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Guiné-Bissau: PRS denuncia tentativa de aliciar militares

Lusa | tm
3 de junho de 2023

Líder do Partido da Renovação Social (PRS), Fernando Dias, denuncia tentativas de aliciar militares a votarem no partido no poder. Cerca de 900 mil eleitores vão às urnas amanhã para as legislativas guineenses.

Guinea-Bissau Präsidentschaftswahl
Foto: DW/F. Txuma Camara

O líder do Partido da Renovação Social (PRS) da Guiné-Bissau denunciou ontem (02.06) tentativas de aliciar os militares a votarem no partido no poder, o que considerou "inaceitável em democracia".

Sem citar nomes, Fernando Dias afirmou que o PRS está na posse de informações sobre "alguém, que nos últimos dias" estaria a tentar mobilizar os militares a votarem no partido que, disse, atualmente governa o país.

"Há uma tentativa de dar orientação aos militares em votarem num partido, comportamento que nós, o PRS compreendemos que é anormal", defendeu Fernando Dias, a saída do comício de encerramento da campanha eleitoral no bairro de Lala Quema, nos arredores de Bissau.

O líder do PRS afirmou que o voto livre é um direito que assiste a todos os cidadãos guineenses, incluindo os militares e considerou que cada pessoa deve analisar o programa eleitoral e a situação política do país para tomar a sua decisão em quem apoiar.

"Mão oculta"

"Agora essa tentativa de orientação que está a ser dada por mão oculta, isso é o que nós estamos a chamar a atenção porque não vamos admitir", avisou Fernando Dias.

O político defendeu que a democracia fixou os limites de atuação de cada cidadão na Guiné-Bissau e que ninguém pode dar orientações aos militares por, disse, saberem qual a real situação do país neste momento.

O líder do PRS disse que o partido é pela democracia e que militares não têm nada a aprender neste domínio de ninguém na Guiné-Bissau (foto de arquivo)Foto: Andre Kosters/EPA

"Os militares da Guiné-Bissau têm um salário base de 50 mil francos CFA [75 euros]. Como é que você pode dar orientação para que votem num partido, num Governo, que eles sabem que pioraram a situação", afirmou Fernando Dias.

Dias também chamou a atenção da comunidade internacional para o que considerou de "manobras em curso" no âmbito das eleições legislativas de domingo e exemplificou com a falta de documentos de acreditação dos seus representantes nas mesas de voto.

Credenciais

"Não recebemos credenciais até este momento, mas não vamos estar preocupados, sabe porquê, vamos ao terreno ver quem que nos vai impedir de circular, porque o comportamento do Governo em relação a essa matéria é um comportamento provocatório, de maneira que nós não vamos dar ouvidos", declarou Fernando Dias.

O presidente do PRS defendeu que, em condições normais, as credenciais de delegados dos partidos nas mesas de votação bem como de livre de trânsito para os elementos que vão estar no processo deveriam ter sido emitidas há 72 horas.

Também o candidato ao cargo de primeiro-ministro guineense pelo Partido da Renovação Social (PRS), Florentino Mendes Pereira, disse ontem em Bissau que o seu partido não vai tolerar qualquer tentativa de fraude nas eleições legislativas de domingo. 

O candidato ao cargo de primeiro-ministro repetiu as exortações feitas pelo líder do PRS, Fernando Dias, que desde a abertura da campanha sempre avisou que quem tentar tirar o voto do partido "terá problemas com o PRS".

"Estas eleições não vão resolver as fontes de conflitos"

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