Na véspera da segunda-volta das presidenciais (07.11.), Supremo Tribunal da Libéria suspende o processo eleitoral no país, sem fixar uma nova data para a votação.
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A Comissão Eleitoral Nacional (NEC) está proibida de "realizar a segunda volta da eleição presidencial na Libéria até ter analisado o recurso" por alegada fraude em relação à organização da primeira volta. A declaração veio do presidente do Supremo Tribunal da Libéria, Francis Korkpor, nesta segunda-feira (06.10). A medida é anunciada na véspera da segunda-volta das presidenciais, sem fixar uma nova data para a votação.
Na primeira volta das presidenciais liberianas, realizada a 10 de outubro, foram apurados o lendário jogador de futebol Georges Weah, da Coligação para a Mudança Democrática (CDC), com 38,4% dos votos, e o vice-presidente cessante Joseph Boakai, do Partido da Unidade (no poder), com 28,8%. Ambos bem abaixo da marca de 50% necessária para vencer de forma definitiva já na primeira rodada de votação realizada em outubro.
Novas denúncias
O Partido da Liberdade de Charles Brumskine, que ficou em terceiro lugar com 9,6% dos votos, denunciou imediatamente fraudes e irregularidades e, apoiado por Boakai, exige que todo o processo eleitoral seja revisto.
Boakai e Brumskine acusaram ainda a Presidente Ellen Johnson Sirleaf, de "interferência nas eleições", por se ter encontrado com os responsáveis da Comissão Eleitoral antes da primeira volta. A Presidente foi eleita pela primeira vez em 2005 e que não se pode candidatar após dois mandatos sucessivos.
Brumskine exigiu que os membros do NEC fossem substituídos antes da organização de um novo escrutínio.
Eleições pela terceira vez
Quem ganhar a segunda volta das presidenciais na Libéria substituirá Ellen Johnson Sirleaf, a primeira mulher eleita democraticamente Presidente em África e que esteve 12 anos no poder.
Estas são as terceiras eleições desde o final da guerra civil, em 2003, e as primeiras sem Ellen Johnson Sirleaf. A Presidente, que em 2011 foi escolhida como Prémio Nobel da Paz, chegou a afirmar que não quer que a Constituição seja alterada, só para que ela se perpetue no poder. Na véspera da primeira volta, Ellen Johnson Sirleaf lembrou aos eleitores que o futuro do país está nas mãos deles. "Votem nas pessoas que acreditam tornarão a Libéria um lugar melhor", apelou.
Com uma população de cerca de quatro milhões, a Libéria foi fundada em 1847 por escravos norte-americanos libertados, sendo por isso um dos dois países da África subsaariana, com a Etiópia, sem raízes na colonização do continente.
Milionários na África Subsaariana
Em muitos países ao sul do deserto do Saara a pobreza segue opressiva. Contudo, o número dos milionários na região nunca foi tão grande, segundo estudo do instituto New World Wealth.
Foto: DW
África do Sul
O país do continente africano com o maior número de milionários é a África do Sul. Entre a Cidade do Cabo e Johanesburgo, vivem 46.800 pessoas de patrimônio líquido elevado, ou "high-net-worth individuals" (HNWIs), e a tendência é ascendente. Para efeito de comparação, na Alemanha, atualmente 1,1 milhão de pessoas dispõem de um capital líquido de 1 milhão de dólares ou mais.
Foto: picture-alliance/dpa
Nigéria
Segundo a revista americana de economia "Forbes", o homem mais rico da África é o nigeriano Aliko Dangote (foto). Sua fortuna, acumulada principalmente com o comércio de alimentos, cimento e petróleo, é estimada em 18,2 bilhões de dólares. Ele é um dos 15.400 HNWIs da Nigéria – a qual, por outro lado, atualmente é um dos países africanos com o maior número de refugiados na Europa.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Von Loebell/World Eco
Quênia
A fortuna dos 8.500 milionários do Quênia equivale a dois terços do desempenho econômico do país – uma quota extremamente elevada. Enquanto esses quenianos mais ricos acumulam, em média, 83 milhões dólares por cabeça, quase metade da população dispõe de menos de dois dólares por dia.
Foto: Fotolia/vladimir kondrachov
Angola
O boom do petróleo em Angola provocou um acentuado crescimento do número dos super-ricos desde a virada do século 21. Atualmente há 6.400 HNWIs angolanos, quase seis vezes mais do que há 15 anos. Lá também vive a mulher mais rica do continente: Isabel dos Santos (foto), filha do presidente José Eduardo, que tem uma fortuna 3,2 bilhões de dólares.
Foto: picture-alliance/dpa
Maurícia
Apesar de só ter 1,3 milhão de habitantes, a República da Maurícia, no Oceano Índico, reúne 3.200 milionários, a taxa mais alta no contexto africano. O setor turístico é o que mais floresce. Além, disso, há anos o Estado insular é conhecido como paraíso fiscal.
Foto: picture-alliance/Ria Novosti/Anton Denisov
Namíbia
A mineração é o principal setor industrial da Namíbia, responsável por 25% do desempenho econômico total do país. Diamantes são seu principal produto de exportação. Com pouco mais de 2 milhões de habitantes, a ex-colônia alemã tem 3.100 cidadãos com um patrimônio líquido superior a 1 milhão de dólares.
Foto: picture-alliance/dpa/Y. Smityuk
Etiópia
Novata entre as dez nações com mais super-ricos na África Subsaariana é a Etiópia. Graças a uma relativa estabilidade política e a investimentos estrangeiros, desde 2003 a economia etíope cresce constantemente. Seus milionários chegam a 2.800 – enquanto 30% de seus compatriotas seguem vivendo na pobreza.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler
Gana
Ouro, petróleo e cacau em grão são os principais produtos de exportação de Gana, e também fonte da riqueza de um bom número de seus cidadãos. Hoje há 2.700 milionários ganenses, quatro vezes mais do que 15 atrás. Além de matérias-primas, muitos acumularam seu patrimônio nos setores imobiliário e de serviços.
Foto: imago/Xinhua
Botsuana
Há 2.500 milionários vivendo em Botsuana. Principalmente a indústria de diamantes produziu numerosos super-ricos nos últimos anos. Apesar de uma quota elevadíssima de infecções com o vírus HIV e do grande número de desempregados, o país registra a quarta maior renda per capita da África Subsaariana.
Foto: AFP/Getty Images
Costa do Marfim
A guerra civil na Costa do Marfim terminou há oito anos, e desde então a economia nacional está em expansão. O país ostenta 2.300 "high-net-worth individuals", cifra que deverá continuar subindo nos próximos anos. O petróleo é o principal fator de crescimento do país.