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Duplo atentado na Somália faz vários mortos

AFP | Lusa | EFE | Reuters | nn
22 de dezembro de 2018

Pelo menos 12 pessoas morreram este sábado (22.12) na capital somali, Mogadíscio, num duplo atentado com carros armadilhados reivindicado pelos islamitas do movimento Al-Shabaab.

Rescuers carry the death body of an unidentified man killed following an explosion near president's residence in Mogadishu
Foto: Reuters/F. Omar

"Confirmamos a morte de sete pessoas em duas explosões e, pelo menos, mais 10 pessoas ficaram feridas", disse à agência de notícias France-Presse (AFP) Ibrahim Mohamed, um responsável da polícia local. "As forças de segurança isolaram a zona e está em curso um inquérito", acrescentou.

Entretanto, fontes do Serviço de Emergência de Mogadíscio já fizeram saber que o número de vítimas mortais subiu para 12. Há ainda duas dezenas de feridos.

Explosões ocorreram num intervalo de 30 minutosFoto: Reuters/F. Omar

A televisão somali Universal TV, com sede em Londres, indicou que três dos seus colaboradores morreram no duplo atentado, entre os quais um jornalista que possuía nacionalidade somali e britânica, Awil Dahir.

A primeira explosão ocorreu num posto de controlo perto do Teatro Nacional, situado a cerca de 500 metros do palácio presencial. "A segunda explosão foi muito forte", declarou à AFP Idil Hassan, uma testemunha. "Vi muitos cadáveres, entre os quais de elementos das forças de segurança", disse.

Alvo era um comboio governamental

Os atentados aconteceram com recurso a carros-bomba num intervalo de 30 minutos. O ataque tinha como alvo um comboio governamental que seguia para o Palácio Presidencial por um dos acessos de segurança.

Autoridades temem novos ataques nas próximas horasFoto: Reuters/Twitter/Halima

O atentado foi reivindicado pelos islamitas do Al-Shabaab, filiados na Al-Qaeda, que indicaram num comunicado ter atingido "um posto de controlo de segurança que protegia o palácio".

Expulsos de Mogadíscio em 2011, o Al-Shabaab perdeu o essencial dos seus bastiões, mas controla ainda vastas zonas rurais onde mantém operações de guerrilha e organiza atentados suicidas contra a capital. Geralmente este grupo terrorista tem como alvo figuras governamentais, de segurança ou civis, nomeadamente estrangeiros.

O governo colocou a capital em estado de emergência devido à recente tentativa de submeter uma moção de censura ao presidente da Somália, Mohamed Abdullahi Farmajo. O processo foi cancelado no dia 11 de dezembro por não contar com o apoio necessário, após vários deputados se negarem a assinar a moção.

A maioria dos agentes de segurança da região foi deslocada para controlar os acessos a Mogadíscio, o que deu espaço para os integrantes daquele grupo terrorista orquestrarem o atentado.

Somália vive mergulhada num caos, com vários ataques terroristas desde 1991Foto: Reuters/F. Omar

Possibilidade de novos ataques

A área atacada está interditada e cercada por agentes para prevenir novos incidentes. Foram emitidos alertas sobre a possibilidade de mais veículos com explosivos estarem preparados para atacar outros lugares da cidade.

A Somália vive em estado de guerra desde 1991, quando o ditador Mohammed Siad Barre foi derrubado, o que deixou o país sem governo efetivo e nas mãos de milícias islâmicas e senhores da guerra.

O Al-Shabaab, que anunciou em 2012 a adesão à rede terrorista Al-Qaeda, controla parte do território no centro e no sul do país e combate com o objetivo de instaurar na Somália um estado islâmico wahhabista.

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