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Diamantífera angolana e britânicos vão explorar Lunda Norte

Lusa
11 de fevereiro de 2021

Acordo prevê a criação, em 2021, de um "programa piloto de exploração mineira para garantir a rápida implementação do projeto, o início das operações e a exportação de diamantes" do depósito do Mulepe, na Lunda Norte.

Foto: Alexander Joe/AFP/GettyImages

A companhia diamantífera estatal angolana Endiama e a Gemcorp, grupo de gestão de fundos de investimento sediado em Londres, anunciaram esta quarta-feira (10.02) um acordo para o desenvolvimento de um projeto diamantífero na província da Lunda Norte.

O documento foi assinado em dezembro do ano passado e prevê a exploração do depósito do Mulepe, naquela província, segundo uma nota conjunta divulgada na quarta-feira.

O depósito do Mulepe contém, segundo a mesma nota, "depósitos aluviais e kimberlitos significativos", pretendendo o projeto que visa dinamizar o seu potencial diamantífero criar postos de trabalho e de valor acrescentado para esta região angolana.

"Com este programa piloto pretende-se que ambos os parceiros conheçam detalhadamente as operações mineiras a desenvolver no local, o tipo e a qualidade dos diamantes existentes na concessão, a capacidade dos prestadores de serviços que já atuam na região, assim como a potencial arrecadação de receitas com a venda dos diamantes a extrair do Mulepe", acrescenta o documento.

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Investimento

Com um investimento de 150 milhões de dólares (124 milhões de euros ao câmbio atual), o projeto prevê que, em plena produção, seja possível processar aproximadamente três milhões de toneladas de kimberlitos por ano.

O financiamento ficará a cargo da Gemcorp, que o fará enquanto acionista maioritária, promotora e operadora, enquanto a Endiama, "que possui um conhecimento institucional relevante do local", irá trabalhar "para que esta parceria se desenvolva de forma atempada, economicamente rentável e segura".

A Gemcorp prevê empregar cerca de 140 trabalhadores, "maioritariamente provenientes da comunidade local" e que estarão dedicados à "gestão, operação e exploração mineira".

"Enorme potencial"

O presidente do conselho administrativo da Gemcorp, Atanas Bostandjiev, citado no comunicado, diz estar satisfeito pelo apoio a Angola "na retenção do valor total dos recursos naturais".

Foto simbólica: Exploração de diamantes na NamíbiaFoto: picture-alliance/dpa/Balance/Photoshot

"Angola é um país com enorme potencial e esta parceria reforça a confiança que temos no futuro económico do país. A nossa capacidade e experiência no financiamento e no desenvolvimento de projetos, acompanhada da experiência na comercialização de bens na África Subsariana, significa que estamos bem posicionados para implementar e concluir esta nova aposta em Angola", referiu o dirigente do grupo.

Já o homólogo da Endiama, Ganga Júnior, elogiou a parceria, que "constitui mais um passo para o aumento da carteira de negócios do subsetor diamantífero angolano em toda a sua cadeia de valor".

"Temos grande gosto em trabalhar com a GEMCORP naquela que será a sua primeira atividade de exploração de diamantes no País, um exercício que contribuirá, decerto, para o desenvolvimento de Angola, e que representa um sinal forte de abertura do subsector ao investimento direto estrangeiro", sublinhou o responsável angolano.

O projeto Mulepe é o primeiro investimento da Gemcorp na exploração diamantífera na África Subsariana. A Endiama contribuiu com 252 milhões e 328 milhões de dólares (207 milhões e 271 milhões de euros ao câmbio atual) para os cofres do Estado, em 2018 e 2019, respetivamente, esperando aumentar este valor para quase 1.400 milhões de dólares (1.155 milhões de euros) entre 2020 e 2022.

A empresa faturou 1.266 milhões de dólares (1.045 milhões de euros) em 2019 e estima receitas globais de 1.657, 1.877 e 2.208 milhões de dólares (1.367, 1.557 e 1.822 milhões de euros) em 2020, 2021 e 2022.

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