Partidos políticos em Moçambique dizem que as redes sociais estão a ser canais mais eficazes para disseminar manifestos eleitoriais.
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Os partidos políticos concorrentes às eleições gerais da próxima terça-feira (15.10.) em Moçambique consideram que as redes sociais estão a ser canais mais eficazes para disseminar manifestos eleitorais.
Alguns partidos afirmam que os seus manifestos chegam em tempo útil ao eleitorado comparativamente aos meios de comunicação tradicionais.
Um artigo do economista Joseph Hanlon, indica que só no Facebook a FRELIMO tem mais de 77 mil seguidores, a RENAMO com 16 mil e o MDM, Movimento Democrático de Moçambique, e a Nova Democracia com mais de 11 mil seguidores.
O WhatsApp como preferênciaA RENAMO, segundo o mandatário do partido, Venâncio Mondlane, as cidades e arredores são as que estão fortemente ligadas às redes sociais, com destaque para o WhatsApp. "Porque o é muito abrangente e mesmo aqueles que não têm acabam por estar ligados através de um amigo que no momento do convívio partilha a informação", disse Mondlane.
As redes sociais são, ainda segundo Mondlane, um alívio para os partidos cujos manifestos eleitorais não são divulgados nas televisões, jornais impressos e rádios. "Sendo assim é muito positivo e pertinente usar as redes sociais, sobretudo os partidos da oposição que têm black out nos órgãos de comunicação públicos.”
Partidos com várias contas O Movimento Democrático de Moçambique, criou várias contas no Facebook e grupos no WhatsApp para partilhar os conteúdos eleitorais, segundo Adérito Mapera, delegado político do partido na capital, Maputo.
Eleições em Moçambique: Campanha eleitoral nas redes sociais
"Está bem nas redes sociais mas no campo as coisas são diferentes porque temos sido perseguidos pelo partido no poder que atrapalha a nossa campanha eleitoral”, afirma Mapera.
Por seu turno, o académico Egídio Vaz considera ser óbvio o recurso às redes sociais por parte dos partidos políticos e dá exemplos.
"Os comícios não chegam a todos e para as pessoas saberem como foi o evento recorrem às redes sociais. As pessoas gravam e veiculam a informação em vídeos, audios e em textos,” sublinha Egídio Vaz.
O analista nega que os partidos, sobretudo da oposição, recorram às redes sociais porque os seus manifestos eleitorais não são veiculados nos órgãos de comunicação social tradicionais, como rádios, jornais impressos e televisões.
Mas, Vaz explica que os conteúdos dos partidos são veiculados nos órgãos de comunicação públicos e "na melhor das hipóteses com igualdade de oportunidades”.
"Acaba de me matar": jovens angolanos protestam contra o Governo nas redes sociais
Devido à falta de estrutura para lidar com os efeitos da chuva, pelo menos dez pessoas morreram em Luanda. Esta situação levou os cidadãos a iniciarem no Facebook uma onda de protestos denominada "Acaba de me matar".
Foto: Guenilson Figueiredo
Perdas após mau tempo
A morte de uma criança de quatro anos desencadeou a onda de protestos nas redes sociais, com os cidadãos a partilhar imagens fingindo-se de mortos e com a mensagem "Acabam de nos matar", uma forma de repudiar a não resolução dos problemas da população por parte do Governo. Ariano James Scherzie, 19 anos, participou na campanha que rapidamente se tornou viral.
Foto: Ariano Scherzie
Sonhos estão a morrer
Botijas de gás, livros, computadores e blocos de cimento estão entre os objetos usados pelos jovens para protestar contra o que dizem ser más políticas públicas. Indira Alves, 28 anos, lamenta a situação do seu país. "Estou a morrer. Desde as condições de vida até aos sonhos, não é possível o que temos vivido nesta Angola", conta a jovem que abandonou os estudos para trabalhar.
Foto: Indira Alves
Chamar atenção das autoridades
Anderson Eduardo, 24 anos, quis "atingir pacificamente a atenção de alguém de direito a fim de acudir-nos". Decidiu participar no protesto devido ao descontentamento com a governação em Angola. "Eles nos pedem para apertar o cinto, se contentar com o bem pouco, e ao mesmo tempo tudo sobe de preço, alimentos, vestuários, electrodomésticos, e o salário não sobe”, conta o engenheiro informático.
Foto: Anderson Eduardo
Em nome dos colegas e pacientes
Cólua Tremura, 24 anos, conta o porquê de ter participado no protesto: "A minha motivação foram os meus colegas que cancelaram a faculdade por causa da crise, os colegas que morreram antes de realizarem o sonho de serem médicos, os pacientes que apenas vão ao hospital quando estão graves. Acredito que [o protesto] não alcançou os resultados previstos, que era chamar a atenção do Governo".
Foto: Cólua Tremura
Sem reações
Lucas Nascimento, 20 anos, viu no mau tempo e na falta de estrutura razões para aderir ao protesto. O jovem quis dar apoio a uma jovem da região que perdeu a casa num desabamento provocado pelo mau tempo. "Acaba de me matar quer dizer que nós já estamos mal e o Governo está acabando de nos matar", explica. "Até aqui, não notamos nenhuma reação do Governo, talvez possa ser ignorância ou desleixo".
Foto: Lucas Nascimento
Falta justiça
Guenilson Figueiredo, 20 anos, entrou na onda de protestos e teme as consequências que ela pode trazer aos cidadãos que participaram. "Não posso falar muito sobre este protesto, porque nós vivemos num país onde a justiça só funciona contra os pobres".
Foto: Guenilson Figueiredo
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Refira-se que a campanha eleitoral em Moçambique termina neste sábado (12.10.) e a votação acontece na terca-feira, dia 15 de outubro.