Donald Trump tomou posse numa cerimónia pública junto ao Capitólio. Dados publicados nos últimos dias revelaram que Trump é o Presidente eleito mais impopular em 40 anos, com uma taxa de aprovação de apenas 40%.
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Donald Trump, de 70 anos, prestou juramento na sexta-feira 20 de janeiro como 45.º Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) perante centenas de milhares de pessoas. No seu discurso inaugural, Trump manteve-se fiel a si próprio, afirmando que neste dia não se tratava apenas de transferir poderes de um partido para o outro, mas de uma "devolução dos poderes de Washington a vocês, o povo”, porque "há já tempo demais que os políticos prosperam enquanto se perdem empregos e fecham fábricas.” Trump deixou uma mensagem clara: "America first – a América primeiro.”
Em Junho de 2015, quando o multimilionário Trump anunciou a sua candidatura à Presidência da República, praticamente ninguém o levou a sério. Muitos analistas pensavam então tratar-se de uma brincadeira. E enumeravam as razões: Trump não tinha qualquer experiência política, cinco filhos de três casamentos e um passado duvidoso no mundo dos negócios. Todos estes atributos faziam querer que as suas possibilidades de alcançar a primeira posição na única superpotência mundial seriam reduzidas. Mas Trump soube mobilizar uma parte importante da população desiludida com as elites no Governo e na economia com um apelo muito simples: "Make America great again."
"Make America great again”
A forma como o herdeiro de uma fortuna amealhada pelo seu pai Frederick, um agente imobiliário de Nova Iorque, pretende alcançar o objetivo de "tornar a América grande outra vez" é ainda uma incógnita. Durante a campanha eleitoral, Trump recorreu a estratégias populistas para angariar votos, não hesitando em quebrar tabus e introduzir um discurso misógino e racista, como por exemplo, quando se referia aos imigrantes mexicanos: "Trazem droga, trazem o crime, são violadores". Anunciou ainda: "Vou construir um muro enorme, e ninguém os constrói melhor do que eu, acreditem. E não nos vai custar nada. Vou construir um muro na nossa fronteira que vai ser pago pelos mexicanos."
A África não consta
No universo de Trump, a África, parece não existir. As declarações públicas do Presidente eleito sobre o continente até agora limitaram-se a ameaças de mandar prender os Presidentes Robert Mugabe, do Zimbabué, e Yoweri Museveni, do Uganda. E a África do Sul, é "um reduto do crime prestes a explodir”, explicou recentemente.
O consenso entre os analistas é que na era Trump os EUA irão reduzir marcadamente os investimentos em África, especialmente aqueles destinados à ajuda ao desenvolvimento. O que significa uma mudança importante na política africana de Washington: Os EUA são parceiros importantes dos países africanos. Washington é um dos principais doadores para projetos de desenvolvimento, e o segundo maior investidor direto.
Os adeptos mantiveram a fé no candidato
Mas Donald Trump está mais interessado noutras questões. Por exemplo, os muçulmanos, que também serviram de alvo constante durante a campanha eleitoral. Referindo-se a si próprio na terceira pessoa. Trump disse: "Donald J. Trump quer vedar completamente a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos até que os representantes do Governo entendam o que raio se passa aqui."
Mesmo acusações de assédio sexual por várias mulheres e um vídeo em que Trump se vangloriava das suas proezas sexuais e de maltratar mulheres, não dissuadiram os seus apoiantes.
Cresce a apreensão
No discurso inaugural prometeu a "erradicação completa do Estado Islâmico” o grupo terrorista que semeia o terror no mundo. Mas, de um modo geral, os seus planos de política externa causam apreensão.
Numa entrevista recente ao tablóide alemão Bild, Trump disse que a Organização do Tratado do Atlântico Norte, NATO, estava ultrapassada, que tanto lhe dava se a União Europeia se desintegrasse ou não, e que os construtores de automóveis na Alemanha podiam contar com um aumento importante das taxas de importação. Aliadas à sua aversão a medidas de protecção do meio-ambiente, à atitude face ao Irão e à China, e à admiração que nutre pelo Presidente russo, Vladimir Putin, as perspetivas agora abertas pela presidência de Donald Trump não são de molde a tranquilizar o mundo.
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Donald Trump: Populista, empreendedor, Presidente
Donald Trump é empreendedor imobiliário e estrela de televisão. Muitos não o levavam a sério. Mas ele venceu as eleições e, a partir de 20 de janeiro de 2017, será o 45º Presidente dos Estados Unidos da América (EUA).
Foto: picture-alliance/dpa/K. Lemm
A família, o seu império
Trump com a sua família: a esposa, Melania (de branco), as filhas Ivanka e Tiffany, os filhos Eric e Donald Junior, e os netos Kai e Donald Junior 3º. Os filhos são "vice-presidentes seniores" do conglomerado Trump.
