O Presidente do Ruanda, Paul Kagame, venceu as eleições gerais desta segunda-feira (15.07), obtendo 99,15% dos votos, segundo os resultados parciais anunciados pela Comissão Nacional de Eleições.

Os únicos candidatos da oposição autorizados a participar nas eleições deste ano, Frank Habineza e Philippe Mpayimana, receberam até agora 0,53% e 0,32% dos votos, respetivamente.

No poder desde 2000, Kagame assegura assim o seu quarto mandato como Presidente da República. Nas eleições anteriores de 2017, Kagame tinha alcançado 99,79% dos votos.

Logo após o anúncio dos resultados parciais, Kagame agradeceu aos ruandeses num discurso realizado na sede da Frente Patriótica Ruandesa (RPF), partido no poder.

"Mesmo que fosse 100 por cento, estes não são apenas números. Refletem a confiança, que é o mais importante. Estou confiante de que juntos podemos resolver todos os problemas", afirmou Kagame.

Os resultados preliminares completos serão divulgados no próximo sábado, dia 20 de julho, enquanto os resultados finais estão previstos para 27 de julho.

Desafios e expectativas

Com 65% da população com menos de 30 anos, Kagame é o único líder que a maioria dos ruandeses conheceu até hoje.

Ellie Muhata Ngoga, recém-licenciado, espera que o próximo mandato de Kagame una o país e traga desenvolvimento, especialmente na educação, desporto e criação de emprego para os jovens.

Chantal Mukundene, dona de casa e residente em Kigali, admiradora de Paul Kagame, espera que nos próximos cinco anos o país continue a evoluir positivamente em todas as áreas.

Kagame, de 66 anos, é reconhecido por liderar a reconstrução de uma nação devastada pelo genocídio, embora seja também criticado por governar num ambiente de repressão e por alegadamente alimentar a instabilidade na vizinha República Democrática do Congo.

Mais de nove milhões de ruandeses, incluindo dois milhões de eleitores pela primeira vez, registaram-se para votar, num país com uma população de 14 milhões de habitantes.