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Eleições em Angola: Há esperança para Florbela Malaquias?

24 de junho de 2022

Florbela Malaquias é a número um da lista do Partido Humanista de Angola (PHA) e será a única mulher na corrida eleitoral de agosto. E diz que tem condições de vencer as eleições gerais. Mas há quem diga o contrário.

Florbela Malaquias: "Uma mulher no Governo nunca permitirá que uma criança morra assassinada pelo dispositivo da fome"Foto: Borralho Ndomba/DW

Florbela Malaquias está prestes a se tornar a segunda mulher a disputar a presidência da República de Angola, após a morte da então presidente do Partido Liberal Democrático, Anália Pereira, em 2009 – primeira mulher a concorrer ao corgo de chefe de Estado em 1992.

Para o efeito, Malaquias deverá esperar pela validação dos processos de candidaturas no Tribunal Constitucional.

Mas os "Humanistas", como se apelidam, acreditam que nestas eleições de 24 de agosto vão ser Governo com os votos das mulheres - a maior franja da sociedade angolana.

"A figurante trajetória do PHA é prova evidente de que seremos Governo em agosto de 2022. Vamos formar o Governo porque, de Cabinda ao Cunene e do mar ao leste, somos o partido com o maior apoio e aceitação das mulheres que representam maioria populacional e consequentemente eleitoral", afirma a líder dos "Humanistas".

PHA apresentou a sua lista ao Tribunal ConstitucionalFoto: Borralho Ndomba/DW

Apresentação da candidatura

O partido apresentou no princípio da noite desta quinta-feira (23.06) a sua candidatura junto do Tribunal Constitucional. Foram mais 18 mil assinaturas recolhidas para a validação do processo de eleição. O partido não revelou dados sobre os candidatos a deputados. 

Bela Malaquias diz que a juventude apoia a sua candidatura, por isso está convicta na vitória, mesmo que o partido seja ainda desconhecido entre os angolanos.

"Estamos compelidos a formar Governo porque, a fome é política, resultado de decisões tomadas. Uma mulher no Governo nunca permitirá que uma criança morra assassinada pelo dispositivo da fome. E uma mulher não confunde esmola com solidariedade e nem romantiza a zungueira", garante. 

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Poucas esperanças

Mas o jornalista angolano Ilídio Manuel não prevê grandes vitórias para o partido reconhecido no Governo em maio deste ano.

"É um partido que todo o mundo suspeita em que circunstâncias foi reconhecido pelo Tribunal Constitucional. É um partido que praticamente saiu do nada. Não acho que consiga grandes vitórias, a menos que consiga dois ou três deputados. Mas, provavelmente, com empurrão de alguém", avalia Manuel.

O partido não forneceu dados sobre o programa de Governo. Mas, ainda assim, os seus integrantes estão confiantes que o poder político estará a cargo dos "Humanistas". 

Inclusão e representatividade

O partido liderado por Florbela Malaquias alega ser pela inclusão social. Mas não se sabe exatamente como está a representatividade das mulheres, dos portadores de deficiência física e dos grupos minoritários na lista ou na direção desta força política.

Bela Malaquias considera ser um "falso problema” a questão da representatividade da mulher no Parlamento. 

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"Há meio século que temos aí o Parlamento, teríamos os problemas todos resolvidos. Não é por ali. Pode não ter nenhuma mulher no Parlamento e governar-se como deve ser e resolver os problemas das pessoas. Pode não ter nenhum homem no Parlamento e também fazer-se uma governação justa. Não é muito bem representatividade, pois se cria uma discussão que não acaba mais. Isso é um falso problema", considera Malaquias.

FNLA também na corrida

Por outro lado, a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) também apresentou a sua candidatura que tem como cabeça de lista o Nimi a Nsimbi. 

Uma das novidades é o regresso de Ngola Kabango na lista de candidatos. O ex-presidente da FNLA, Lucas Ngonda, não concorre a seu pedido. 

O secretário-geral da FNLA, Aguiar Laurindo, disse à imprensa que a vai recuperar os votos perdidos em 2017. 

Entretanto, o jornalista Ilídio Manuel acredita que a FNLA possa sobreviver nestas eleições: "Pelo menos, um ou dois lugares consegue, porque também a FNLA não é um partido que tenha que desaparecer assim do cenário político".

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