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Eleições suspensas na Libéria "sine die"

AFP | Lusa
6 de novembro de 2017

Na véspera da segunda-volta das presidenciais (07.11.), Supremo Tribunal da Libéria suspende o processo eleitoral no país, sem fixar uma nova data para a votação.

Liberia Monrovia Wahlen
Eleitores mostram cartão de votação na primeira volta de 10 de outubro, de 2017.Foto: Getty Images/AFP/I. Sanogo

A Comissão Eleitoral Nacional (NEC) está proibida de "realizar a segunda volta da eleição presidencial na Libéria até ter analisado o recurso" por alegada fraude em relação à organização da primeira volta. A declaração veio do presidente do Supremo Tribunal da Libéria, Francis Korkpor, nesta segunda-feira (06.10). A medida é anunciada na véspera da segunda-volta das presidenciais, sem fixar uma nova data para a votação.

Na primeira volta das presidenciais liberianas, realizada a 10 de outubro, foram apurados o lendário jogador de futebol Georges Weah, da Coligação para a Mudança Democrática (CDC), com 38,4% dos votos, e o vice-presidente cessante Joseph Boakai, do Partido da Unidade (no poder), com 28,8%. Ambos bem abaixo da marca de 50% necessária para vencer de forma definitiva já na primeira rodada de votação realizada em outubro.

Novas denúncias

O Partido da Liberdade de Charles Brumskine, que ficou em terceiro lugar com 9,6% dos votos, denunciou imediatamente fraudes e irregularidades e, apoiado por Boakai, exige que todo o processo eleitoral seja revisto.

Boakai e Brumskine acusaram ainda a Presidente Ellen Johnson Sirleaf, de "interferência nas eleições", por se ter encontrado com os responsáveis da Comissão Eleitoral antes da primeira volta. A Presidente foi eleita pela primeira vez em 2005 e que não se pode candidatar após dois mandatos sucessivos.

O ex-jogador George Weah levou maioria dos votos na primeira voltaFoto: Reuters/T. Gouegnon

Brumskine exigiu que os membros do NEC fossem substituídos antes da organização de um novo escrutínio.

Eleições pela terceira vez

Quem ganhar a segunda volta das presidenciais na Libéria substituirá Ellen Johnson Sirleaf, a primeira mulher eleita democraticamente Presidente em África e que esteve 12 anos no poder.

Estas são as terceiras eleições desde o final da guerra civil, em 2003, e as primeiras sem Ellen Johnson Sirleaf. A Presidente, que em 2011 foi escolhida como Prémio Nobel da Paz, chegou a afirmar que não quer que a Constituição seja alterada, só para que ela se perpetue no poder. Na véspera da primeira volta, Ellen Johnson Sirleaf lembrou aos eleitores que o futuro do país está nas mãos deles. "Votem nas pessoas que acreditam tornarão a Libéria um lugar melhor", apelou.

Com uma população de cerca de quatro milhões, a Libéria foi fundada em 1847 por escravos norte-americanos libertados, sendo por isso um dos dois países da África subsaariana, com a Etiópia, sem raízes na colonização do continente.

 

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