Eleições em Angola: Previsões para todos os gostos
ms | Lusa
24 de agosto de 2017
A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de Angola ainda não divulgou os resultados das eleições gerais. Mas alguns partidos fizeram as suas contagens paralelas e já há quem anuncie vitória.
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O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) anunciou esta quinta-feira (24.08) que, com cinco milhões de votos escrutinados em todo o país, tem a "maioria qualificada assegurada" e a eleição de João Lourenço como Presidente da República. A informação foi transmitida na sede nacional do MPLA, em Luanda, pelo secretário do Bureau Político para as questões políticas e eleitorais, João Martins, em declarações aos jornalistas.
UNITA diz que ultrapassou MPLA em Luanda
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"Temos vindo a fazer a compilação dos dados que os nossos delegados de lista nos têm remetido, das atas síntese que obtiveram das assembleias de voto a nível de todo o país. E, numa altura em que temos escrutinado acima de cinco milhões de eleitores, o MPLA pode garantir que tem a maioria qualificada assegurada", disse.
"É com tranquilidade que podemos assegurar que o futuro Presidente da República será o camarada João Manuel Gonçalves Lourenço e o futuro vice-Presidente da República será o camarada Bornito de Sousa Baltazar Diogo", acrescentou João Martins.
"Não há maioria absoluta"
A Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE) também tem estado a fazer uma contagem paralela dos votos das eleições gerais de quarta-feira. O porta-voz Lino Bernardo Tito garantiu à DW África que "não há maioria absoluta" do MPLA.
CASA-CE: "Não há maioria absoluta"
01:29
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O partido liderado por Abel Chuvukuvuku prometeu divulgar "os resultados certos", sublinhando que haverá "surpresas".
A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) também está a fazer uma contagem paralela, com base nas actas-síntese em sua posse.
Segundo dados divulgados pelo site Maka Angola, numa altura em que estão contabilizados mais de um milhão e cem mil votos, o MPLA terá conseguido 51% dos votos, seguindo-se a UNITA com 36% e a CASA-CE, em terceiro lugar, com 11%. Metade dos votos já contabilizados são de Luanda.
O vice-presidente da UNITA, Raúl Danda, já contestou o anúncio de vitória do MPLA nas eleições gerais, exortando a CNE "a ter a coragem de divulgar os resultados provisórios reais" que vão chegando aos partidos. "Não sei de onde o MPLA está a tirar este resultado", disse à agência de notícias Lusa Raúl Danda.
Anúncios feitos numa altura em que decorre o escrutínio das 12.512 assembleias de voto, que incluem 25.873 mesas de voto. no seu último pronunciamento, durante a madrugada, e CNE não avançou resultados provisórios nem prazos para o efeito.
Angola vota: Eleições em imagens
Angolanos vão esta quarta-feira (23.08) às urnas escolher o sucessor de José Eduardo dos Santos, Presidente da República desde 1979. Críticas e desejo de mudança marcam eleições gerais de 2017.
Foto: Getty Images/AFP/A. Rogerio
João Lourenço, o sucessor
João Lourenço é o cabeça-de-lista do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), no poder há mais de quatro décadas. Tinha acabado de votar e mostrou o indicador direito marcado com tinta azul quando se ouviu um apelo para que levantasse quatro dedos - o sinal da posição do partido no boletim de voto. Lourenço recusou o pedido.
Foto: Getty Images/AFP/A. Rogerio
Dia histórico
23 de agosto de 2017 já é um dia histórico para a República de Angola. Os mais de nove milhões de angolanos inscritos começaram cedo a escolher o sucessor do atual líder do país, José Eduardo dos Santos, que está no poder desde 1979. O próximo Presidente de Angola é o cabeça-de-lista do partido mais votado.
Foto: Getty Images/AFP/M. Longari
Eleitores prontos
Já por volta das 7 horas da manhã, os eleitores angolanos faziam fila para votar. Em Luanda, o ambiente das assembleias de voto era tranquilo. Entretanto, cidadãos disseram ter dificuldades em localizar as suas assembleias de voto.
Foto: DW/A. Cascais
Eleitores do Huambo
Idalina Salomé, de 26 anos, votou pela primeira vez e apelou aos eleitores que ainda não votaram para exercerem o seu direito de cidadania. Na cidade do Huambo, o correspondente da DW, José Adalberto, diz que os munícipes têm afluído em massa às urnas.
Foto: DW/J.Adalberto
Quartas eleições
Essas são as quartas eleições já realizadas e as segundas nos moldes atuais, com a eleição direta do Parlamento e indireta do Presidente da República. As eleições estão a ser vigiadas por mais de 100 mil agentes de segurança e foi decretada tolerância de ponto em todo o país.
Foto: DW/A. Cascais
Adeus José Eduardo dos Santos
O Presidente cessante, José Eduardo dos Santos, líder do MPLA, partido no poder desde a independência do país, em 1975, votou por volta das 9 horas da manhã na Escola Primária de São José de Clunny, no centro de Luanda. Depois de cerca de quatro décadas, deixará o poder oficialmente após as eleições desta quarta-feira.
Foto: Getty Images/AFP/M. Longari
Samakuva vota no Talatona
O candidato da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), o principal partido da oposição, votou na Universidade Óscar Ribas, no município de Talatona, na zona sul de Luanda, onde apelou ao voto do angolanos neste importante dia para a história do país. Isaías Samakuva criticou o processo eleitoral por alegadas "irregularidades".
Foto: Getty Images/AFP/A. Rogerio
Abel Chivukuvuku
Depois de votar, o cabeça-de-lista da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), Abel Chivukuvuku, pediu às instituições que tutelam o ato eleitoral para que "cumpram com o seu papel"; de modo a que seja possível "festejar um momento que pode ser um novo começo" para Angola.
Foto: picture-alliance/Zuma/L. Fernando
Observadores internacionais
Miguel Trovoada, ex-chefe de Estado são-tomense, lidera a missão de observação eleitoral da CPLP. Já no início da votação, pela manhã, disse à DW que as eleições transcorriam de forma calma.
Foto: DW/J. Carlos
O sistema eleitoral angolano
A Constituição do país, aprovada em 2010, prevê a realização de eleições gerais a cada cinco anos. São eleitos 130 deputados pelo círculo nacional e mais cinco deputados pelos círculos eleitorais de cada uma das 18 províncias do país (somando 90). Ao todo, são 220 deputados da Assembleia Nacional. Já o cabeça-de-lista do partido mais votado é automaticamente eleito Presidente da República.