Moçambique: CNE admite "interferências" externas
1 de outubro de 2024Carlos Matsinhe afirmou que "quanto ao lado dos órgãos eleitorais, apesar de, de alguma forma, haver muitas interpretações e, às vezes, muitas interferências, o compromisso dos órgãos eleitorais é o mesmo: aquele de realizar ou ajudar o povo a realizar eleições livres, justas, transparentes e credíveis e, mais do que isso, eleições pacíficas".
Matsinhe falava em declarações à emissora pública Rádio Moçambique, em Dar-es-Salaam, capital da Tanzânia, numa altura em que decorre a última semana de campanha para as eleições gerais, que termina em 06 de outubro.
Questionado sobre os autores das alegadas interferências no trabalho dos órgãos eleitorais, Carlos Matsinhe não entrou em pormenores sobre o assunto.
Críticas
"Acho que não diria de parte de quem [vem essas interferências]. Muitas vezes se condenam os órgãos eleitorais e nem todas as condenações correspondem à realidade", acrescentou Matsinhe, referindo-se às frequentes críticas à forma como as eleições são conduzidas em Moçambique.
O presidente da CNE apelou aos eleitores para exercerem o seu direito de voto em função da sua consciência, vontade e liberdade, para contribuírem para o bem do país.
"Que os moçambicanos continuem a ser aqueles eleitores que fazem a sua eleição com responsabilidade, para manter um país unido, que seja de paz, que seja de concórdia. Vamos realizar eleições que contribuam para a paz a estabilidade do país", afirmou Carlos Matsinhe.
Moçambique realiza em 09 de outubro as sétimas eleições presidenciais, às quais já não concorre o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, que atingiu o limite constitucional de dois mandatos, em simultâneo com as sétimas legislativas e quartas para assembleias e governadores provinciais.
Mais de 17 milhões de eleitores estão inscritos para votar, incluindo 333.839 recenseados no estrangeiro, de acordo com dados da Comissão Nacional de Eleições.
Concorrem à Presidência da República Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, Ossufo Momade, apoiado pela Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), maior partido da oposição, Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro maior partido parlamentar, e Venâncio Mondlane, ex-membro e ex-deputado da Renamo, apoiado pelo Partido Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), movimento sem representação parlamentar.