Economist prevê mais um ano de recessão económica em Angola
Lusa
7 de março de 2020
A consultora Economist Intelligence Unit (EIU) reviu em baixa a previsão de crescimento da economia de Angola, antecipando agora uma recessão de 1,2% este ano devido à queda da produção de petróleo no país.
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"As perspetivas económicas imediatas de Angola continuam fracas, com a recessão de quatro anos a prolongar-se por mais um ano em 2020", lê-se na análise periódica feita à economia angolana pela Economist Intelligence Unit.
No relatório enviado aos clientes, os peritos da unidade de análise da revista britânica The Economist escrevem: "A produção de petróleo, estimada pelo Governo em 1,389 milhões de barris por dia em 2019, abaixo do limite estipulado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo de 1,481 milhões de barris diários, continua a cair devido à maturação dos campos e à falta de investimento dos últimos anos".
"Esperamos que a produção de petróleo continue a cair este ano furto da manutenção desta dinâmica, por isso projetamos que o PIB real se vá contrair em 1,2%, furto da queda das exportações e das baixas receitas petrolíferas, que pesam na despesa pública ao mesmo tempo que as condições restritivas de crédito limitam o investimento e o consumo das famílias", acrescentam.
Voltar a crescer em 2021?
Para os próximos anos, no entanto, a EIU já estima um regresso ao crescimento, antecipando uma expansão média de 3,1% entre 2021 e 2023, "motivada pelo regresso ao crescimento dos setores da agricultura, minas, construção, manufatura e serviços, alavancados na melhoria da política monetária e no apoio governamental à economia não petrolífera".
Para 2024, fruto dos concursos de exploração petrolífera entretanto lançados, a EIU estima que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 5,9% devido ao aumento da produção de petróleo e ao consequente impacto nas finanças públicas e na capacidade do Governo estimular a atividade económica.
Ainda no capítulo das previsões económicas, a EIU estima uma subida da inflação, de 17,4% em 2019 para 21% este ano, motivada "pela fraqueza sustentada do kwanza devido às baixas exportações de petróleo e à baixa disponibilidade de dólares, bem como pela introdução do IVA e a redução dos subsídios à eletricidade".
Ainda assim, a EIU conclui que dentro quatro anos o valor da inflação terá descido para cerca de metade: "A partir de 2021 uma taxa de depreciação mais baixa do kwanza vai levar a uma redução da inflação, apesar de a eventual redução de vários subsídios vá manter os preços elevados, por isso prevemos que a inflação média vá descer para 10,4% em 2024", concluem os analistas.
A economia de Angola está a enfrentar um crescimento negativo desde 2016, fruto da descida significativa dos preços do petróleo desde o Verão de 2014 e ao consequente impacto nas finanças públicas e na capacidade financeira do Governo lançar novos projetos que animem a atividade económica.
Luanda é a cidade que cresce mais rapidamente em África
Não são necessariamente as cidades mais populosas de África, mas são as que crescem de forma mais rápida, segundo as Nações Unidas. Luanda lidera a lista das cidades com maior crescimento populacional no continente.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler
1. Luanda, Angola
Nenhuma cidade africana está a crescer tão rapidamente como Luanda, a capital de Angola. Segundo dados da ONU, vivem aqui mais de 7,7 milhões de pessoas. A idade média dos luandenses é de 20,6 anos. A capital é uma das cidades mais caras do mundo. Mas apenas as elites de Angola beneficiam das grandes reservas de petróleo do país. A população fala em desigualdade social no país.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler
2. Yaounde, Camarões
Com 3,6 milhões de habitantes, a capital dos Camarões é muito menor que a de Angola. Os serviços públicos e as representações diplomáticas estão principalmente concentrados na capital. É por isso que Yaoundé desfruta de um padrão de vida e segurança mais elevados do que o resto dos Camarões. É também um ponto central de transferência de mercadorias como café, cacau, tabaco e borracha.
Foto: Dirke Köpp
3. Dar es Salaam, Tanzânia
A população da capital comercial da Tanzânia aumentou mais de seis vezes desde 1978. Dar es Salaam, com mais de seis milhões de habitantes, é a maior cidade da África Oriental e um importante centro económico e comercial para a região. De 2000 a 2018, a população cresceu 166%.
Foto: DW/E. Boniphace
4. Kumasi, Gana
A população da cidade ganesa de Kumasi aumentou onze vezes para três milhões entre 1970 e 2017. Ultrapassou o número de pessoas que vivem na capital, Accra, em 2014 para se tornar a maior cidade do país. A população do Gana está a crescer de forma rápida, especialmente em cidades como Kumasi. A metrópole económica atrai muitas pessoas do norte do país.
Foto: Imago Images/photothek/T. Imo
5. Kampala, Uganda
Kampala, a principal capital de Uganda, fica nas margens do Lago Vitória. A população total da região mais do que duplicou desde o início do século XXI. Muitas pessoas do interior estão a mudar-se para as cidades. Kampala tem uma das maiores taxas de crescimento em todo o mundo. Espera-se que mais de 40 milhões de pessoas vivam na cidade até 2100.
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Kabuubi
6. Lusaka, Zâmbia
Lusaka, o centro económico e político da Zâmbia, registou um boom demográfico nos últimos anos. O centro da cidade, nos arredores da Independence Avenue e da Cairo Road, é caracterizado por edifícios comerciais, companhias de seguros, bancos, bolsas de valores, hotéis e cadeias de "fast food" americanas. O setor industrial, os transportes e o artesanato também desempenham um papel importante..
Foto: DW/C. Chimbelu
7. Douala, Camarões
A maior cidade dos Camarões também está entre as dez cidades que mais crescem em África. Douala é o lar do maior porto da África Central, que é vital para a economia do país e toda a Comunidade Económica e Monetária da África Central. É um importante centro financeiro, industrial, comercial, cultural e de tráfego dos Camarões.
Foto: picture-alliance / maxppp
8. Mbuji-Mayi, República Democrática do Congo
Provavelmente não há outro lugar no mundo com tantos diamantes como em Mbuji-Mayi. Os comerciantes de diamantes da cidade congolesa pintam edifícios com imagens brilhantes e bonitas para atrair os mineiros. A cidade tinha apenas 30.000 habitantes em 1960. Até 2018, Mbuji-Mayi deverá ter 2,3 milhões de habitantes. A imigração em massa das áreas vizinhas aumentou drasticamente a população.
Foto: Imago Images/H. Hoogte
9. Antananarivo, Madagáscar
Antananarivo é a maior cidade e capital do Estado insular de Madagáscar. A maioria dos turistas entra e sai do país pelo aeroporto da capital. Apesar de um período de doenças e guerras no século XVIII, a população da cidade cresceu de forma constante. Esse crescimento populacional deve-se sobretudo à saída das pessoas do interior para a capital do país.
Foto: Imago Images/Xinhua
10. Pretória, África do Sul
Por último, mas não menos importante, no top 10 está a cidade de Pretória, uma das três capitais da África do Sul. É a capital administrativa, com reconhecimento também no campo do ensino superior e da investigação. Localizada a norte de Joanesburgo, Pretória é um importante centro comercial e industrial, onde são construídas ferrovias, carros, máquinas e aço.