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Eleições: Polícia pede a moçambicanos que "não lutem"

DW (Deutsche Welle)
9 de setembro de 2024

Confrontos entre apoiantes de partidos e destruição de material já resultaram na detenção de 19 pessoas em Moçambique nas duas primeiras semanas da campanha eleitoral. Polícia e líderes religiosos apelam à tolerância.

Comandante-geral da Polícia da República de Moçambique, Bernardino Rafael
Bernardino Rafael: "Não lutem, não atirem pedras. Afinal de contas, todos somos deste país"Foto: DW

No distrito de Moamba, na província de Maputo, apoiantes da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) envolveram-se em confrontos violentos durante o fim de semana, no decurso da campanha eleitoral.

Outro incidente envolveu membros da FRELIMO e do Povo Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS) no distrito de Cuamba, na província de Niassa, no norte de Moçambique. Neste último caso, a polícia interveio para evitar um desenlace mais grave.

Estes incidentes ocorreram após um período inicial relativamente tranquilo na campanha rumo às eleições gerais de 9 de outubro.

Esta segunda-feira (09.09), o comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) afirmou que os confrontos envolvendo caravanas de campanha são impulsionados pela intolerância entre apoiantes de partidos adversários.

"Tivemos também oito casos de ofensas corporais, dos quais três são graves", enumerou Bernardino Rafael. "Observámos agressões resultantes de emoções descontroladas e de intolerância. Vimos o que aconteceu recentemente em Moamba e outros casos que eram evitáveis, mas alguns membros, dominados por emoções, acabam praticando ofensas corporais."

"Não lutem, não atirem pedras"

A destruição de material de propaganda de partidos adversários é outro ilícito que tem manchado a campanha eleitoral em Moçambique.

A polícia já deteve 19 indivíduos envolvidos nesses casos.

Radar DW: Os ilícitos da "pré-campanha" em Moçambique

23:52

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O chefe da corporação apela aos partidos concorrentes e a todos os envolvidos na campanha para adotarem uma postura de tolerância: "Não lutem, não atirem pedras", pediu Rafael. "Afinal de contas, todos somos deste país. Não é possível evitar que moçambicanos se cruzem. Eles vão cruzar-se, mesmo que não queiram."

Os líderes religiosos também se juntam ao apelo pela tolerância política neste período eleitoral em Moçambique.

Albachir Chanquinho, líder religioso de Pemba, pede ponderação e o uso do bom senso durante a campanha. "Não há coisa melhor na vida do que a paciência, a ponderação e o uso do bom senso para manter a paz e a harmonia", realçou.

Alberto Sabão, outro líder religioso, reforça a mensagem de paz: "Pedimos aos partidos políticos, especialmente à camada juvenil, que este momento seja de festa e não de conflitos. Os membros dos partidos devem encontrar maneiras de evitar confrontos."

Os eleitores moçambicanos são chamados a eleger, a 9 de outubro, o novo chefe de Estado, o novo Parlamento, novas assembleias provinciais e governadores.

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