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Eleições autárquicas em Moçambique mergulhadas na incerteza

Nádia Issufo12 de setembro de 2013

Em Moçambique, reinam dúvidas em relação às eleições autárquicas. A RENAMO continua a ameaçar impedir a sua realização. Enquanto isso, partidos políticos já submeteram as candidaturas para as autárquicas.

Eleições presidenciais de 2009 em MoçambiqueFoto: picture-alliance/dpa

Por outro lado, as negociações entre a RENAMO, maior partido da oposição, e o Governo com vista a por fim à tensão política - e que podem garantir eleições pacíficas - arrastam-se há meses com um finca pés das duas partes.

Pode-se tirar alguma mensagem desta atitude? Em entrevista à DW África, o analista político Calton Cadeado responde a esta e outras perguntas.

DW África: Estaria o Governo moçambicano a desvalorizar as ameaças da RENAMO?

Calton Cadeado: Prefiro não considerar que é ignorar as ameaças. Prefiro sim considerar que as instituições estão a funcionar conforme o previsto. E porque digo isso? As pessoas estão a desacreditar as instituições ou a desacreditar as pessoas? É isso que não está claro. E para mim, como processo normal de uma democracia que deve funcionar bem, isto está a acontecer dentro da normalidade.

DW África: Com toda essa situação, as eleições presidenciais e legislativas do próximo ano também estão em risco?

CC: Não acredito que estas deste ano e nem as do próximo ano estão em risco. Não estou a menosprezar a ameaça da RENAMO, mas estou a dizer que as instituições têm que funcionar.

E o que proponho como alternativa ao que está acontecer? As negociações, conversações ou diálogos - independentemente do nome que se estiver a dar a isso e do valor político que isso tiver - elas têm que continuar a produzir alguma alternativa para estabilizar ou acalmar a tensão que se vive neste momento.

Para o efeito, as eleições deste ano têm de acontecer e qualquer outro acordo político que for criado dentro das negociações tem de se contar a partir de 2014 para frente.

Então, que não se faça nada que sirva de obstáculo ao funcionamento das instituições que já estão a ocorrer normalmente neste momento. Portanto, para mim as eleições detes ano vão ocorrer, os dados que tenho indicam isso.

Armando Guebuza termina o seu segundo mandato em 2014Foto: DW/Romeu da Silva

DW África: Há ligeiras desconfianças de que o Presidente Armando Guebuza queira ou possa retardar as negociações com a RENAMO com vista a manter-se no poder por mais tempo. Há algum fundamento nesta especulação?

CC: Todas as especulações têm a sua razão de ser. Faço fé nas palavras que ouvimos do chefe de Estado, segundo a qual não se vai recandidatar. Mas, os outros que estão a colocar as tentativas de manutenção de poder por outras vias nalguma momento podem fazer uma especulação que tem um valor político, que é uma mensagem que pretendem transmitir, mas tem um alvo a antingir.

Mas é isso que não está claro. Parece que há uma tentativa de atacar as pessoas e não discutir instituições. Por isso é que defendo, muitas vezes, as instituições devem funcionar, as aleições têm de acontecer com respeito ao funcionamento destas instituições por tudo o que têm estado a fazer até agora.

Se queremos descredibilizar e questionar as pessoas, tem que ser um ataque ataque dirteto e claro.

DW África: Pode-se dizer que a força da RENAMO se reduz ao poder das armas, ou os agumentos e posições que o partido apresentam são realmente válidos e sólidos e as armas, neste caso, serão apenas um instrumento de pressão?

Eleições autárquicas em Moçambique mergulhadas na incerteza

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CC: Tenho para mim que a RENAMO tem alguma razão nas suas reclamações, mas não podemos absolutizar as razão da RENAMO nas suas reclamações. Por que? A RENAMO está a colocar assuntos que há muito tempo já deveriam ter sido discutidos em fórum próprio. Neste caso, estamos a falar das instituições.

Dois: Sem dúvidas que a maior força que a RENAMO ainda tem neste momento são as armas. É por isso que ela não aceita colocar esse como um ponto de discussão na mesa de negociações neste momento.

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