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Cultura

DW apresenta projeto "Raízes Africanas" em Maputo

Romeu da Silva (Maputo) | DW (Deutsche Welle)
26 de fevereiro de 2020

A DW entregou, em Maputo, material da série "Raízes Africanas" a universidades e outras instituições. Professores e estudantes salientaram a importância do projeto que retrata a história de África.

Série da Deutsche Welle (DW) sobre a história de África chega às universidades e instituições estatais em Moçambique para servir de consulta a estudantes, professores e público em geral.

As pen-drives com o material da primeira edição do projeto"Raízes Africanas" foram entregues esta quarta-feira (26.02), no Centro Cultural Moçambicano-Alemão (CCMA), em Maputo.

As universidades que receberam o material da DW  - que nesta primeira edição retrata 25 personalidades - acreditam que o projeto vai ajudar no conhecimento sobre o passado de África.

Iniciativa bem-vinda

Marlino Mubai, professor de História da Universidade Eduardo Mondlane, a maior em Moçambique, não tem dúvidas de que iniciativas desta natureza são bem-vindas. "Estamos na era de acesso à informação em massa, mas estranhamente estamos numa época de muita amnésia em relação ao nosso passado", afirma.

O professor refere que o pouco volume de informação que o país tem não permite que os estudantes e o público em geral estejam suficientemente informados. Por isso, segundo Marlino Mubai, "vão ao encontro daquilo que qualquer indivíduo que está preocupado com a sua identidade como africano poderia consultar estes materiais."

Moçambique: Projeto Raízes Africanas é apresentado em Maputo

02:34

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Mas houve também sugestões sobre os critérios de seleção das personalidades que fazem parte da primeira edição do projeto "Raízes Africanas". O reitor do Instituto Superior de Cultura e Arte (ISARC), Filimone Meigos, sugere que o projeto seja mais abrangente e que tenha em consideração questões prévias como "equidade do género, equidade regional equidade inter-geracional".

"Unir o útil ao agradável"

Os estudantes também deram o seu contributo sobre a importância do projeto, sobretudo por causa da falta da cultura de leitura em Moçambique, "Seria unir o útil ao agradável e fazer com que as pessoas fossem atrás dos livros porque lá podem encontrar (informação) com mais profundidade. Por exemplo, sobre a periodização da História de Moçambique que é muito intensa. Existem livros que falam sobre isso, mas as pessoas não leem", diz a estudante Amina Chacame.

Apresentação do projeto "Raízes Africanas" em Maputo

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A coordenadora do projeto "Raízes Africanas", Raquel Loureiro, esclareceu como foi feita a recolha destes materiais: "Foram jornalistas, uns que trabalham e outros que trabalharam na redação Português para África, e têm muita experiência; trabalharam na área e contaram com contributos de pessoas de Moçambique."

A primeira série de "Raízes Africanas" retrata a história de África através de vídeos, peças de rádio e artigos online, envolvendo 25 lÍderes da resistência com a invasão do continente.

25 personalidades em destaque

A primeira edição da série retrata 25 personalidades que, vivendo em épocas diferentes, tiveram um papel marcante na história do continente africano.

Ngungunhane, Josina Machel, Rainha Njinga, Julius Nyerere ou Amílcar Cabral são apenas algumas das personalidades retratadas neste projeto através de vídeos, peças de rádio e artigos online.

De acordo com Claus Stäcker, chefe do departamento de África da DW, este é um projeto que surge em resposta à elevada procura na programação da Deutsche Welle de assuntos relacionados com a História. "Os jovens africanos lamentam o facto de muitas das suas aulas de História serem ensinadas e fortemente influenciadas pelo ponto de vista europeu e de aprenderem pouco sobre os heróis e heroínas do seu continente", explica.

A série "Raízes Africanas" é financiada pela Fundação alemã Gerda Henkel e realizada em parceria com historiadores africanos, contando também com o contributo de jornalistas especializados em África.

Michael Hanssler, presidente do conselho da Fundação Gerda Henkel, explica que "a promoção de projetos de investigação em África que visem preservar as memórias escritas e orais é o cerne do trabalho da fundação."

Artigo atualizado às 13:15 (CET)

Ngungunhane: herói moçambicano que enfrentou os portugueses

01:37

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