O coordenador do Zentrum Portugiesischsprachige Welt (ou "Centro Mundial de Língua Portuguesa", na tradução literal) da universidade, Sebastião Iken, diz que o idioma é a base para a troca cultural que há entre os países lusófonos. Língua oficial em nove nações, o português é falado por 260 milhões de pessoas, de acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas.
"O idioma é muito importante para a troca cultural. São países culturalmente muito diferentes. Eu costumo falar para os meus alunos que a gente tem que falar de culturas de língua portuguesa. São várias culturas que são unificadas pela língua portuguesa, que também tem as suas variedades. A variedade brasileira, a angolana e tantas outras. E a outra coisa que é fascinante é o crioulo de base portuguesa, que é outra riqueza desse espaço linguístico," considera.
Já conhece o "influenciador literário" de Luanda?
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Troca cultural por meio do idioma
Pela cultura e, sobretudo, pela música, o professor Albertino Moreira Júnior ensina o idioma a quem não tem o português como primeira língua.
"Eu acho que [a música] é uma forma muito rica de se aprender um idioma, porque ela é muito generosa. Você pode trabalhar muita coisa. Tem a fonética, por exemplo, a pronúncia, pode-se falar sobre o compositor da canção, o contexto em que ele viveu ou vive," comenta.
Para compartilhar a produção cultural promovida pela língua portuguesa, os pesquisadores do idioma promovem o "Tanto Mar - Festival das Culturas de Língua Portuguesa" que se realiza a cada dois anos na Alemanha. A jornalista de cultura lusófona Cláudia Heib comenta sobre a edição deste ano que tem foco no português falado em África, onde se concentra a maioria dos países que tem o idioma como língua oficial.
"Temos um foco para a África muito anglófono aqui na Europa. Mas o festival coloca os holofotes sobre os países lusófonos em África", ponderou Heib.
Angola: Mitos e encantos das Pedras Negras de Pungo-Andongo
Localizam-se em Malanje e são uma importante atração turística de Angola. As Pedras Negras de Pungo-Andongo, formações rochosas com milhões de anos, impressionam pela sua grandiosidade e beleza. Conheça a sua história.
Foto: Nelson Camuto/DW
Grandiosidade e beleza
Esta importante atração turística angolana, localiza-se no município de Kakuzo, a 116 quilómetros de Malanje, e impressiona pela sua grandiosidade e beleza. As formações rochosas com milhões de anos elevam-se acima da savana criando um cenário deslumbrante.
Foto: Nelson Camuto/DW
Kinama Kya Phungo
Kinama Kya Phungo, em Kimbundu, é o nome desta pedra. Diz a tradição oral que no topo dela é possível encontrar várias espécies de plantas frutíferas que dão um verdadeiro espetáculo da natureza.
Foto: Nelson Camuto/DW
Ximbu Mbunda
Para além da sua beleza, este é também um local que conta a História de Angola. "Ximbu Mbunda" é uma rocha que representa o sofrimento passado por muitos escravos durante a época da ocupação colonial portuguesa.
Foto: Nelson Camuto/DW
Kokoloto
Já a rocha "Kokoloto" é uma homenagem ao povo ambundo ou kimbundu, de Malanje e que enfrentou várias vicissitudes durante a colonização portuguesa.
Foto: Nelson Camuto/DW
Kanzamba
Falar em "kanzamba" é falar de um pequeno elefante. Se olharmos, esta pedra assemelha-se a este animal. No entanto, Malanje não é um território com elefantes. Porque estaria então este animal esculpido numa rocha? A justificação, explica a tradição oral, está na coragem do povo desta região, que é maior que um elefante.
Foto: Nelson Camuto/DW
Cantinho do Céu ou Pedra de Jesus Cristo
"Cantinho do Céu" e "Pedra de Jesus Cristo" são os dois nomes dados a outra das rochas desta atração turística, considerada património nacional de Angola, e que, de acordo com mitos e tradições, é um local repleto de benção e muita sorte.
Foto: Nelson Camuto/DW
Ndanjy Ya kilombe
As pegadas são outra parte importante de Pungo-Andongo. Reza a história que as que estão esculpidas nesta rocha pertencem à então soberana do Reino Ndongo e Matamba Ana Sousa, mais conhecida como Rainha Njinga Mbandi.
Foto: Nelson Camuto/DW
Mito e Lenda
Para muitos, a pata esculpida nesta rocha pertence ao cão do Rei Ngola Kiluanje - o primeiro rei dos Reinos do Ndongo e Matamba e pai da Rainha Njinga. Segundo historiadores, é ao Rei Ngola que se deve o nome "Angola".
Foto: Nelson Camuto/DW
Pegada intimidatória
As Pedras Negras de Pungo-Andongo terão servido de refúgio durante a colonização do país. Reza a lenda que a pegada esculpida nesta rocha tinha como objetivo intimidar os portugueses que perseguiam o rei desde Luanda até chegar aqui.
Foto: Nelson Camuto/DW
A mulher
A mulher é uma das maiores riquezas na tradição ambundu. E o exemplo é esta pedra, onde está esculpida a sua estrutura. Para os Kimbundu, as mulheres representam a continuidade da geração.