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Eleições em Moçambique: Intolerância política "piorou"

Lusa
26 de setembro de 2024

Sala da Paz, que junta organizações da sociedade civil para a observação eleitoral, alerta para "agravamento de intolerância política" e pede "menos participação" de menores na campanha para as eleições de 9 de outubro.

Cartazes da campanha eleitoral moçambicana numa rua de Maputo
Campanha eleitoral começou a 24 de agosto em MoçambiqueFoto: Alfredo Zuniga/AFP/Getty Images

"Há registo de atos de intolerância política que têm como protagonistas o empresariado local, especialmente os que operam no ramo de hotelaria e turismo, que de forma discriminatória têm estado a impedir e a abster-se de prestar serviços de hotelaria a representantes de algumas formações políticas", denunciou hoje Teresa Xavier, da Associação das Mulheres na Comunicação Social, que faz parte da plataforma Sala da Paz.

Em conferência de imprensa para apresentar o relatório sobre os primeiros 30 dias de campanha eleitoral, a responsável detalhou que "os casos mais graves" de intolerância política foram registados nas províncias de Sofala, Manica, Inhambane, Nampula e Tete.

"Os casos de intolerância política tendem a agravar-se, com casos recentes ligados à destruição de material de propaganda, incêndio de viaturas e residências de membros de partidos políticos", declarou Teresa Xavier, acrescentando que a plataforma está preocupada com a ocorrência de ilícitos eleitorais e a vandalização de material de propaganda, sobretudo na província de Sofala, com mais casos.

A organização da sociedade civil denunciou igualmente a participação de menores, referindo que observou o seu envolvimento em 44% dos eventos de atividades de "caça ao voto".

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"Deste número, 27% aparentavam integrar ações de campanha voluntariamente e outros 17% aparentavam ter recebido instruções partidárias para o efeito. As crianças e adolescentes têm sido vistas carregando bandeiras e participando ativamente das manifestações", declarou a responsável.

Ainda no seu balanço, a Sala da Paz voltou a denunciar o envolvimento de funcionários públicos em atividades de campanha, referindo igualmente que persiste o uso de meios públicos, sobretudo pelas formações políticas com representação no Parlamento moçambicano.

"As províncias de Nampula, Inhambane e Gaza têm registado maior número de irregularidades desta natureza, em que a Sala da Paz constatou que o partido FRELIMO, embora com alguma redução de casos na primeira quinzena da campanha eleitoral, continua a ser o partido que mais beneficia do uso dos bens e funcionários públicos", referiu Teresa Xavier.

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