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PolíticaFrança

Eleições em França: Macron perde maioria absoluta

Lusa
20 de junho de 2022

Emmanuel Macron registou uma pesada derrota na segunda volta das legislativas em França, ao perder a sua maioria absoluta no Parlamento. Escrutínio foi marcado pelo forte progresso da esquerda e da extrema-direita.

Foto: Michel Spingler/AP Photo/picture alliance

A coligação Ensemble!, que apoia Emmanuel Macron, elegeu 234 deputados, abaixo dos 289 necessários para alcançar a maioria absoluta, e a coligação de esquerda NUPES obteve 124 nas legislativas deste domingo (19.06), com 97% dos votos contados. 

Segundo os dados divulgados no "site" do Ministério do Interior francês, com 97% votos contados, a coligação Ensemble! (Juntos!, em português) ficou em primeiro lugar, com 7.821.659 votos (38,33%), elegendo 234 deputados eleitos.

Em segundo lugar, a coligação de esquerda Nova União Popular Ecológica e Social (NUPES) -- que junta forças como a França Insubmissa, os socialistas, ecologistas e comunistas -- tem 124 deputados e 6.418.964 votos (31,46%).

Com 3.589.460 votos (17,59%), a União Nacional, de Marine Le Pen, obtém 89 deputados, uma progressão significativa se comparado com os resultados que tinha obtido nas últimas eleições legislativas, em 2017, quando tinha elegido oito deputados.

Militantes da coligação NUPES celebram resultados nas urnasFoto: Michel Euler/AP Photo/picture alliance

O partido de centro-direita Republicanos tem 61 deputados, um número suficiente para, em conjunto com a coligação presidencial, conseguir formar uma maioria governativa, que exige 289 deputados.

A estes partidos, acrescentam-se ainda as 'nuances' atribuídas a candidatos independentes: foram eleitos 22 deputados de provenientes de "diversas esquerdas", 10 "regionalistas" e outros 10 de "diversas direitas". 

Alianças para governar

Perante estes resultados, o Presidente francês, reeleito em abril para um segundo mandato, será forçado a procurar alianças para aplicar o seu programa de reformas para os próximos cinco anos, mas muito contestado pela generalidade das oposições. 

A necessidade de procurar compromissos parlamentares, uma situação pouco habitual na política interna francesa, poderá conduzir o país uma instabilidade política crónica, assinalaram diversos observadores. 

Foto: Eric Gaillard/REUTERS

O "ultraje" sofrido pela maioria presidencial, segundo a expressão do diário Libération, foi reconhecida pelo ministro da Economia, Bruno Le Maire, que numa primeira reação garantiu que a França não será "ingovernável" e pediu o apoio aos membros da oposição de direita e de esquerda que coincidam com os principais pontos do programa de Macron para evitar o bloqueio do país.

"Peço aos que coincidem com estas ideias que assumam as suas responsabilidades e apoiem a única força que está em condições de governar a França", disse em declarações aos 'media'.

Uma posição posteriormente reforçada pela primeira-ministra, Elisabeth Borne, ao considerar que os resultados constituem um "risco para o país" e apelando a uma "maioria de ação" e à "união", prometendo "diálogo" da parte do Governo e do Presidente.

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