Segundo o Centro de Integridade Pública de Moçambique, Paulo Vahanle obteve 58% dos votos na segunda volta das intercalares de Nampula. Autoridades eleitorais devem divulgar dados oficiais ainda esta quinta-feira.
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Em Nampula, o Centro de Integridade Pública de Moçambique (CIP) anunciou a vitória do candidato da RENAMO na segunda volta das eleições intercalares para a presidência do Conselho Municipal da cidade. A votação decorreu nesta quarta-feira (14.03), com problemas registados pelos órgãos eleitorais.
O CIP, que faz parte da plataforma Votar Moçambique junto com outras organizações da sociedade civil, acompanhou o escrutínio e a contagem e informou que Paulo Vahanle obteve 58% dos votos, enquanto que Amisse Cololo, da FRELIMO, partido no Governo, alcançou 42%. A informação foi avançada pela agência de notícias Lusa.
Entretanto, segundo o jornal moçambicano O País, os dados oficiais das autoridades eleitorais, mesmo que preliminares, ainda vão ser divulgados esta quinta-feira.
Problemas
Num relatório sobre a forma como decorreu a eleição, a plataforma aponta alguns problemas. Segundo os observadores, apesar de as urnas, de uma forma geral, terem aberto a horas, houve atrasos nalgumas mesas de voto por falta de materiais e cadernos eleitorais.
Registaram-se ainda casos em que os nomes de eleitores não constavam dos cadernos, apesar de terem cartão de eleitor e de terem votado nas mesmas mesas na primeira volta. Houve também casos de boletins de voto encontrados fora das assembleias de voto.
A votação em Nampula foi motivada pelo homicídio de Mahamudo Amurane, anterior autarca, e decorreu sete meses antes das eleições autárquicas em todo o país, agendadas para 10 de outubro.
Eleições intercalares em Nampula
Já teve início em Nampula, norte de Moçambique, o ato eleitoral que elegerá o sucessor de Mahamudo Amurane. As eleições decorrem até às 18h00 e contam com cerca de 300 mil eleitores e cinco candidatos nos boletins.
Foto: DW/S. Lutxeque
Munícipes chegam cedo
Um pouco por toda a província, os munícipes responderam positivamente ao apelo da CNE para votarem o mais cedo possível e começaram a marcar lugar nas filas para as assembleias de voto duas horas e meia antes da abertura das urnas. As urnas estão abertas até às 18:00, com 296.590 eleitores inscritos e cinco candidatos nos boletins de votos.
Foto: DW/S. Lutxeque
Atrasos na abertura das urnas
Sete horas da manhã desta quarta-feira (24.01.) era o horário previsto para a abertura das 54 assembleias de voto, mas algumas só começaram a funcionar uma ou duas horas mais tarde. Os atrasos registaram-se nos postos de votação instalados nas escolas de Muthita, 12 de Outubro, Mpuecha, Namicopo e Nahene, entre outros.
Foto: DW/S. Lutxeque
Denúncia de ilegalidades
Durante a manhã, Mário Albino, candidato do movimento AMUSI, denunciou a presença "de novos eleitores que não constam nos cadernos eleitorais". As declarações foram feitas depois de ter ido votar. Mário Albino mostrou-se satisfeito e confiante na vitória. Para estas eleições, foram credenciados 1200 observadores nacionais e internacionais e cerca de 150 jornalistas nacionais.
Foto: DW/S. Lutxeque
CNE garante normalidade no processo
Daniel Ramos, presidente da Comissão Provincial de Eleições, negou as acusações. Segundo este responsável, o processo eleitoral está a decorrer sem problemas. Sobre o atraso na abertura de mesas da assembleia de voto, Daniel Ramos explica que ficou a dever-se às chuvas que caíram durante a noite de ontem e início desta manhã.
Foto: DW/S. Lutxeque
Falta de material
Também a plataforma de observadores eleitorais que acompanha o processo denunciou, à margem de uma conferência de imprensa, algumas irregularidades na abertura das eleições. Entre elas, a falta de material de votação. Segundo a organização, 57% das 401 assembleias de voto abriram à hora estipulada. As restantes abiriram com um atraso de cerca de uma/duas horas.
Foto: DW/S. Lutxeque
Assembleia de voto encerrada
A votação foi interrompida na Escola Comunitária de Malimusse. Membros do MDM paralisaram o processo devido a erros nos cadernos eleitorais. Luísa Morroviça (na foto), fiscal do MDM, afirma que o seu partido “não vai admitir brincadeiras do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral. A assembleia de voto em causa já admitiu o problema e confirma que a votação está interrompida desde manhã.
Foto: DW/S. Lutxeque
Cinco candidatos na corrida
Disputam o cargo de presidente do Município de Nampula Carlos Saíde do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Amisse Cololo da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), Paulo Vahanle da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Filomena Mutoropa do Partido Humanista de Moçambique (PAHUMO) e Mário Albino Muiquissince da Ação Movimento Unido Para Salvação Integral-Nampula (AMUSI).
Foto: DW/S. Lutxeque
Mandato curto
O MDM venceu as últimas eleições, em 2013, com 53,84% dos votos e a FRELIMO, que lidera o Governo em Moçambique, arrecadou 41,04%. Na altura, a RENAMO boicotou as autárquicas. Para além de contarem com mais candidatos, estas eleições diferenciam-se ainda pelo curto mandato que vão ditar, uma vez que as eleições autárquicas em Moçambique estão marcadas para 15 de outubro deste ano.