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Constituídos dois arguidos no caso Amurane

Lusa | ar
10 de outubro de 2017

Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique anunciou que duas pessoas foram constituídas arguidas na sequência do homicídio no dia 04 do presidente do município de Nampula, norte de Moçambique, Mahamudo Amurane.

Mosambik Straße in Nampula
Trecho da cidade de NampulaFoto: DW/S. Lutxeque

"A investigação apurou indícios bastantes para constituir arguidos dois indivíduos", disse à agência de notícias Lusa o porta-voz do Comando-Geral da PRM, Inácio Dina.

Os dois arguidos encontravam-se com Mahamudo Amurane, quando foi morto a tiro por desconhecidos na sua residência em Nampula e aguardam em liberdade o desenvolvimento das investigações, acrescentou Inácio Dina.

O porta-voz do Comando-Geral da PRM adiantou que o Serviço Nacional de Investigação Criminal de Moçambique (SERNIC) está a trabalhar afincadamente para deter todos os suspeitos de envolvimento na morte do autarca de Nampula, nomeadamente o autor dos disparos.

Detidos vereador e mais 13 suspeitos pela morte de autarca de Nampula

Antes, a polícia moçambicana em Nampula, norte, deteve 14 pessoas, incluindo um vereador e um quadro superior do MDM, suspeitos na morte de Mahamudo Amurane, segundo disseram à Lusa testemunhas, familiares e jornalistas.

Inicialmente a Polícia deteve duas pessoas como declarantes, o vereador para área de mercados e feira, Saide Ali,  e o empresário do setor de construção civil, Zainar Abdul Satar, que estavam com o finado durante o ataque, horas depois do assassinato, avançam hoje os jornais locais.

"O vereador foi chamado como testemunha, e agora ele e Zunair estão a ser acusados como cúmplices da morte do amigo dele, o presidente Amurane" disse á Lusa sob anonimato um parente de Saide Ali, incoformado com a situação.

Dois dias depois do crime, a 06 de outubro, a Polícia fez outra detenção, do membro senior do MDM, cuja identidade não foi divulgada, apurou a Lusa duma testemunha.No dia seguinte, enquanto decorriam as cerimonias funebres de Amurane, a Polícia fez outras 11 detenções, todas por suspeitas na morte de Amurane, segundo escreve a edição de hoje do Wampulafax, o mais antigo diário local.

Mahamudo AmuraneFoto: DW/Nelson Carvalho Miguel

O delegado do MDM, na cidade de Nampula, Luciano Tarieque, citado esta terça-feira (10.10.) pela imprensa local não confirmou e nem desmentiu a detenção dos membros da terceira força politica moçambicana.

Em declarações esta terça-feira (10.10.) á Lusa, Zacarias Nacute, porta-voz da Polícia em Nampula, disse que uma equipe de investigadores da Procuradoria Provincial e do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) estão a trabalhar no terreno para esclarecer o crime.

"A Polícia irá dar subsídios assim que tiver as informações (sobre o curso das investigações da morte de Amurane)" disse Zacarias Nacute, salientando que a Polícia e a Procuradoria "não têm domínio sobre as informações de detenções em Nampula".

O Conselho Municipal de Nampula declinou qualquer comentário sobre as detenções em curso, envolto a morte do autarca.

Detenção de suspeitos de ligação a grupo que realizou ataques em Mocímboa da Praia

O Comando-Geral da Polícia moçambicana anunciou que 52 pessoas estão detidas por suspeitas de envolvimento com o grupo que na semana passada atacou postos policiais no distrito de Mocímboa da Praia, norte do país.O porta-voz do Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique, Inácio Dina, afirmou que alguns dos detidos são autores morais dos ataques, tendo fornecido a logística usada nas incursões do grupo.

Mocímboa da Praia (norte de Moçambique)Foto: DW/G. Sousa

"Estamos a investigar para apurar a dimensão do apoio logístico que os autores morais forneceram ao grupo", afirmou Inácio Dina.

 Os atacantes, prosseguiu, mataram um líder comunitário no sábado passado (07.10.), fazendo subir o número de mortos para 17, incluindo 14 membros do grupo e dois polícias, acrescentou Dina.

Mocímboa da Praia sob controlo 

O porta-voz do Comando-Geral da PRM afirmou que as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas têm o distrito de Mocímboa da Praia, que dista mais de dois mil quilómetros de Maputo, sob controlo. "A vida está a voltar à normalidade, a situação está controlada", adiantou Inácio Dina.

Os atacantes são dos distritos de Mocímboa da Praia, Macomia, Mueda e Palma, todos de Cabo Delgado, mas ainda não são conhecidas as razões concretas por detrás da sua ação, referiu Dina.

Recorde-se, que na passada sexta-feira (06.10.), o Comando-Geral da PRM indicou que membros do grupo detidos pela polícia disseram que a ação visava provocar desordem no distrito.

"O grupo pretendia semear medo e terror junto da população e instalar a desordem pública", segundo respostas a interrogatórios policiais, afirmou o porta-voz do Comando-Geral da PRM, Inácio Dina, em conferência de imprensa, 

Aquele responsável admitiu que a justificação seja superficial e referiu que a PRM continua em busca da "razão profunda" da violência.

 

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