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Moçambique: deficientes e albinos pedem inclusão na campanha

Sitoi Lutxeque (Nampula)
23 de setembro de 2019

Durante a campanha eleitoral em curso, em Moçambique, os problemas das pessoas com deficiência e albinos não estão na agenda dos candidatos em Nampula. Partidos dizem que eles fazem parte do seu programa eleitoral.

Mosambik Wahlkampf | Menschen mit Behinderung
Foto: DW/S. Lutxeque

Na província moçambicana de Nampula, as pessoas com algum tipo de deficiência dizem-se excluídas da campanha eleitoral e que os projetos políticos apresentados não incluem essa franja da sociedade moçambicana. Mas os partidos ao contrário.

Para o secretário-executivo da Associação dos Cegos e Amblíopes de Moçambique (ACAMO) em Nampula, Periha Amade, ao olhar para quase um mês de campanha eleitoral, não tem duvidas que as pessoas com deficiência foram postas de lado.

"Nestas campanhas que estão a decorrer, dificilmente os atores políticos se fazem presentes, para nos fazer perceber os seus manifestos. Este é um problema que estamos a registar, pelo menos nós com deficiência visual", disse.

Até agora, em Nampula, os partidos políticos não se encontraram com pessoas com deficiência, refere Periha Amade. Para terem acesso aos manifestos dos partidos, algumas pessoas recorrem à comunicação social, mas outras ficam excluídas:

"Se formos a ver, nem todas as pessoas têm essa possibilidade de poder ouvir uma informação através dos órgãos de comunicação social."

Ainda assim, o secretário-executivo da ACAMO em Nampula diz que espera que os próximos governantes não se esqueçam dos problemas das pessoas com deficiência. E espera, por exemplo, mais ajuda às famílias, além de mais escolas para educação específica de deficientes visuais.

Moçambique: deficientes e albinos pedem inclusão na campanha

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Quem também reclama inclusão são as pessoas com albinismo. De acordo com Diamantino António, membro da Associação Amor à Vida, "nenhum partido" tem falado sobre os albinos.

Partidos dizem o contrário

Mas os partidos garantem que não esquecem nem as pessoas com albinismo, nem as pessoas com deficiência visual, auditiva, motora ou mental. Sande Carmona, porta-voz do MDM, assegura que o seu partido trabalha com pessoas com deficiência há muito tempo.

"Em vários pontos do país, temos feito encontros não muito muito regulares, com a camada que precisa de nosso apoio para a sua sobrevivência. Portanto, nós, como partido político que está a concorrer, estamos sensibilizados para a necessidade de termos um programa específico para os deficientes, o que nunca aconteceu neste país, e fizemos questão de tornar prioridade."

Manuel Rodrigues, o candidato da FRELIMO ao cargo de governador de Nampula, diz que o seu partido tem feito muito pelas pessoas com deficiência, e que isso é para continuar.

"Nós vamos continuar a apoiar esta camada social, porque ela sempre constitui prioridade para o nosso Governo. Como sabe, o Governo da FRELIMO tem um programa de apoio aos deficientes, apoio social aos desfavorecidos, e tem um programa que canaliza dinheiro e apoios materiais como cadeiras de rodas e para construção de centros de acolhimento".

A RENAMO e o partido AMUSI não estiveram disponíveis para comentar o tema. A 15 de outubro, 12,9 milhões de eleitores moçambicanos vão escolher o Presidente da República, dez assembleias provinciais e respetivos governadores, bem como 250 deputados da Assembleia da República.

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