1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Eleições russas: Vladimir Putin a caminho do quinto mandato

Sergey Satanovskiy | com agências
15 de março de 2024

De hoje até domingo, 112 milhões de eleitores russos são chamados às urnas. Sem surpresas, as projeções indicam que Vladimir Putin, que governa o país há 25 anos, deverá garantir o seu quinto mandato.

Já começou a votação para as eleições presidenciais de 2024 na Rússia
Já começou a votação para as eleições presidenciais de 2024 na RússiaFoto: AP Photo/picture alliance

Apesar do resultado eleitoral ser já quase um dado adquirido, Konstantin Kalachev, analista político e antigo conselheiro do Kremlin, explica que as eleições presidenciais russas têm um objetivo. Internamente, a votação visa legitimar o poder do Presidente e demonstrar que o povo está unido.

Já no exterior, "é preciso mostrar que Putin está a implementar a política [externa] com base nas exigências da população. Demonstrar que o Presidente e a maioria russa estão unidos para dissipar quaisquer ilusões do Ocidente", afirma.

Segundo o Meduza, um site de notícias independente sediado na Letónia, as autoridades russas estão a tomar medidas para garantir que as eleições presidenciais pareçam o mais legítimas possível. O objetivo é conseguir uma afluência às urnas de 80%.

Dirigindo-se ao país, esta quinta-feira, o Presidente russo apelou à participação eleitoral. "É necessário reafirmar a nossa união para avançarmos juntos. Cada um dos vossos votos é valioso. Por isso, apelo a que exerçam o vosso direito de voto nos próximos três dias.", disse Vladimir Putin.

Mais uma vez, Putin não tem aquilo a que podemos chamar oposição, visto que os restantes três candidatos foram aprovados pelo Kremlin. E o seu único opositor, Boris Nadezhdin, foi impedido de concorrer às eleições.

Rússia: Putin "sem adversários" nas eleições presidenciais

06:28

This browser does not support the video element.

Votos de protesto?

Ainda assim, é possível que haja alguma forma de voto de protesto. Isto porque, ainda que a maioria das forças da oposição tenha fugido do país, tem havido apelos para que os seus apoiantes se manifestem durante os dias das eleições.

A viúva de Alexei Navalny, por exemplo, apelou para que, em homenagem ao seu marido, os seus apoiantes compareçam em massa nas mesas de voto no domingo ao meio dia.

A presença destas pessoas nas assembleias de voto por si só não vai alterar o resultado final da votação, mas irá "provavelmente irritar Putin", diz Nikolay Petrov, investigador e colaborador do Instituto Alemão para Assuntos Internacionais e de Segurança.

"É um erro pensar que é mais fácil para os regimes autoritários terem eleições do que para as democracias. É muito importante para Putin demonstrar à sua elite política que é apoiado pela grande maioria dos russos. É por isso que o Kremlin quer evitar escândalos", afirma Petrov.

Na quinta-feira (14.03), véspera da abertura das assembleias de voto em todo o país, a União Europeia (UE) e a NATO afirmaram que as eleições presidenciais russas não serão livres nem justas. Vários opositores de Putin têm apelado para que o Ocidente não reconheça os resultados eleitorais.

Apesar de mais de metade dos russos defenderem a abertura de negociações de paz com a Ucrânia, Vladimir Putin tem, segundo as sondagens mais recentes, mais de 80% das intenções de voto.

Viúva de Alexei Navalny: "Putin matou o meu marido"

01:47

This browser does not support the video element.

Saltar a secção Mais sobre este tema