Moçambique vai a votos nesta terça-feira (15.10.) mas alguns observadores ainda não foram credenciados. As autoridades de administração eleitoral (STAE) garantem que todas as mesas de votação abrirão às sete horas.
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É já nesta terça-feira (15.10.) que os moçambicanos vão escolher pela sexta vez, o Presidente da República e os 250 deputados do Parlamento, 794 membros das assembleias provinciais e pela primeira vez 10 governadores provinciais.
A menos de 24 horas da votação, na província central de Tete mais de 500 observadores eleitorais, indicados pela Igreja Católica de Tete, ainda não estão credenciados.
O presidente da Comissão Provincial de Eleições de Tete, Ussumane Cassamo, diz que a demora na acreditação se deve à falta de capacidade de emissão das credencias pelos órgãos eleitorais na província.
O STAE ainda não deu resposta
Em declarações à DW África, Elton Laissone, que é presidente da Comissão Diocesana da Justiça e Paz em Tete, uma organização da sociedade civil pertencente à Igreja Católica, afirma que "recebemos 115 credenciais dos 698 que solicitamos e já havíamos pressionado [o STAE] neste sentido, mas sem resposta positiva”, queixa-se Laissone.
Elton Laissone acrescentou que a sua agremiação corre contra o tempo e destaca que a esperança vai se complicando tendo em conta o tempo que falta para a realização das eleições.
"Das credenciais que ainda nos faltam por receber temos aquelas que terão de ir aos distritos de Zumbo [cerca de 500 km da cidade de Tete], Marara, Chifunde e Mutarara, e nós sabemos o quanto Tete é complicado em termos de distâncias”, frisou Laissone.
Credenciamento fora do tempoO presidente da Comissão Provincial de Eleições de Tete, Ussumane Cassamo, diz que a demora de credenciamento se deve à falta de capacidade de emissão dos documentos.
Eleições em Moçambique: Falhas no credenciamento de observadores
Mas não só, acusa alguns observadores de terem "submetido tarde os seus pedidos de credenciamento, facto que está a complicar os órgãos eleitorais, que estão a ter muitas dificuldades de dar vazão às solicitações”, disse Cassamo.
A CNE em Tete lamenta ainda que desde a última sexta-feira (11.10.) até esta segunda-feira, (14.10.), "existe uma grande preocupação das organizações de observadores e isso naturalmente pode complicar”.
Para já, Elton Laissone nega que o pedido da sua agremiação tenha dado entrada tarde aos órgãos eleitorais. "Não atrasamos a submeter os pedidos das credenciais, mas tivemos situações de atrasos dos órgãos eleitorais", observa Laissone.
Queixas do MDM O Movimento Democrático de Moçambique, MDM, acusa os órgãos eleitorais de Moatize de estarem a impedir a substituição dos MMVs, (Membros das Mesas de Assembleias de Voto), pelos partidos políticos, segundo o cabeça de lista do partido, Carlos Monteiro. "Nós como partido político estamos muito frustrados por esta posição, porque são eles MMVs que nos representam nas mesas de assembleia de voto”, lamenta.
A DW tentou obter uma reação do STAE distrital de Moatize, mas sem sucesso. Para as eleições desta terça-feira, estão inscritos cerca de 1.1 milhão de eleitores em toda a província de Tete, onde serão instalados mais de mil postos de votação, onde funcionarão cerca de 1900 mesas de voto.
As autoridades de administração eleitoral em Tete garantem que todas as mesas de votação abrirão as sete horas. Três foram mobilizados para a alocação dos membros das mesas de votação e os respectivos kits, nas regiões de difícil acesso.
Tete: produtos variados na Feira de Moatize
Nesta que é a maior feira de Tete, é possível encontrar de tudo um pouco. Os clientes dizem-se satisfeitos, não só pela variedade de produtos, mas também pelos preços baixos. O espaço é procurado por muitos jovens.
Foto: DW/A. Zacarias
Feira concorrida
A estação dos Caminhos de Ferro de Moçambique na vila de Moatize é, atualmente, o ponto de convergência de muitas pessoas, não só por causa do transporte de passageiros, mas porque aqui se realiza, às quartas-feiras e domingos, a maior feira da província de Tete. Homens e mulheres, vindos de várias províncias, vendem vários produtos, com destaque para a roupa usada e produtos agrícolas.
Foto: DW/A. Zacarias
Bancas improvisadas
A feira funciona num espaço aberto, sem as mínimas condições. As bancas são improvisadas: construídas em cima de paus e cobertas com plásticos. Mas há também quem faça o seu negócio sem espaço fixo e debaixo do intenso calor, que caracteriza a vila de Moatize.
Foto: DW/A. Zacarias
Venda de água
À “boleia” das condições meteorológicas da província, algumas mulheres fazem negócio com a venda de água, quer aos feirantes, quer às centenas de visitantes que por aqui passam semanalmente. Até porque na feira, não há serviços de restauração.
Foto: DW/A. Zacarias
Exclusividade
Muitos jovens, vindos de várias províncias da Zambézia, Manica e Sofala, convergem aqui para a venda de diferentes produtos. Um dos mais procurados na feira são as roupas usadas. E são também os jovens os que mais as procuram. Uns porque entendem que é barata, outros porque é exclusiva.
Foto: DW/A. Zacarias
Telemóveis
Os telemóveis são também muito procurados. Há muitos vendedores a fazer negócio com várias marcas contrafeitas. São, na maioria, jovens. Alguns recorrem às bancas improvisadas, outros passeiam-se pela feira com os telemóveis na mão – são os chamados vendedores ambulantes. Há preços desde os 500 meticais (cerca de sete euros).
Foto: DW/A. Zacarias
Tecnologia
Com o advento das novas tecnologias, já é possível, nos dias que correm, fazer pagamentos recorrendo aos serviços bancários móveis. Nesta foto, um jovem efetua o pagamento por esta via, depois de escolher os calções que quer comprar.
Foto: DW/A. Zacarias
Moda da capulana
Nos últimos tempos, o uso da capulana em Moçambique é moda. E porque em algumas lojas as capulanas estão caras, muitos clientes recorrem à feira de Moatize para as comprar junto dos vendedores ambulantes. Madalitso Phiri (no meio) tem 22 anos. Saiu do Malawi para vir fazer negócios em Tete. É vendedor ambulante e está satisfeito com o movimento da Feira. "Há muitos clientes", diz.
Foto: DW/A. Zacarias
Lanternas
E porque na vila de Moatize, e em alguns bairros da cidade de Tete, são frequentes os cortes de energia da rede nacional, há quem tenha encontrado nesta realidade uma forma de fazer negócio: vendem vários tipos e modelos de lanternas.
Foto: DW/A. Zacarias
Produtos caseiros
É frequente também encontrar, na Feira de Moatize, senhoras a vender bolos de fabrico caseiro e pão. Panelas de alumínio, mochilas e utensílios de plástico são outros dos produtos à venda.
Foto: DW/A. Zacarias
Medicina tradicional
A medicina tradicional faz parte das tradições africanas. Por isso, também os seus praticantes têm aqui algumas bancas improvisadas, nas quais vendem os seus produtos.
Foto: DW/A. Zacarias
Revenda
Os distritos de Macanga, Angónia e Tsangano, no extremo norte da província de Tete, são os maiores produtores de comida. A feira de Moatize tem sido um dos locais de maior comercialização destes produtos. Os preços são baixos. Algumas pessoas aproveitam para comprar aqui e depois revenderem nos mercados da cidade de Tete.