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PolíticaAlemanha

Eleições na Alemanha: CDU e SPD querem formar coligações

Cristiane Vieira Teixeira (Berlim) | com agências
27 de setembro de 2021

Disputa pela chancelaria da Alemanha parece estar longe do fim. Os dois partidos mais votados querem liderar uma coligação com os Verdes e os liberais. Comunidade internacional aguarda as próximas cenas em Berlim.

Symbolbild Ampelkoalition
Foto: Gero Breloer/dpa/picture-alliance

No dia seguinte às eleições Parlamentares alemãs de domingo (26.09), foram divulgados os resultados oficiais preliminares que confirmam a vitória do Partido-Social Democrata (SPD, na sigla em alemão) com 25,7% dos votos, em segundo lugar a União, da chanceler Angela Merkel, com 24,1% dos votos, e os Verdes em terceiro, com 14,8%. Os liberais do FDP ficaram em quarto lugar, com 11,5% dos votos.

Apesar de não terem conquistado mais votos, parece que estes dois últimos partidos estão mais garantidos no novo Governo que SPD e União. Estes disputam agora em habilidade política para formar uma coligação e ambos pretendem fazê-lo justamente com os mesmos parceiros: Verdes e liberais.

O candidato a chanceler do SPD, Olaf Scholz, disse que espera iniciar as negociações de uma coligação para a formação do Governo, o mais rápido possível.

"É claro para nós que temos um mandato para tentar formar um Governo composto pelos partidos que venceram as eleições, o SPD que ganhou muitos votos, os Verdes e o FDP. Vamos tentar trabalhar juntos nisso", declarou Scholz.

União continua na disputa

No entanto, o candidato a chanceler da União - coligação entre a União Democrata Cristão (CDU, na sigla em alemão), partido de Merkel, e a União Social Cristã (CSU, na sigla em alemão)  - Amin Laschet, admitiu a derrota, mas não abre mão das negociações para uma coligação também com Os Verdes e o FDP.

"Nenhum partido pode derivar um mandato claro para governar a partir desse resultado. Nem nós, nem o SPD (…) A presidência da CDU está de acordo que nos coloquemos disponíveis para negociações para uma coligação Jamaica", garantiu Laschet.

Verdes reconhecem vitória do SPD

A vitória do SPD foi reconhecida pelo co-líder do partido Os Verdes, que ficou em terceiro na votação. Robert Habeck indicou, entretanto, a principal condição do seu partido nas negociações.

"Onde a maior proteção climática ou as respostas para os grandes desafios destes tempos são dadas, é para onde o Governo deve ir. Tornou-se claro que o SPD está na liderança. Isto significa, naturalmente, que as conversações com o SPD e o FDP terão lugar", afirmou o político.

A duração das negociações para a formação de uma coligação governamental é ilimitada. Só após a assinatura de um acordo e a indicação do nome do futuro chanceler, o sucessor de Angela Merkel apresenta-se diante do novo Bundestag para ser designado formalmente.

Co-líder de Os Verdes, Robert Habeck (à esq.), e líder dos liberais do FDP, Christian Lindner (à dir.)Foto: Wolfgang Kumm/dpa/picture alliance

Comunidade internacional

No âmbito internacional, o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, felicitou Olaf Scholz pela vitória nas legislativas, destacando que a UE precisa de um parceiro "forte e fiável" em Berlim.

O secretário de Estado francês para os Assuntos Europeus, Clément Beaune, felicitou os alemães por terem optado pela "moderação e estabilidade".

O Kremlin manifestou o seu desejo de continuidade nas relações Moscovo-Berlim.

E o primeiro-ministro espanhol insistiu que a vitória dos sociais-democratas abre a oportunidade de os dois países estarem "unidos na cor e orientação dos dois Governos" para uma recuperação económica verde e justa.

Já os analistas advertem que Berlim ficará paralisada no cenário internacional.

Entretanto, o Banco central da Alemanha considera que o novo Governo herdará uma economia sólida. "De um modo geral, é provável que a produção económica aumente mais fortemente na terceiro trimestre do que na primavera", lê-se relatório mensal de setembro, divulgado hoje.

Em direto da sede do partido vencedor das eleições alemãs

04:28

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