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Guiné-Bissau: partidos priorizam Justiça, Educação e Saúde

6 de março de 2019

A revisão constitucional também é apontada pelos candidatos como prioridade em caso de vitória. Partidos questionam decisão da CNE de autorizar as listas suplementares.

Guinea-Bissau l Movimento Patriótico - Poster von der Partei Movimento Patriótico
Cartazes do partido Movimento PatrióticoFoto: DW/B. Darame

Pela primeira vez na história da democracia guineense, praticamente todos os 21 partidos políticos que concorrem às eleições legislativas do próximo domingo (10.03) apresentam programas eleitorais nas suas respetivas campanhas com Justiça, Educação, Saúde e revisão constitucional como prioridades para a Guiné-Bissau, em caso de vitória.

O antigo primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC, concorre pela segunda vez ao cargo de cabeça e lista com o programa eleitoral "Terra Ranka". Com o slogan "PAIGC é a força do povo”, o líder do partido libertador promete arrancar definitivamente a Guiné-Bissau rumo ao desenvolvimento.

Segundo o ex-chefe do executivo guineense, a proposta do PAIGC para governar o país nos próximos quatro anos "abarca várias áreas", desde as reformas até o crescimento económico, passando pela construção de infraestruturas, valorização do capital humano e natural e a política externa.

Guiné-Bissau: partidos em campanha priorizam Justiça, Educação e Saúde

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"É o melhor programa eleitoral para governar a Guiné-Bissau, porque os direitos de cidadania vão ser restaurados. A lei vai ser observada. A democracia vai voltar a significar que aquilo que está na lei é para o cumprimento obrigatório de todos. Não pode haver elites que pensam que podem sequestrar o Estado e transformá-lo num instrumento para atender interesses particulares. O PAIGC vai restaurar a ordem, a lei e proteger o direito dos cidadãos”, prometeu Domingos Simões Pereira.

Domingos Simões Pereira, que foi demitido do cargo de primeiro-ministro da Guiné-Bissau em 2015, depois de o seu partido ter vencido as legislativas de 2014, considerou que o povo guineense poderá decidir dar a maioria absoluta ao seu partido, já que o PAIGC concorre em todos os 29 círculos eleitorais.

"Falta de justiça”

José Paulo Semedo, advogado de profissão e pastor da Igreja Central Evangélica da Guiné-Bissau, é o cabeça de lista pelo Movimento Patriótico. Uma formação política formada há 5 anos, que junta vários advogados e juristas de Bissau para defender a justiça como pilar fundamental para a reconstrução do Estado da Guiné-Bissau.

José Paulo SemedoFoto: DW/B. Darame

"Como principal problema, o Movimento Patriótico identificou a falta de justiça e como solução aponta a criação de condições para resolver o problema. Estamos num país onde não há controlo das finanças públicas e os gestores fazem uso do fundo público sem nenhuma satisfação ao povo. A ausência de justiça constitui a principal causa de estrangulamento de desenvolvimento da Guiné-Bissau. Faremos o fortalecimento do aparelho de Estado através de uma reestruturação e revisão da Constituição da República”, afirmou José Paulo Semedo.

O Movimento Patriótico apenas concorre em 15 dos 29 círculos eleitorais.

Campanha porta a porta

A RGB/Movimento Bafatá, partido fundado nos finais da década de 80 e liderado por Fernando Mendes, convida o povo através de uma campanha porta a porta para uma luta sem tréguas, visando a prosperidade de todos.

"Pretendemos a partir de 11 de março, se formos eleitos combater a corrupção, porque na nossa opinião é a mãe de todos os males que a sociedade enfrenta. Um país com a corrupção em todas as franjas da sociedade torna-se um país injusto e violento. Combatendo a corrupção, o Estado estará em condições de resolver problemas na Educação e Saúde. Sem a Justiça não se pode falar em investimento estrangeiro e garante da estabilidade económica, social e política”, declarou.

Jovens na disputa

O próximo Parlamento a ser eleito no domingo terá, pela primeira vez, um grande número de jovens que decidiram entrar na política com o objetivo de mudar o rumo do país. O Partido da Convergência Democrática (PCD), que teve dois deputados na última legislatura, apresenta, por exemplo, no círculo eleitoral 24, em Bissau, Catarina Taborda, de apenas 29 anos de idade.

Catarina TabordaFoto: DW/J.Carlos

"Os jovens, mulheres e crianças precisam de apoio. Foi neste sentido que apresentamos um projeto que vai criar bolsas de estudo interno para jovens. Inserir os jovens no mercado de trabalho, criação de um orfanato no círculo 24, criação de um centro de saúde em cada círculo. Por ser jovem e mulher, tenho essa sensibilidade de ver o que é que eles precisam”, afirmou.

Listas suplementares

Entretanto, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau revogou nesta quarta-feira (06.03) a decisão de criar uma lista suplementar de votação para as pessoas que se recensearam, mas cujos nomes não constam nos cadernos eleitorais informatizados.

A decisão da CNE de autorizar as listas suplementares provocou reações do Partido de Renovação Social (PRS) e do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), que consideraram a medida ilegal.

Em comunicado enviado à imprensa, o PRS anunciou que interpôs uma providência cautelar junto do Supremo Tribunal de Justiça da Guiné-Bissau para impedir a utilização de listas suplementares de votação.

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