A reunião dos dois líderes, marcada para a próxima terça-feira (12.06), tem como objetivo encontrar um caminho para a desnuclearização da Coreia do Norte.
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O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, foi o primeiro a chegar a Singapura, onde, na próxima terça-feira (12.06), se reúne com o presidente norte-americano Donald Trump, após três meses de preparativos marcados por avanços e recuos.
Poucas horas depois de ter aterrado no aeroporto de Changi – (15:00, hora local), Kim Jong Un reuniu com o primeiro-ministro de Singapura, Lee Hsien Loong. O encontro decorreu no escritório do primeiro-ministro, local onde os dois responsáveis foram vistos a conversar amigavelmente. Sorridente, Kim Jong Un disse a Lee Hsien Loong: "O mundo inteiro está a assistir a esta reunião histórica entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos da América e, graças ao seu sincero empenho [...], fomos capazes de concretizar e preparar o encontro".
Num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Singapura, o primeiro-ministro elogia a decisão "audaz e admirável" de Trump e Kim de se reunirem e expressa "esperança" que a cúpula "impulsione as perspetivas de paz e estabilidade na península coreana e na região em geral".
Lee Hsien Loong deu conta ainda que o encontro custará aos cofres de Singapura cerca de 15 milhões de dólares (cerca de 12,8 milhões de euros). "É um custo que estamos dispostos a pagar. (Sediar a reunião) dá-nos publicidade. O facto de termos sido escolhidos para sediarmos o encontro, diz algo sobre as relações de Singapura com as partes, os Estados Unidos, a Coreia do Norte, e o nosso lugar na comunidade internacional", constatou.
"Ocasião única”, diz Trump
O Air Force One que transportou Donald Trump do Canadá – onde este marcou presença na cimeira do G7 – para Singapura, aterrou às 20:30, hora local. O presidente norte-americano só deve reunir com o primeiro-ministro de Singapura, Lee Hsien Loong, esta segunda-feira (11.06).
Na conferência de imprensa sobre os temas discutidos na cimeira do G7, que decorreu no Canadá, Donald Trump falou sobre o encontro com Kim Jong-un. O Presidente dos Estados Unidos sublinhou que o encontro de terça-feira constitui uma "ocasião única" para um acordo sobre o programa nuclear norte-coreano. "É uma ocasião única que não se repetirá", referiu Donald Trump, dando conta que está "verdadeiramente confiante" neste encontro.
"Quanto tempo faltará para ver se os norte-coreanos são sérios ou não? Penso que talvez se perceba logo no primeiro minuto", acrescentou Donald Trump.
Cronologia da Guerra na Síria
Começou com protestos pacíficos em 2011, mas tornou-se numa guerra civil que já matou 350 000 pessoas e fez milhões de refugiados. Um conflito complexo com vários atores e repercussões à escala internacional.
Foto: Getty Images/AFP/G. Ourfalian
2011: O início e uma Primavera que não foi
A “Primavera Árabe” estende-se à Síria e começam a emergir protestos contra a família Assad, que lidera o país há mais de quarenta anos. O movimento contra o Governo ganhou amplitude na cidade de Deraa, no sul, alargando-se a todo o país. Ao contrário de outros países, onde as manifestações resultaram em mudanças quase imediatas, na Síria marcavam o início de um conflito sem fim à vista.
Foto: picture-alliance/dpa
2012: Escalada de violência e formação da oposição
A violenta repressão por parte de milícias do Governo de al-Assad contra manifestantes desarmados fez escalar a onda de violência. Grupos da oposição, representativos das diferentes ideologias e fações religiosas, começam a organizar-se a partir de 2011, como o Conselho Nacional Sírio, o Comité de Coordenação Nacional, o Exército Livre da Síria (foto) e o Conselho Nacional Curdo.
