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Eleições: Bispos pedem revisão dos resultados "sem medos"

19 de outubro de 2023

Os bispos da Igreja Católica em Moçambique pediram hoje aos órgãos eleitorais para reverem "com responsabilidade e justiça" todos os resultados das autárquicas. Porque é a vontade do povo que está em causa, afirmam.

Dom João Carlos Nunes, vice-presidente da Conferência Episcopal de Moçambique
Dom João Carlos Nunes, vice-presidente da Conferência Episcopal de MoçambiqueFoto: R. da Silva/DW

Dom João Carlos Nunes, vice-presidente da Conferência Episcopal de Moçambique, instou hoje os órgãos eleitorais a reverem "sem medos", com "responsabilidade e justiça" o apuramento dos resultados das autárquicas de 11 de outubro.

"Porque isso garante que [os resultados] sejam, de facto, reflexo da vontade do povo expressa através dos votos. Se for necessário esse processo de revisão, que se tenha essa coragem e não só a pressa de dizer que o processo já está concluído, sem sanar os problemas", afirmou Dom João Carlos Nunes durante uma conferência de imprensa.

Os bispos católicos de Moçambique alertam que houve irregularidades e ilícitos eleitorais que estão a gerar desconfiança, instabilidade contínua e tensão social em quase todo o país.

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Dom João Carlos Nunes mencionou alguns exemplos: "Boletins preenchidos que vimos e acompanhámos também, resultados pronunciados que não estão alinhados com os editais, em que a matemática parece oscilar muito", disse.

FRELIMO diz que tem legitimidade

O vice-presidente da Conferência Episcopal de Moçambique apontou a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder) como sendo o grande beneficiário desta crise, daí que Dom João Carlos Nunes apelou ao partido para chamar os seus membros à razão, aceitando a contestação da oposição e "não ver isso como uma tentativa de criar confusão".

"O jogo democrático também abre um espaço para as pessoas poderem expressar o seu desagrado, desde que observem os ditames da lei e não recorram a outros meios", afirmou o bispo católico.

A FRELIMO assegurou hoje que tem "legitimidade para governar a maioria das autarquias".

Discursando na abertura das sessões plenárias da Assembleia da República, o líder da bancada do partido, Sérgio Pantie, afirmou que "os eleitores escolheram o partido que melhor está preparado e em condições de resolver as suas preocupações do dia a dia".

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Na terça feira, o porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Paulo Cuinica, pediu calma e serenidade na sequência das irregularidades verificadas nestas eleições. Apelou ainda à "confiança dos eleitores nos mecanismos estabelecidos na lei para a resolução de litígios e disputas eleitorais".

"E garantimos que, dentro das nossas capacidades e competências, tudo faremos para que os casos identificados sejam devidamente encaminhados", frisou Cuinica.

Nesta quinta-feira, a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) voltou às ruas de Maputo para contestar os resultados oficiais que favorecem a FRELIMO em quase todos os municípios do país.

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