Em Benguela, UNITA acusa partido no poder de ataque a seus militantes
26 de setembro de 2013O secretariado provincial da UNITA em Benguela e deputado na Assembleia Nacional, Alberto Ngalanela, convocou a imprensa para denunciar os actos de violência dos quais foram alvos os seus militantes no município do Cubal, que se localiza a cerca de 130 quilómetros a sul da cidade capital da província.
Os actos teriam sido protagonizados por militantes do MPLA e foram descritos como brutais, de acordo com a secretária municipal da UNITA, Luciana Rafael.
Segundo relata a responsável do maior partido da oposição em Angola, os militantes do MPLA, munidos de catanas, paus, pedras e outros objetos, teriam feito uma emboscada à delegação do partido e vitimizado os seus militantes, que regressavam de uma localidade no interior do município.
"As primeiras motorizadas caíram logo na primeira emboscada", relata Luciana. "Feriram dois dos nossos homens gravemente e conseguiram raptar duas motorizadas. Entendemos que deveríamos avançar."
Na povoação seguinte apareceu "mais outro grupo". "Ali já encontramos as forças armadas angolanas e a polícia com um programa de abater a senhora secretária," conclui.
Disparos e violência
Após os confrontos e, ainda de acordo com a dirigente partidária, Luciana Rafael, os militantes do MPLA recorreram às autoridades policias e às forças armadas angolanas, que se deslocaram ao local para efetuar detenções de vários cidadãos. Mas antes, vários tiros foram disparados sobre os militantes da UNITA, sendo que um membro deste partido foi alvejado numa perna.
Luciana Rafael afirma que "o que eles fizeram ali foi usar as armas, começaram a disparar à distância e, a medida que iam avançando, encontraram o mais velho ali sentado e mereceu balas!"
O secretário provincial da UNITA, Alberto Ngalanela, diz que actos desta natureza são recorrentes. Desde os acordos do Luena, em 2002 - que colocaram um ponto final no conflito armado entre a UNITA e o governo angolano - "a UNITA já perdeu 33 quadros assassinados, desaparecidos. Quem desapareceu desde 2002, não pode ter mais vida", contabiliza Ngalanela.
UNITA quer que o mundo saiba que o clima é de guerra
Face a este clima de medo, os dirigentes do maior partido da oposição em Angola, em forma de desabafo, desafiam o regime de José Eduardo dos Santos a decretar a guerra para se defenderem. Luciana Rafael afirma que "o MPLA provoca" e quando a UNITA tenta-se defender, "eles utilizam as forças armadas angolanas e a polícia". A secretária da UNITA pede "ao partido do MPLA que declare a guerra, para o mundo saber que a partir de agora é guerra, porque o clima de agora é de guerra!", afirma.
Contactado pela DW África, o secretário provincial para informação do MPLA em Benguela, Zacarias Davoca, confirma o incidente, porém não aceitou ser entrevistado por falta de um documento oficial das autoridades e também do seu partido do Município do Cubal.
Entrentanto, segundo uma fonte governamental, nesta altura encontra-se um destacamento militar composto por agentes da polícia nacional e das forças armadas angolanas para seguir de perto os incidentes na zona.