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Elias Dhlakama gostaria de ver "mais abertura na RENAMO"

17 de abril de 2024

Elias Dhlakama, um dos pré-candidatos à presidência do principal partido da oposição moçambicana, defende maior abertura da RENAMO às dinâmicas sociais, após críticas aos requisitos para quem quer concorrer à liderança.

Elias Dhlakama, um dos pré-candidatos à presidência da RENAMO, o principal partido da oposição moçambicana
Foto: privat

Elias Dhlakama, um dos pré-candidatos à presidência da RENAMO, o principal partido da oposição moçambicana, defende maior abertura do partido às dinâmicas sociais. "A RENAMO vive da sociedade. Quem vai votar na RENAMO é a sociedade", afirma em entrevista à DW África.

Estes pronunciamentos de Elias Dhlakama surgem na sequência das críticas sobre os requisitos para os candidatos à liderança do partido.

O político defende o respeito dos estatutos do partido, mas sem se esquecer dos limites constitucionais sobre a idade mínima [de 35 anos], para os candidatos à Presidência da República.

DW África: Como é que reage às críticas da sociedade em  relação ao perfil aprovado pelo Conselho Nacional?

Elias Dhlakama (ED): Eu acredito que é uma situação que aborreceu a sociedade. Gostaria que houvesse mais abertura. O perfil que desta vez entrou em vigor, ou que vai entrar em vigor, não é de hoje. Já foi uma prática no passado. Em 2019, foi o mesmo perfil que vai ser implementado neste congresso. Agora, precisaria de facto que houvesse uma revisão, se houvesse essa vontade, se houvesse essa necessidade de o fazer. A sociedade fala como quiser, mas a sociedade ainda não reclamou porque um jovem de 18 anos não pode concorrer à presidência da República. Porque este indivíduo é um cidadão. Mas não é por aí, as coisas não podem ser em torno das pessoas, tem de ser em torno do partido. Porque, assim querendo, cada um vai ter a sua proposta para que seja incluso. Mas se formos fazer as coisas de acordo com as nossas vontades, deixa de ser um partido.

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DW África: Mas muitas vezes o dinamismo social, as dinâmicas sociais ditam o comportamento dos partidos políticos. Será isto que está a acontecer neste momento? Ou seja, o perfil elaborado pela comissão política do partido e submetido ao Conselho Nacional da RENAMO vai de acordo com este anseio da sociedade moçambicana?

ED: Tudo deve ser feito, sim, a sociedade quer. Mas a RENAMO, sendo uma organização política, que não sendo uma empresa, acredito está a ouvir as possibilidades. Eu acredito que da próxima vez vai poder alterar. A RENAMO não é estática, a RENAMO vive da sociedade, passa as suas atividades para a sociedade. E quem vai votar na RENAMO é a sociedade. Acredito que a RENAMO está atenta para ouvir e que da próxima vez vai ter de dar ouvidos a tal.

DW África: Mas acha que neste momento ainda há espaço para que esta abertura para que "sangue novo" possa participar desta corrida à presidência da RENAMO?

ED: O perfil já foi aprovado pelo Conselho Nacional. O Conselho Nacional é que dirige o partido entre dois congressos. Eu não sei se haverá, mas se houvesse, seria bem-vindo. Eu não sei se há esta possibilidade.

DW África: E como é que se está a preparar, tendo em conta que se encaixa, acredito, dentro do perfil aprovado pela RENAMO e que também se enquadra em todos os requisitos decididos pelo Conselho Nacional?

ED: Tudo para mim encaixa. Veja só, eu fui guerreiro da RENAMO, combatente, e é um dos primeiros aspetos a considerar. E logo, tenho 15 anos de militância, muito mais.

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