Foto: AP
2013: Desmantelamento de arsenal químico
Um ataque químico em dois setores rebeldes perto de Damasco, atribuído ao regime de al-Assad, faz mais de 1400 mortos, de acordo com os Estados Unidos. O regime sírio desmente. O então Presidente dos EUA, Barack Obama, estabelece com a Rússia um acordo de desmantelamento de armas químicas da Síria. Em outubro, Damasco inicia a destruição do seu arsenal declarado de armas químicas.
Foto: picture-alliance/AP Photo
2014: A ameaça do "Estado Islâmico"
Apoiada por Washington, uma coligação de mais de 60 países realiza ataques aéreos contra as posições do autointitulado “Estado Islâmico” (EI) na Síria. Cerca de 2000 militares norte-americanos são colocados no norte da Síria, para combater o EI e treinar as forças locais. Em junho, o EI proclama "um califado", e torna a cidade síria de Raqa na sua capital.
Foto: picture-alliance/AP Photo
2015: Rússia entra abertamente no conflito
Em setembro, a Rússia, que desde o início fornecera ajuda militar ao Governo sírio, entra ativa e abertamente no conflito. Inicia uma campanha de bombardeamentos aéreos em apoio às forças de Bashar al-Assad, que leva o Governo sírio a recuperar território perdido para os rebeldes.
Foto: Reuters/Rurtr
2016: Governo controla Aleppo
Em setembro, num único fim de semana, a cidade de Aleppo é alvo de 200 ataques aéreos pelas forças pró-Assad. Em dezembro, após quatro anos de controlo desta cidade, a segunda maior da Síria, as milícias rebeldes acabam por perder Aleppo para as forças governamentais.
Foto: Getty Images/AFP/G. Ourfalian
2017: Ataque químico em Idleb
Um ataque de gás sarin mata mais de 80 civis em Khan Cheikhoun, localidade da província de Idleb, controlada pelos rebeldes e por 'jihadistas'. O regime de Bashar al-Assad é, uma vez mais, acusado de uso de armas químicas. O Presidente dos EUA, Donald Trump, ordena ataques à base aérea Síria de Al-Chaayrate, no centro do país.
Foto: picture alliance/AA/A.Dagul
2017 : Retoma de Raqa
Em outubro, depois de meses de luta, as forças democráticas sírias, dominadas por curdos e apoiadas pela coligação internacional, tomam o controlo de Raqa. A cidade esteve três anos sob o domínio do autointitulado “Estado Islâmico”.
Foto: DW/F. Warwick
2018: Turquia invade Síria e controla Afrin
Em janeiro, a Turquia, que mantinha um dispositivo militar no norte da Síria, lança uma grande ofensiva contra a milícia curda, as Unidades de Proteção do Povo (YPG), em Afrine. Em março, a Turquia acaba por tomar controlo desta cidade. As milícia curda YPG é considerada um grupo terrorista pelo Governo turco, pois é o braço sírio da organização curda da Turquia, o PKK.
Foto: picture alliance/AA/E. Sansar
2018: Forças pró-Assad bombardeiam e retomam Ghouta Oriental
O regime sírio lança uma ofensiva aérea e terrestre, de intensidade inédita, sobre o enclave rebelde de Ghouta Oriental, perto de Damasco. A ação resulta em mais de 1700 mortos, entre os quais crianças. Em abril, depois de bombardeamentos devastadores, mas também de acordos de evacuação patrocinados pela Rússia, o regime assume o controlo de Ghouta Oriental, último bastião dos insurgentes.
Foto: Getty Images/AFP/A. Almohibany
14 de abril de 2018: A resposta do Ocidente
EUA, França e Reino Unido realizam uma série de ataques contra alvos associados à produção de armamento químico na Síria, em resposta a um alegado ataque com armas químicas em Douma, Ghouta Oriental, por parte do Governo sírio. Trump justifica os ataques como uma resposta à "ação monstruosa" do regime de Assad contra a oposição e prometeu que a operação durará "o tempo que for necessário".