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Eleições deverão mudar cena política da Alemanha

Daniel Pelz | tm
24 de setembro de 2017

A CDU da chanceler Angela Merkel é favorita nas sondagens. Mas prevêem-se grandes mudanças no Parlamento. Os alemães elegem, no domingo (24.09), o novo Parlamento que, dentro de alguns meses, elegerá o próximo chanceler.

Foto: picture-alliance/blickwinkel/M. Haddenhorst

A União Democrata-Cristã, partido conhecido como CDU, da atual chanceler Angela Merkel desfruta de forte liderança em todas as sondagens. O que significa que tem grandes chances de continuar a liderar o país por mais quatro anos.

Mas as eleições podem mudar a cara da política alemã. Pela primeira vez, em décadas, seis partidos poderão estar representados no novo Parlamento em vez de quatro, tal como atualmente. Ou seja, poderá ser mais difícil formar um Governo estável.

Além disso, pela primeira vez desde que a Constituição da Alemanha entrou em vigor, em 1949, um partido populista de direita poderá vir a ter representação no Bundestag, o Parlamento alemão.

Chanceler Angela Merkel e candidata à reeleiçãoFoto: picture-alliance/dpa/ZDF/J. Roehr

Se os resultados das sodagens se confirmarem, a CDU de Angela Merkel poderá ganhar as eleições de domingo, com pelo menos 36% dos votos.

As as sondagens indicam também que muitos alemães ainda estão indecisos em que partido votar. Por isso, a chanceler e candidata à reeleição tem apelado, nos últimos comícios de campanha, ao voto.

"Vivemos tempos turbulentos, por isso não precisamos de experiências. Precisamos de estabilidade e segurança. E é por isso que cada voto conta muito este domingo", afirmou Angela Merkel. 

Renovação da aliança governamental?

Tradicionalmente, na Alemanha, nenhum partido obtém maioria absoluta para formar Governo sozinho. É por isso que o partido de Merkel precisará de um parceiro de coligação mesmo que ganhe as eleições.

Nos últimos quatro anos, a Alemanha foi governada pela coligação entre a CDU e o Partido Social-Democrata (SPD). As sodagens atribuem ao SPD entre 21 e 23% dos votos.

Martin Schulz, cabeça-de-lista do SPDFoto: Getty Images/AFP/S. Loos

Mas o líder social-democrata, Martin Schulz, insiste que se vai tornar o próximo chanceler da Alemanha. "Angela Merkel defende o lema de que a Alemanha é um país em que vivemos bem e gostamos de viver. Ela está certa. Nós vivemos bem e gostamos de viver aqui. Mas também queremos uma boa vida para o futuro. E é por isso que precisamos de dizer às pessoas que rumo estamos a tomar", sublinhou Martin Schulz.

Ainda não está claro se os social-democratas continuarão a querer fazer parte de um eventual Governo de coaligação com a CDU, caso consigam o segundo lugar novamente.

Os porque pequenos partidos podem tornar-se mais relevantes na altura de fazer coligação rivais. Na Alemanha, com pelo menos 5% dos votos, um partido pode enviar representantes para o Parlamento.

A Esquerda e Os Verdes são as duas representações partidárias mais pequenas atualmente no Parlamento alemão.

Mais diversidade no Bundestag

O novo Parlamento poderá vir a ter seis partidos. O Partido Liberal Democrático (FDP) tem boas chances de voltar, depois de ter ficado fora nas últimas eleições, em 2013.

E, pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, um partido populista de extrema-direita poderá vir a ter representação no Bundestag, o Parlamento alemão: a Alternativa para a Alemanha (AfD), que fez uma campanha eleitoral agressiva contra imigrantes.

22.09 Alemanha: cenário pré-eleitoral - MP3-Mono

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"As pessoas que fogem da guerra têm direito temporário de ficar aqui [na Alemanha], de acordo com a convenção de Genebra. Mas não devem ser integradas, os refugiados têm de voltar para casa assim que o conflito acabe. Só que a maioria das pessoas que vem para a Alemanha não foge da guerra. Elas simplesmente querem ter uma vida melhor", contesta Alexander Gauland, o cabeça de lista da AfD.

Os primeiros resultados das eleições alemãs deste domingo (24.09) deverão ser emitidos pouco depois do encerramento das urnas, às 18 horas da Alemanha. Já o resultado final será veiculado no final da noite do domingo ou nas primeiras horas de segunda-feira.

Depois eleições, deverá começar o difícil jogo para se formar um Governo de coligação estável. Caso os partidos CDU e SPD não continuem com a sua aliança há outras opções em cima da mesa, por exemplo uma união entre a CDU e o FPD.

Alguns analistas sugerem que, pela primeira vez em décadas, três partidos podem formar o Governo, por exemplo, com a CDU, Os Verdes e o FDP.


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