assim como o Presidente dos sérvios da Bósnia, Milorad Dodik, procurado pela justiça da Bósnia.
"A Rússia tem sido e será uma barreira indestrutível contra o nazismo, a russofobia e o antissemitismo", disse o chefe de Estado, que também prestou homenagem ao papel desempenhado pelos países aliados na derrota das tropas de Hitler.
Na parada militar em Moscovo marcharam 11 mil soldados, incluindo 1.500 militares que combateram na Ucrânia, noticiou hoje a agência estatal TASS.
"Putin a um passo de desencadear a Terceira Guerra Mundial"
04:20
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Na ocasião, na Praça Vermelha, em Moscovo, o Presidente russo saudou os soldados norte-coreanos que integram o contingente das forças russas em campanha na Ucrânia desde o ano passado.
"Desejo as maiores felicidades a todas as vossas tropas", disse Putin dirigindo-se aos oficiais norte-coreanos uniformizados presentes na cerimónia.
Após o desfile na Praça Vermelha, os líderes depositaram uma coroa de flores no Túmulo do Soldado Desconhecido, situado junto das muralhas do Kremlin, sede da presidência da Rússia.
A cerimónia terminou com um desfile da guarda presidencial, após o qual Putin e os convidados se dirigiram para o edifício do Kremlin.
Antes, Vladimir Putin tinha referido a coragem dos soldados russos na Ucrânia.
Reforço da segurança
As festividades foram marcadas, esta semana, por ataques de 'drones' ucranianos contra Moscovo e por graves perturbações nos aeroportos da capital.
Na manhã de quarta-feira, a companhia aérea russa Aeroflot cancelou mais de 100 voos de e para Moscovo e atrasou mais de 140 ligações aéreas, uma vez que os militares estavam a repelir os repetidos ataques de drones ucranianos contra a capital.
As autoridades russas reforçaram a segurança antes do desfile e foram registados cortes das ligações de internet e nada rede de telemóvel, no âmbito das contramedidas eletrónicas destinadas a impedir mais ataques de aparelhos aéreos não tripulados (drones).
Memoriais do terror do fascismo na Alemanha
Desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), diversos memoriais foram inaugurados na Alemanha para homenagear vítimas do conflito e os perseguidos e mortos pelo regime nazista de Adolf Hitler.
Foto: picture-alliance/dpa
Campo de concentração de Dachau
Um dos primeiros campos de concentração criados durante o regime nazista foi o de Dachau. Poucas semanas depois de Hitler chegar ao poder, os primeiros prisioneiros já foram levados para o local, que serviu como modelo para os futuros campos do "Reich" ("império"). Apesar de não ter sido concebido como campo de extermínio, em nenhum outro lugar foram assassinados tantos dissidentes políticos.
Foto: picture-alliance/dpa
Reichsparteitagsgelände
A antiga área de desfiles do Partido Nacional-Socialista em Nuremberg, denominada "Reichsparteitagsgelände", foi de 1933 até o início da Segunda Guerra palco de passeatas e outros eventos de propaganda do regime nazista, reunindo até 200 mil participantes. Lá está atualmente instalado um centro de documentação.
Foto: picture-alliance/Daniel Karmann
Casa da Conferência de Wannsee
A Vila Marlier, localizada às margens do lago Wannsee, em Berlim, foi um dos centros de planejamento do Holocausto. Lá reuniram-se, em 20 de janeiro de 1942, 15 membros do governo do "Terceiro Reich" e da organização paramilitar SS (Schutzstaffel) para discutir detalhes do genocídio dos judeus. Em 1992, o Memorial da Conferência de Wannsee foi inaugurado na vila.
Foto: picture-alliance/dpa
Campo de Bergen-Belsen
De início, a instalação na Baixa Saxônia servia como campo de prisioneiros de guerra. Nos últimos anos do conflito, eram geralmente enviados para Bergen-Belsen os doentes de outros campos. A maioria ou foi assassinada ou morreu em decorrência das enfermidades. Uma das 50 mil vitimas foi a jovem judia Anne Frank, que ficou mundialmente conhecida com a publicação póstuma do seu diário.
