Contagem de votos já começou no Mali, após incidentes violentos. Oito milhões de pessoas foram chamadas a decidir se Ibrahim Boubacar Keïta continuará no poder ou se o país terá um novo Presidente.
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A votação foi temporariamente suspensa numa assembleia de voto na cidade de Kidal, no norte do Mali, depois de um ataque à bomba, que não fez vítimas, segundo a missão das Nações Unidas no Mali (MINUSMA).
Ataques como o deste domingo (29.07) tornaram-se rotina nos meses que antecederam a votação no país.
Eleições no Mali marcadas por violência
Votação comprometida?
"Percebemos que aqui e ali ocorreram alguns incidentes e alguns eventos violentos, mas acredito que sejam casos isolados, que não colocam em questão a evolução positiva em termos de segurança do nosso país", afirmou Bocary Treta, diretor de campanha do Presidente Ibrahim Boubacar Keïta.
Mas para o candidato e líder da oposição Soumaila Cissé, a falta de segurança compromete a votação. "Em Dianké, houve tumultos, material eleitoral foi roubado e as assembleias de voto foram fechadas. Noutros lugares também houve problemas, mas faremos uma avaliação detalhada depois", disse Cissé ainda antes do fecho das urnas.
A chefe da missão de observação da União Europeia, Cécile Kyenge, pediu às autoridades que publiquem a lista dos círculos eleitorais onde os cidadãos não puderam votar por razões de segurança.
"Para nós, a transparência, rastreabilidade e particularmente a integridade das eleições são uma prioridade", frisou.
Denúncias de fraude
Além da questão da segurança, as eleições ficaram também marcadas por uma polémica sobre as listas eleitorais. A oposição denunciou o risco de fraude devido às diferenças entre a lista usada para preparar os cartões de eleitor e a lista final publicada.
Mas o Presidente Ibrahim Boubacar Keïta desvalorizou as suspeitas: "A polémica sobre isso é absolutamente desnecessária. O principal é que as pessoas possam celebrar."
Além de Boubacar Keïta e do líder da oposição Soumaila Cissé, outros 22 candidatos, incluindo uma mulher, concorrem à Presidência do Mali.
O novo Presidente terá de lidar com questões como o desenvolvimento económico, a revisão do acordo de paz assinado em 2015 e a restauração da segurança no país, assolado por grupos radicais islâmicos desde um golpe militar em 2012.
Os primeiros resultados são esperados até esta terça-feira (31.07) e os resultados oficiais provisórios até 3 de agosto. Uma eventual segunda volta poderá ocorrer a 12 de agosto.
Estado Islâmico destrói Património Mundial
Palmira foi em tempos uma cidade próspera no meio do deserto. Mas a ira dos extremistas do Estado Islâmico deixou-a em ruínas. Outros patrimónios da humanidade tiveram um destino parecido: por exemplo Tombuctu, no Mali.
Foto: picture-alliance/dpa/V. Sharifulin
Antes e depois dos radicais
Resta pouco da antiga cidade-oásis de Palmira, Património da Humanidade: as termas, as avenidas de colunas e os templos majestosos foram destruídos. Em 2015, os extremistas do Estado Islâmico deitaram abaixo o templo de Baal. O fotógrafo libanês Joseph Eid mostra uma fotografia de 2014 em frente às ruínas - as imagens de Eid estão em exposição no Museu Kestner, em Hanover, no norte da Alemanha.
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Destroços por todo o lado
Outras zonas de Palmira também foram destruídas pelos radicais do Estado Islâmico, que saquearam a cidade. Estas fotografias foram tiradas em março de 2016. Por enquanto, ainda não se fala em reconstruir Palmira.
Foto: picture-alliance/dpa/V. Sharifulin
Militares protegem Palmira
As tropas governamentais sírias reconquistaram Palmira. E, diariamente, desde março de 2017, militares patrulham as ruínas da cidade contra novos ataques dos radicais do Estado Islâmico. A imagem mostra os destroços do antigo Arco do Triunfo, que foi destruído quase por completo.
Foto: REUTERS/O. Sanadiki
Tombuctu, no Mali
Estes minaretes de argila, típicos do Mali, foram destruídos pelos extremistas do Estado Islâmico em 2012. Entretanto, foram reconstruídos à imagem dos antigos edifícios históricos. O Tribunal Penal Internacional, em Haia, instaurou um processo contra um extremista devido à destruição do Património Mundial.
Foto: picture-alliance/dpa/E.Schneider
Mar Elian, na Síria
O antigo mosteiro de Mar Elian, construído por cristãos a sudeste da cidade de Homs, foi em tempos um edifício magnífico, reconhecido pela UNESCO como Património da Humanidade. Mas militantes do Estado Islâmico também destruíram o mosteiro.
Foto: picture-alliance/dpa/Islamischer Staat
Destruição e propaganda
Não é possível verificar integralmente a autenticidade desta cena. Esta é uma imagem retirada de um vídeo propagandístico do Estado Islâmico, que mostra alegadamente os muros do mosteiro de Mar Elian a serem destruídos por bulldozers. Entretanto, militares sírios reconquistaram a cidade de al-Qaryatain e o mosteiro deverá ser reconstruído.
Foto: picture-alliance/dpa
Hatra, no Iraque
No início de 2015, extremistas do Estado Islâmico também destruíram algumas zonas da antiga cidade de Hatra, ex-capital do primeiro reino árabe - a fotografia mostra a cidade antes do ataque. Também foram destruídas estátuas milenares da época dos assírios em Mosul, no norte do Iraque, e na antiga cidade de Nínive. A cidade histórica de Nimrud terá sido demolida com bulldozers.
Foto: picture-alliance/N. Tondini/Robert Harding
Bamiyan-Tal, destruída pelos talibãs
Em 2001, os talibãs, do Afeganistão, destruíram estátuas do Buda de Bamiyan, que foram esculpidas em arenito vermelho no século VI. Só ficaram as covas onde elas estavam. Agora, as estátuas de 50 metros estão a ser reconstruídas com impressoras 3D.