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PolíticaGuiné Equatorial

"Eleições na Guiné Equatorial foram retrocesso democrático"

Lusa
15 de dezembro de 2022

ONG Equatorial Guinea Justice considera que as eleições na Guiné-Equatorial foram um retrocesso e defende que os Estados Unidos deveriam exigir a libertação de mais de 500 presos políticos.

Äquatorialguinea | Präsidentschaftswahl in Malabo
Foto: Ahmet Emin Donmez/AA/picture alliance

"As graves irregularidades observadas nas eleições recentemente realizadas na Guiné Equatorial são uma prova clara de um drástico retrocesso democrático", afirmou a ONG Equatorial Guinea Justice esta quinta-feira (15.12), num comunicado.

O comunicado é agora enviado na mesma semana em que o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está a reunir-se com vários líderes africanos, entre os quais o Presidente da Guiné Equatorial,Teodoro Obiang Nguema Mbasogo.

Os ativistas liderados por Tutu Alicante denunciam a prisão de sete soldados e duas mulheres casadas com soldados por terem votado na oposição e a expulsão das suas casernas. 

Isto, apontam, "viola o seu direito a uma votação secreta e discrimina-os por terem exercido o seu direito de votar livremente", a que se junta a morte de "pelo menos cinco civis inocentes, incluindo um polícia, e a detenção de 55 membros do partido da oposição".

Teodoro Obiang Nguema Mbasogo está a ser alvo de críticas dos ativistas ao passo que reúne-se com líderes norte-americanosFoto: Ludovic Marin/AP Images/picture alliance

Críticas também à CPLP

"Com o Presidente Biden e a vice-Presidente Harris a reunirem-se com o sr. Obiang e dúzias de outros chefes de Estado africanos, mais de 500 prisioneiros políticos, ativistas e jovens continuam ilegalmente presos ou com acusações sem fundamento", escrevem.

"O que as pessoas da Guiné Equatorial querem ver do Governo dos Estados Unidos é a exigência da libertação imediata destes indivíduos e uma transição negociada para a democracia", conclui o comunicado. 

O documento deixa ainda muitas críticas aos observadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) por não terem identificado as irregularidades nas eleições.

A Guiné Equatorial é membro da CPLP desde 2014.

Teodoro Obiang Nguema Mbasogo durante o voto nas eleições presidenciais de 2022Foto: AP Photo/picture alliance

Resultado das eleições

O resultado das eleições foi esmagador para o partido governamental de Teodoro Obiang, que obteve todos os lugares no Senado e no Congresso e foi reeleito com quase 95% dos votos. Obiang é o Presidente há mais tempo no poder em todo o mundo.

O seu filho e vice-Presidente, Teodoro Nguema Obiang Mangue, desafiou nas redes sociais a que os críticos encontrem provas de violações de direitos humanos e democráticos.

Teodoro Nguema Obiang Mangue, também conhecido por 'Teodorín', foi já condenado por corrupção em processos noutros países e é considerado, por analistas, o sucessor do pai na Presidência do país.

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