Eleitores guineenses terão registro manual para as eleições
5 de agosto de 2013 Partidos políticos, organizações da sociedade civil, juristas e governo de transição decidiram, nesta sexta-feira (2/8), que o cadastramento dos eleitores para as eleições gerais de 24 de novembro será feito de forma manual.
As eleições gerais concluirão um período de transição iniciado com o golpe militar de abril de 2012, quando o Presidente interino, Raimundo Pereira, e primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, foram depostos. Serifo Nhamadjo assumiu o poder apoiado pelos militares.
Ainda havia dúvidas se o registro dos candidatos seria manual ou biométrico. A opção, segundo os participantes do encontro, foi de um recenseamento "manual melhorado".
O novo modelo difere do antigo porque terá a fotografia do eleitor, acreditando-se assim em maior segurança para o voto.
Os custos
O diretor-geral do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral, Cristiano Na Bitan, disse que é preciso cerca de 10 milhões de euros para o registro. O pleito deve ter mais de 840 mil eleitores. Na Bitan afirmou que o modelo escolhido tem custos elevados. "O eleitor será fotografado e o voto será impresso imediatamente", disse.
Na Bitan acredita que, com a disponibilização dos recursos materias a tempo, será possível realizar o registro eleitoral em 60 dias. O Presidente Serifo Nhamadjo garante que uma parte da verba está disponível. "Já temos quase a metade [da verba]. Falta agora à comunidade internacional juntar esforços para completar", disse Nhamadjo.
Segundo o Presidente de transição, uma comissão constituída por juristas está a trabalhar na preparação de um anteprojeto de revisão pontual da lei eleitoral. Na quarta-feira (7/8), irá apresentar as suas conclusões que serão submetidas ao Parlamento para ratificação.
"Vamos adotar o 'manual melhorado', mas as especificações técnicas virão no projeto de lei", esclareceu o presidente.
Campanha antecipada
Ainda que pairem dúvidas se na realidade as eleições gerais terão lugar a 24 de novembro, vários candidatos já estão a contatar suas bases nas comunidades, numa espécie de pré-campanha eleitoral. Outros já começam, inclusive, a distribuir camisetas e panfletos.
Algumas figuras conhecidas do eleitor guineense já manifestam publicamente a vontade de concorrer às presidenciais.
Tcherno Djaló, antigo ministro da Educação, que agora vive e trabalha em Portugal como docente na Universidade Lusófona, Hélder Vaz, antigo diretor-geral da CPLP, e Carmelita Pires, ex-ministra da Justiça, conhecida como a 'mulher de ferro' pela luta contra o tráfico de drogas, são nomes de destaque.
O primeiro-ministro deposto em 2012, Carlos Gomes Júnior, também já manifestou interesse de voltar ao governo.
Fernando Vaz, atual porta-voz do governo de transição, e o Economista Paulo Gomes, que foi quadro superior do Banco Mundial e do Banco Africano de Desenvolvimento, são outros nomes que surgem com força. Paulo Gomes regressou à Guiné-Bissau após 15 anos a residir no estrangeiro.