Foto: picture alliance/Klaus Nowottnick
Memorial da Resistência Alemã
No complexo de edifícios Bendlerblock, em Berlim, planejou-se um atentado fracassado contra Adolf Hitler. O grupo de resistência, formado por oficiais sob comando do coronel Claus von Stauffenberg, falhou na tentativa de assassinar o ditador em 20 de julho de 1944. Parte dos conspiradores foi fuzilada no mesmo dia, no próprio Bendlerblock. Hoje, o local abriga o Memorial da Resistência Alemã.
Foto: picture-alliance/dpa
Ruínas da Igreja de São Nicolau
Como parte da Operação Gomorra, aviões americanos e britânicos realizaram uma série de bombardeios contra a estrategicamente importante Hamburgo. A Igreja de São Nicolau, no centro da cidade portuária, servia aos pilotos como ponto de orientação e foi fortemente danificada nos ataques. Depois de 1945 não foi reconstruída, e suas ruínas foram dedicadas às vítimas da guerra aérea na Europa.
Foto: picture-alliance/dpa
Sanatório Hadamar
A partir de 1941, portadores de doenças psiquiátricas e deficiências eram levados para o sanatório de Hadamar, em Hessen. Considerados "indignos de viver" pelos nazistas, quase 15 mil – de um total de 70 mil em todo o país – foram mortos ali com injeções de veneno ou com gás. O atual memorial engloba a antiga instituição da morte e o cemitério contíguo, onde estão enterradas algumas das vítimas.
Foto: picture-alliance/dpa
Monumento de Seelow
A Batalha de Seelow deu início à ofensiva do Exército Vermelho contra Berlim, em abril de 1945. No maior combate em solo alemão, cerca de 100 mil soldados das Wehrmacht enfrentaram o Exército soviético, dez vezes maior. Após a derrota alemã, em 19 de abril o caminho para Berlim estava aberto. Já em 27 de novembro de 1945 era inaugurado o monumento nas colinas de Seelow, em Brandemburgo.
Foto: picture-alliance/dpa
Memorial do Holocausto
O Memorial ao Holocausto em Berlim foi inaugurado em 2005, em memória aos 6 milhões de judeus assassinados pelos nazistas na Europa. Não muito distante do Bundestag (parlamento), 2.711 estelas de cimento de tamanhos diferentes formam um labirinto por onde os visitantes podem caminhar livremente. Uma exposição subterrânea complementa o complexo do Memorial.
Foto: picture-alliance/dpa
Monumento aos Homossexuais Perseguidos
De formas inspiradas no Memorial do Holocausto e próximo a ele, o monumento aos homossexuais perseguidos pelo nazismo foi inaugurado em 27 de maio de 2008, no parque berlinense Tiergarten. Uma abertura envidraçada permite ao visitante vislumbrar o interior do monumento, onde um vídeo infinito mostra casais de homens e de mulheres que se beijam.
Foto: picture alliance/Markus C. Hurek
Monumento aos Sintos e Roma Assassinados
O mais recente memorial central foi inaugurado em Berlim em 2012. Em frente ao Reichstag, um jardim lembra o assassinato de 500 mil ciganos durante o regime nazista. No centro de uma fonte de pedra negra, está uma estela triangular: ela evoca a forma do distintivo que os prisioneiros ciganos dos campos de concentração traziam em seus uniformes.
Foto: picture-alliance/dpa
'Pedras de Tropeçar'
Na década de 1990, o artista alemão Gunter Demnig começou um projeto de revisão do Holocausto: diante das antigas residências das vítimas, ele aplica placas de metal onde estão gravados seus nomes e as circunstâncias das mortes. Há mais de 45 mil dessas "Stolpersteine" (pedras de tropeçar) na Alemanha e em 17 outros países europeus, formando o maior memorial descentralizado às vítimas do nazismo.