Foto: picture-alliance/dpa
Frederick Junior, o pai
Donald Trump herdou o dinheiro para os seus investimentos do pai, Frederick, que lhe deu um capital inicial de um milhão de dólares. Após a sua morte, em 1999, Donald e os seus três irmãos herdaram uma fortuna de 400 milhões de dólares.
Foto: imago/ZUMA Press
Capitão Trump
Quando tinha 13 anos, o seu pai enviou Trump para um internato militar em Cornwall-on-Hudson, onde deveria aprender a ser disciplinado. No último ano, ele obteve inclusive uma patente militar. Ele diz que, ali, recebeu mais treinamento militar do que nas Forças Armadas americanas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/
"Very good, very smart"
"Muito bom, muito inteligente", é o que Trump diz de si mesmo. E acrescenta que cursou a escola de elite Wharton (foto), da Universidade de Pensilvânia, na Filadélfia, onde se formou em 1968. É uma das oito universidades integrantes da Ivy League, as universidades mais prestigiadas dos EUA. Mesmo assim, sabe-se pouco sobre o percurso de Trump na faculdade.
Foto: picture-alliance/AP Photo/B.J. Harpaz
Dispensado da Guerra do Vietname
Devido a um problema no calcanhar, Trump foi dispensado e não lutou na Guerra do Vietname. Na guerra, morreram cerca de 58 mil soldados dos Estados Unidos e aproximadamente três a quatro milhões de vietnamitas dos dois lados, além de outros dois milhões de cambojanos e laocianos.
Foto: picture-alliance/AP Photo
Ivana, a primeira esposa
Em 1977, Trump casou-se com a modelo tcheca Ivana Zelníčková, com quem teve três filhos. O relacionamento foi acompanhado de rumores sobre relacionamentos extraconjugais. Foi Ivana quem apelidou Trump de "The Donald".
Foto: Getty Images/AFP/Swerzey
Anos 80: Abertura do Harrah's at Trump Plaza
Esta foto, tirada em 1984, marca a abertura do Harrah's at Trump Plaza, um complexo envolvendo hotel, restaurante e casino em Atlantic City (Nova Jérsia). Este foi um dos primeiros investimentos que tornaram Trump bilionário.
Foto: picture-alliance/AP Images/M. Lederhandler
Família número 2
Em 1990, Trump divorciou-se de Ivana e casou-se com Marla, 17 anos mais jovem que ele. A filha do casal se chama Tiffany.
Foto: picture alliance/AP Photo/J. Minchillo
As meninas de Trump
Em público, Trump não aparece só ao lado de sua esposa. Ele costuma acompanhar concursos de beleza ao lado de jovens modelos. De 1996 a 2015, ele foi o responsável pelo concurso de Miss Universo ("Miss Universe") nos EUA.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Lemm
Livro muito lido e vendido
Como fazer milhões de forma rápida? O best-seller de Trump "A arte da negociação" é um exemplo. O livro é em parte autobiográfico, em parte um livro de dicas para empresários ambiciosos. A publicação não foi somente uma das mais vendidas nos EUA, como também colocou Trump no centro das atenções no país.
Foto: Getty Images/AFP/M. Schwalm
O nome é a marca
Trump investe de forma agressiva, mas também sofre fracassos. Numa perspectiva de longo prazo, no entanto, obtém sucesso, como por exemplo com a Trump Tower em Nova York. Ele calcula a sua fortuna hoje em 10 bilhões de dólares. Especialistas, entretanto, consideram um terço desse valor mais realista. Portanto, cerca de 3 bilhões de dólares.
Foto: Getty Images/D. Angerer
"The Donald" no ringue
Como poucos, Trump consegue chamar a atenção dos mídia. Seu campo de ação inclui até um ringue de luta livre. No seu programa de TV "O Aprendiz" ("The Apprentice"), os candidatos eram contratados ou demitidos. A primeira edição foi ao ar durante o ano de 2004 na cadeia televisiva NBC. A frase favorita de Trump no programa era "Você está demitido!"
Foto: Getty Images/B. Pugliano
Ascenção rápida de Trump na política
Em 16 de junho de 2015, Trump anunciou a candidatura para a corrida presidencial pelo Partido Republicano. O seu slogan foi: "Faça a América grande outra vez" ("Make America great again"). A campanha foi feita ao lado da família e com slogans contra imigrantes, muçulmanos, mulheres e adversários políticos. Investiu muito nos mídia sociais como o Twitter onde tem 13,8 milhões de seguidores.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Lane
45º presidente dos Estados Unidos da América
A partir do dia 20 de janeiro de 2017, o populista e showman será o novo Presidente dos Estados Unidos. No início da campanha, poucos pensavam que poderia vencer as eleições do dia 8 de novembro de 2016 contra a candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton. Mas a história de Donald J. Trump também mostra que este homem tem a capacidade de se transformar como um camaleão.