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Liberdade de imprensaAngola

DW repudia ataque ao seu correspondente no Cuanza Norte

Marcio Pessôa
11 de fevereiro de 2022

António Domingos apurava possível negligência em incêndio no armazém de um supermercado quando foi agredido. DW repudia incidente e exige devolução imediata dos bens do correspondente, retidos pelo supermercado Shoprite.

Foto: Privat

A polícia do Cuanza Norte investiga a agressão sofrida, na quinta-feira (10.02), pelo correspondente da DW, António Domingos, durante uma apuração jornalística em Ndalatando.

Domingos tentava entrevistar a direção da rede internacional Shoprite sobre as acusações de negligência num incêndio no armazém do supermercado. Mais de 15 funcionários foram atendidos no hospital com sintomas de intoxicação. 

Após ter ouvido as vítimas, o jornalista procurou saber o que a direção do estabelecimento comercial tinha a dizer sobre o incidente.

Ao solicitar a entrevista, o jornalista da DW foi brutalmente espancado por seguranças e pelo gerente do Shoprite em Ndalatando. Os documentos pessoais e equipamentos jornalísticos de António Domingos foram retidos pelos agressores.

Profissionais da rádio Ecclésia também foram ameaçados e advertidos a não registarem o incidente com os seus telemóveis.

Horas à espera na esquadra

Com as roupas rasgadas e sem o seu equipamento, o jornalista dirigiu-se à esquadra do Comando Municipal do Cazengo, onde ficou por mais de duas horas até ser atendido. Polícias foram até ao supermercado e recuperaram parte dos documentos e o equipamento jornalístico de António Domingos. 

"Eles ainda não devolveram os meus cartões bancários e o meu bilhete de identidade", disse o correspondente da emissora alemã.

Incidente ocorreu no Shoprite em Ndalatando, uma rede em vários países africanosFoto: presse

Desde as primeiras horas após o incidente, a emissora alemã e o MISA-Angola acompanham de perto os desdobramentos do caso.

Com o apoio da DW, o jornalista está a ter assistência jurídica em Ndalatando. Os advogados de António Domingos vão apresentar uma queixa-crime contra o supermercado Shoprite na Procuradoria-Geral da República junto do Serviço de Investigação Criminal (SIC), na próxima segunda-feira (14.02).

"A base do documento será a retenção dos pertences do jornalista e as ofensas corporais, uma vez que ele fazia um trabalho constitucionalmente consagrado, de interesse público, que é o direito de informar", disse o advogado Saturnino Domingos.

A DW repudia o ataque a António Domingos, que considera uma ofensa frontal à liberdade de imprensa e um ato brutal que atinge indiretamente o direito de todos os cidadãos angolanos à justiça e ao acesso à informação. A emissora alemã exige que as autoridades policiais assegurem a devolução imediata de todos os bens do seu correspondente.

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